O jogo foi bom, corrido.
Qualquer um dos dois poderia vencer. O Vasco está no caminho certo. O Flamengo
tem pontos que merecem séria atenção.
Wilson Hebert
Rio de Janeiro/RJ
Na partida o Vasco não foi tão superior, mas na temporada está sendo. Foto: Agência O Globo. |
O interino-cada-vez-mais-técnico
Cristovão Borges vem fazendo um bom início de temporada. Dá para ver que o seu
trabalho segue uma linha coerente, com a formação de uma equipe sólida e forte,
a exemplo do que aconteceu em 2011, quando muitos achavam se tratar apenas do
efeito Ricardo Gomes.
A dupla de zaga Rodolfo e
Dedé ainda pode dar excelentes frutos, já que são dois zagueiros de boa
movimentação e colocação, coisa que não existe em nenhuma outra dupla defensiva
do futebol carioca e há apenas em poucas do futebol brasileiro.
Mas há um ponto que precisa
ser citado com veemência. O Juninho não precisa sair da partida pro Felipe
entrar. Isso não tem que ser encarado como protocolo. Se colocaram isso em
algum contrato, esse documento precisa ser rasgado imediatamente. Embora o
Vasco tenha chegado à vitória, ficou absurdamente visível o quão caiu de produção
o setor de meio campo após a saída do Reizinho, que se completa muito bem com o
Diego Souza.
É claro que o Felipe também
pode ser importante. Ele tem qualidade pra isso. Mas no momento, é salutar que
o Juninho fique mais na partida, até pelo fato dele ter mais espírito de
liderança que o camisa seis. Era o caso neste jogo contra o Flamengo, que se
fizesse o segundo, complicaria demais a vida cruzmaltina sem a presença do
camisa oito.
Mas a vitória veio. O time
segue invicto e pode garantir vaga na final do Estadual nesse próximo final de
semana. O melhor disso tudo, é que a equipe poderá se concentrar mais na
Libertadores. E é importante o torcedor vascaíno não se esquecer em momento
algum: ganhar Cariocão pode ser legal, mas ganhar Libertadores fortalece a
instituição internacionalmente.
O outro lado do Clássico: o
Flamengo
Se teve uma injustiça nesse
jogo, foi o fato de ter gente acreditando piamente que Felipe e Deivid tenham
sido culpados pela derrota. O goleiro errou muito mais no segundo gol, já que
no primeiro ele espalmou uma bola cheia de veneno. O atacante foi
despretensioso demais no incrível gol perdido. Mas esses são lances de jogo. Dá
para o adversário zoar e para o torcedor se revoltar. Mas qualquer um pode
passar pelo que os dois jogadores em questão passaram.
Mas o inadmissível mesmo é a
falta de compromisso. Esse panorama o profissional pode muito bem reverter. Mas
infelizmente, parece que não foi da vontade de Ronaldinho Gaúcho. O que ele fez
no clássico? E, vale lembrar aos mais esquecidos, R10 foi contratado pra ser o
principal jogador do elenco, pra fazer a diferença nos jogos mais importantes e
complicados. E nesse ano o que vimos por enquanto foi ele demitir um técnico...
E por falar em técnico, a
chegada de Joel Santana ainda não mostrou nenhuma evolução. O clima parece
estar mais tranqüilo? Sim. Mas boa parte dos atrasados também foi resolvida, não?
Exceto a do Deivid. E, cá pra nós, um clube do tamanho do Flamengo não pode
contratar um profissional visando apenas tornar o clima mais leve... O Fla
deveria contratar um técnico pra fazer o time jogar melhor, principalmente.
Na estréia da equipe na
Libertadores, repito, vimos um anti-futebol. Quatro volantes. Desnecessário,
ainda mais pelo fato do Lanus não ser isso tudo que se imaginava. E nesta
semifinal de Taça Guanabara, vimos novamente um time com muitos volantes (três)
e apenas o R10 na armação, que não jogou nada.
É bastante visível que essa
estratégia precisa ser revista. É necessário que tenha alguém para dividir a
responsabilidade com o Ronaldo em fazer a ligação com o ataque. O nome mais
indicado é o de Botinelli. Ou mesmo que não seja, os jovens Adryan e/ou Thomas precisam
ser mais testados. Eles não podem simplesmente sumir, como acontece desde a
chegada do Joel.
Sensacional, Wilson
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