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Coluna Pisando Fundo: hora da pescaria

Dois títulos mundiais depois, Casey Stoner se retira da MotoGP (por Rodrigo Vilela)

Este capacete, agora, fará parte da história da MotoGP! (foto: motogp.com)

Casey Stoner se aposentou da MotoGP.

Soa muito estranho dizer isso de um piloto com apenas 27 anos de idade (coincidência ou não, o número que ele carregou durante sua carreira na motovelocidade). Mas sua falta de motivação em continuar numa categoria cheia de mudança de regras, segundo o próprio, o ajudou na decisão de se retirar das pistas.

Foi uma carreira relativamente curta, mas altamente vitoriosa. Casey estreou em 2001, nas 125cc, em Donington Park. No ano seguinte, já havia pulado para as 250cc. Retornou para as 125cc em 2003, onde ficou até 2004. No ano seguinte, nova investida nas 250cc. Ao todo, nesses cinco anos de categorias-base, foram sete vitórias.

Mesmo sem nenhum título, o australiano de Southport foi contratado pela LCR para a temporada de 2006. Não decepcionou. A primeira pole, o primeiro pódio e um belíssimo oitavo lugar na tabela de classificação chamaram a atenção da Ducati para o ano de 2007.

Foi aí que Stoner começou a escrever seu nome na história do motociclismo mundial.

Em uma Desmosedici problemática desde a sua volta à categoria, Stoner mostrou o quão competente era. Foram cinco poles, 10 vitórias e o título com mais de 100 pontos de vantagem sobre Daniel Pedrosa. Nos três anos seguintes, um vice campeonato (2008) e dois quartos lugares (2009 e 2010), quando a montadora italiana já dava sinais de declínio.

Para 2011, Casey Stoner foi contratado pela equipe Repsol Honda, dona de, até então, oito títulos mundiais. O nono viria das mãos do australiano, que dominou a temporada de cabo a rabo. Nem precisava o seu rival, Jorge Lorenzo, se acidentar em Phillip Island. Casey seria campeão de todo jeito.

Em 2012, Casey começava a dar sinais do seu descontentamento com as regras da categoria, que implantaram o retorno das CRTs. Aliado ao nascimento de sua filha e com o acidente em Indianápolis que o afastou de três provas na atual temporada, Stoner decidiu se aposentar.

O currículo impressiona: contando todas as categorias, em 176 corridas foram 45 vitórias, 89 pódios, 43 poles, 33 voltas mais rápidas e dois títulos mundiais.

Podem falar que ele é chato, implicante e coisas do gênero. Mas nosso foco é avaliar o piloto. E, sendo assim, Casey Stoner foi genial.

Ressaca, volta por cima e muita água

A miscelânea que foi a largada na MotoGP: as CRTs deram as caras enquanto
a pista esteve molhada (foto: motogp.com)
A corrida de despedida de Casey Stoner foi disputada no belíssimo circuito Ricardo Tormo, em Valência. As três provas tiveram um gosto de fim de festa, pois os três títulos estavam decididos. Se na Moto2 e Moto3 tivemos chuva o tempo todo, na categoria principal a indefinição quase acabou com a prova de alguns. Inclusive de Stoner.

Muitos pilotos apostaram no fim da chuva e largaram com a moto preparada para pista seca. Resultado: na largada, uma confusão generalizada colocou Aleix Espargaró, da Aspar, na liderança. Sim, caros leitores; uma CRT na liderança!!! Para completar a bagaça, vimos nas primeiras voltas pilotos como James Elisson, Danilo Petrucci e Roberto Rolfo, todos com protótipos particulares, posicionarem-se entre os dez primeiros.

A afobação levou Jorge Lorenzo ao chão - e facilitou a vitória
de Daniel Pedrosa (foto: motogp.com)
Quando a pista secou, muitos retornaram aos boxes para trocar suas motos (na MotoGP não existe troca de pneus; cada piloto dispõe de duas motos; cada uma delas é preparada para um tipo de condição climática). Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa, que apostaram em pista seca, começaram a dominar a corrida.

Mas Lorenzo, campeão da temporada, se afobou ao ultrapassar um retardatário na parte mista da pista, perdeu o equilíbrio e caiu. O tombo foi feio, mas nada aconteceu.

A certeza era de que, se estivesse valendo o campeonato, ele não erraria daquele jeito.

A prova foi marcada por inúmeras quedas. Em especial, Stefan Bradl e Carl Crutchlow, que abandonaram quando ocupavam posição de pódio. Sobraram as lamentações e os socos na brita.

Sem o rival da Yamaha, Daniel Pedrosa partiu sem sustos para mais uma vitória no ano, coroando com louvor uma belíssima temporada que parecia fadada a mais um fracasso, afinal, Pedrosa já soma oito temporadas sem nunca ter conquistado um título na "primeira divisão".

Katsuyuki Nakasuga, que substituiu Ben Spies, lesionado, fez uma brilhante prova e chegou em segundo. Detalhe: foi a primeira prova do japonês no ano e ele fez o que Ben Spies não conseguiu a temporada toda: subir ao pódio!!!

Casey Stoner se aposentou em grande estilo ao chegar em terceiro.

Chegada impressionante na Moto3  (foto: motogp.com)
Nas outras categorias, destaques para a belíssima ultrapassagem de Danny Kent sobre seu companheiro de equipe, Sandro Cortese, na última curva da etapa da Moto3, o que garantiu mais uma vitória para o inglês - que assim como Cortese, subirá para a Moto2. Zulfahmi Khairuddin completou o pódio.

Foi uma prova bastante disputada, onde os líderes se alternaram diversas vezes. Cortese, o campeão da temporada, assumiu a ponta da prova na penúltima volta. Mas não contava com a ultrapassagem do seu companheiro de equipe. Para o bem do campeonato, ambos - que protagonizaram uma verdadeira guerra nas pistas - estarão em equipes diferentes na próxima temporada.

Na Moto2, um momento glorioso no esporte. Pela primeira vez um piloto largou em último e venceu: Marc Marquez sobrou na turma. Largaria em segundo, mas por conta de uma batida nos treinos em Simone Corsi, foi punido. Partiu da 33ª posição.

A última das 32 ultrapassagens que levaram Marc Marquez a uma vitória
espetacular em Valência! (foto: motogp.com)
Era como ele tivesse correndo sozinho. Marquez passou um por um e coroou seu título com uma vitória excepcional. A superioridade foi tamanha que a ultrapassagem pra cima do então líder, Julian Simón, foi iniciada e concluída na reta!!! Nicolas Terol completou o pódio totalmente espanhol.

Um final com chave de ouro; a cereja do bolo para Marc Marquez assinar uma temporada perfeita e um título para servir de cartão de visitas para a próxima temporada, onde substituirá Casey Stoner na Repsol/Honda. Dani Pedrosa que se cuide...

(No Twitter: @rodvs8)

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