Durante
toda a história, o Brasil teve 19 porta-bandeiras diferentes em 21
oportunidades e sete deles levaram medalhas quando carregaram a bandeira
nacional. 19° dessa lista, Rodrigo Pessoa tentará ser mais um a entrar nesse
seleto grupo
Por:
Eduardo Madeira Junior
Londres-2012
Porta-Bandeira em 2012, Rodrigo Pessoa pode ser o oitavo a carregar a bandeira e ser medalhista no mesmo ano (AFP) |
O
desfile com porta-bandeiras em Olimpíadas existe desde 1908, mas boa parte dos
cerimoniais olímpicos foram iniciados nos Jogos da Antuérpia em 1920, como a
aparição da bandeira olímpica e o juramento dos atletas. Essa edição também ficou
marcada como a primeira participação do Brasil em uma Olimpíada. Naquela época,
não tínhamos um Comitê Nacional e entramos nos jogos por convite do COI.
Desde
então, nosso país tem mandado um atleta para carregar a bandeira brasileira na
Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos. O recorde fica por conta do
atletismo, que teve um atleta como porta-bandeira em sete oportunidades – com Adhemar
Ferreira da Silva e João do Pulo duas vezes. O último foi Joaquim Cruz, em
Atlanta 1996.
De
todos os mais de vinte porta-bandeiras brasileiros, fomos representados apenas
uma vez por uma mulher, foi em 2000, quando Sandra Pires, do vôlei de praia levou
a bandeira do Brasil em Sidney.
Carregar
a representação mais significativa de nosso país em uma Olimpíada é muito mais
do que um chamariz para o mundo inteiro e demonstração de respeito que o país
tem com o atleta, mas também é uma benção. Muitos dos atletas que correram
felizes da vida por carregar uma singela bandeira na abertura do maior evento
esportivo do planeta terminaram com uma medalha no peito.
Primeiro
em 1920, quando Afrânio da Costa carregou a bandeira brasileira na Antuérpia. O
carioca levou duas medalhas para casa no tiro esportivo. Na categoria 50
metros/pistola livre, Afrânio levou a prata ao conseguir 489 dos 600 pontos
possíveis, ficando atrás apenas do norte-americano Karl Frederick. Como essa
pontuação contava também para o jogo de equipe, o Brasil acabou levando o
bronze. Guilherme Paraense, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledade
também faziam parte da equipe.
Mais
de vinte anos depois, em Melbourne, Adhemar Ferreira da Silva - quinto
representante do atletismo a carregar a bandeira brasileira - conseguiu uma medalha
após ser porta-bandeira na abertura de 1956. Vencedor do salto triplo quatro
anos antes em Helsinki, Adhemar saltou 16.35 metros, batendo seu próprio
recorde olímpico, que era de 16.22 metros e levando, novamente, o ouro pra casa.
Em
1964, nos jogos de Tókio, foi a vez de um “basqueteiro” ser o nosso
porta-bandeira: Wlamir Marques. O ala brasileiro fez parte do brilhante time de
Ubiratan e Amaury, que só foi parado pelos soviéticos na semifinal. O Brasil
levou o bronze pelo segundo ano seguido ao vencer Porto Rico por 76-60.
João do Pulo conquistou dois bronzes olímpicos |
Nos
Jogos de Montreal 1976 e Moscou 1980, João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo”,
foi o porta-bandeira brasileiro e não decepcionou nas pistas de atletismo.
Assim como Adhemar Ferreira da Silva, João levou duas medalhas seguidas no
salto triplo, porém, ambas de bronze. O soviético Viktor Saneyev foi o algoz do
brasileiro nas duas edições, onde levou ouro e prata respectivamente. Para
João, ficou o alento de ter mantido o seu recorde mundial de 17,89 metros. Esse
salto realizado em 1975, só foi batido dez anos depois por Willie Banks.
O
próximo porta-bandeira brasileiro que sairia dos Jogos Olímpicos com o gostinho
de ter ganhado uma medalha foi a única mulher que ostentou tal posto em uma
Cerimônia de Abertura: Sandra Pires em 2000. Fazendo dupla com Adriana Samuel
no vôlei de praia, venceram duplas de Cuba, Portugal e Austrália antes de
pararem em Natalie Cook e Kerri Ann Pottharst. As australianas também passariam
por Adriana Behar e Shelda e ficariam com o ouro. Já Sandra e Adriana passaram
pelas japonesas Takahaski e Saiki para levar o bronze. Ambas acumularam suas
segundas medalhas olímpicas, mas de cores diferentes, já que quatro anos em
Atlanta, Sandra, jogando com Jacqueline, venceu na final Adriana, que tinha
Mônica como parceira.
Quatro
anos depois, as Olimpíadas voltaram para sua casa, em Atenas, e o responsável
por levar a bandeira brasileira foi o velejador Torben Grael. Ao lado de Marcelo
Ferreira, venceu a Classe Star, levando para casa sua quinta medalha olímpica,
segunda de ouro.
Nas
Olimpíadas de Pequim, em 2008, outro velejador foi o porta-bandeira brasileiro.
Assim como Torben quatro anos antes, Robert Scheidt desfilou com nossa bandeira
na China e levou uma medalha na Classe Star da vela. Seu parceiro foi Bruno
Prada e a dupla terminou em segundo lugar, conseguindo a prata. Foi a quarta
medalha de Robert, segunda prateada.
Em
2012, o cavaleiro Rodrigo Pessoa foi o porta-bandeira brasileiro. Ele já tem
três medalhas, duas de bronze e uma de ouro – herdada de Cian O’Connor -, será
que a “santa” bandeira brasileira abençoará Rodrigo e lhe dará mais uma
medalha? Só acompanhando as Olimpíadas para sabermos.
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