Após o término dos últimos torneios entre
seleções, esperavam ver na UEFA Euro 2012 se a estigma de jogos amarrados e
placares apertados se manteria. Porém, não foi exatamente isso que vimos.
Por:
Eduardo Madeira Junior
Lauro
Müller/SC
Bola na rede: cena vista em todos os jogos da
primeira fase (©AFP/Getty Images) |
A Espanha campeã mundial de 2010 chegou a
tal feito vencendo quase todos os jogos pela vantagem mínima. O Paraguai,
vice-campeão da Copa América de 2011, chegou à final da competição sem vencer,
só empatando. O saldo, após o encerramento desses dois torneios, não era dos
melhores. Muitos se perguntavam se acompanhar esses jogos amarrados, chatos e
com times burocráticos havia se tornado rotina nas partidas entre seleções. A
Eurocopa seria o torneio que confirmaria ou desmentiria essa história.
Mas a primeira fase da competição européia
se passou e esse paradigma acabou sendo quebrado. Não tivemos nenhum 0x0, vimos
um festival de bons jogos, com torcidas atuantes e grandes craques desfilando
em campo. Jogadores como Cristiano Ronaldo, Andrea Pirlo, Bastian Schweinsteiger
e Steven Gerrard tiveram grandes momentos e marcaram esta primeira fase.
Além das atuações de gala dos astros
citados acima, tivemos também a história marcante de Tytoń, que menos de um ano
depois de ter uma concussão cerebral, entrou no decorrer de Polônia x Grécia
para segurar o empate em 1x1, espalmando a cobrança de pênalti de Karagounis.
Outro fato que ficará na memória de muita
gente será o jogo Ucrânia 2x1 Suécia. A partida, antes marcada pela curiosidade
de ver como seria a estréia da seleção mandante, terminou registrada como o
renascimento de Andriy Shevchenko. Aos 35 anos, o atacante ucraniano marcou os
gols da vitória ucraniana e saiu como herói. Como nos outros dois jogos a
Ucrânia não balançou as redes e essa foi a primeira participação do país na
competição, o que fica na história é que todos os gols ucranianos em Eurocopas
foram de Sheva.
E quem também não vai se lembrar de França x Ucrânia e a assustadora tempestade que caia em Donetsk? O jogo teve de ser paralizado por quase uma hora, 58 minutos mais precisamente.
Também tivemos a oportunidade de acompanhar
o vexame holandês. A Laranja Mecânica chegou a Euro como uma das
favoritas ao título, ao lado de Espanha e Alemanha, mas morreu na primeira
fase, com três derrotas em três jogos. O 15º lugar entre as 16 seleções marcou
a pior participação holandesa em toda a história do torneio.
No geral, o saldo da primeira fase da UEFA
Euro 2012 é positivo. Além dos bons jogos e dos argumentos dados nos parágrafos
anteriores, quase todas as seleções, até mesmo as eliminadas, mostraram a
Europa bons jogadores e times competitivos.
E a expectativa para a fase eliminatória
cresce. A pressão aumenta, o nível de exigência cresce e o apoio do torcedor se
tornará incondicional. As derrotas serão pouco aceitáveis e um erro pode marcar
negativamente a história de uma seleção. Além disso, todos os confrontos da
fase de quartas-de-final têm algum laço histórico envolvido.
A Grécia, que nunca venceu a Alemanha,
esteve no caminho alemão em 1980. Naquela edição da Eurocopa, o time de Allofs,
Hrubesch e Rumenigge se sagrou campeão, mas teve como único tropeço na fase
final o 0x0 diante dos gregos. No mesmo torneio, italianos e ingleses se
enfrentaram pela primeira e única vez na história da Euro: 1x0 para a Itália, gol
de Marco Tardelli.
Já tchecos e portugueses se cruzaram nas
quartas-de-final da Eurocopa de 1996. Naquela ocasião, a República Tcheca,
futura vice-campeã, venceu por 1x0, com um antológico gol por cobertura de
Karel Poborský. O meia tcheco diz, até hoje, que Vítor Baía, goleiro de
Portugal naquela partida, ainda deve estar chateado com ele.
Para fechar essa fase, o confronto de maior
história: França x Espanha. As duas seleções protagonizaram a final de 1984,
vencida pelos Bleus. Naquela época, Michel Platini comandava a brilhante
geração que teve como grande glória este título. O jogo desta atual edição da
Eurocopa será o sétimo oficial entre as duas equipes e em nenhuma oportunidade
anterior deu vitória espanhola. O último confronto “valendo três pontos” foi em
2006, nas oitavas-de-final da Copa do Mundo. Zidane, que se aposentara após a
competição, deu uma assistência e fez um golaço nos acréscimos, classificando a
França.
De quebra, poderemos ter a repetição das
semifinais da Copa do Mundo de 2006. Franceses e portugueses estão na mesma
chave, enquanto alemães e italianos estão do outro lado. Caso as quatro citadas
cheguem à fase semifinal, haverá a repetição.
É só mais um motivo para aguardarmos
ansiosamente!
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