Espanhol é o piloto mais bem pago da Fórmula 1, mas a
Ferrari não estará ajudando se não lhe oferecer um carro vencedor
Por Leandro Gomes
Rio de Janeiro/ RJ
Fernando Alonso foi o vencedor o GP da Europa e é o líder do campeonato. Foto: Paul Gilham/Getty Images. |
A genialidade de Fernando Alonso ficou comprovada em sua
vitória em Valência. O que fez no último domingo foi sensacional: recuperou-se
de maneira formidável após largar em 11º, soube ser agressivo sem cometer erros
e demonstrou uma capacidade enorme de dominar a corrida mesmo quando atacado
por carros teoricamente mais velozes. Foi uma verdadeira prova de que, embora alguns
ainda insistam em relutar contra o fato, o espanhol já está no grupo dos
melhores pilotos da história da Fórmula 1.
É justamente por isso que o bicampeão mundial possui omaior salário entre os 24 participantes da categoria em 2012. Deixemos de lado
a discussão se o atleta, assim como vários outros do esporte em geral, recebe
valores altos demais. Alonso é o melhor piloto da atualidade, portanto merece
ser o mais bem remunerado. No entanto, esse não é o único incentivo que a
Ferrari pode lhe dar.
Para ajudá-lo a vencer, não basta que a Ferrari lhe pague
um excelente salário: precisa também lhe dar um decente carro, no seu nível. E
é nisso que a equipe ainda precisa melhorar. É verdade que os italianos não
estão mais em condições tão inferiores quanto na Malásia, quando Alonso venceu
pela primeira vez no ano; porém, ainda não é suficiente. Como disse o próprio Stefano Domenicali, chefe da escuderia, a Ferrari claramente já melhorou em
2012, mas ainda perde para algumas rivais em questão de rendimento. Na verdade,
pode-se dizer ainda mais: os grandes resultados ultimamente ainda se deram mais
pelo fato de Fernando tirar leite de pedra do que pelo desenvolvimento do carro.
É fato que Alonso “conserta” com sua performance na pista
muitos dos problemas do carro — aliás, sua passagem na Ferrari vem sendo
marcada por isso. Porém, isso não basta, e talvez não bastará para esse ano. Até
agora, o campeonato tem sido marcado pelo grande equilíbrio. Entretanto, no
final, a briga pode se tornar ainda mais dura, e aí as coisas não serão
decididas apenas na base do talento, mas também pelo melhor equipamento. Nesse
quesito, se os italianos não continuarem evoluindo um carro que é sim
considerado mal nascido, ficarão para trás da Red Bull, da McLaren, e até mesmo da Lotus. Aí, não haverá Alonso que dê jeito — até porque nem
sempre o espanhol terá a sorte de ver concorrentes quebrando ou fazendo
besteira na sua frente, deixando livre para ele o caminho da vitória.
Então, que a Ferrari continue evoluindo e não espere que
Alonso resolva tudo no braço. Tudo tem sido um pouco mais desordenado e difícil
por lá desde o fim do trio de ouro composto por Michael Schumacher, Jean Todt e
Ross Brawn; porém, chegou a hora de todos se superarem e não darem margem a
nenhum erro, que por mínimo que seja pode ser fatal num campeonato tão
equilibrado quanto o desse ano. Afinal, também já é hora de darem esse presente
(o título) para o espanhol, que tantos milagres fez por eles desde que chegou
na equipe, em 2010.
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