A Vela pode não ter destaque nos dias "normais", mas quando chegam os Jogos Olímpicos, é um dos esportes que mais traz glórias ao Brasil
@ViniciusBrino
Ribeirão Preto - SP
Ribeirão Preto - SP
A Vela, que em alguns lugares também é chamada de Iatismo,
consiste em um esporte onde o(s) competidor(es) tem que guiar um pequeno barco
apenas com a força do vento (e de seu próprio corpo).
E embora não tenha tanto destaque na mídia brasileira
durante os dias “normais”, na Olimpíada esse esporte tem sua importância,
devido ao seu alto número de medalhas conquistadas pelos atletas brasileiros.
Ao lado do Voleibol (de praia e de quadra, juntos), a Vela é o esporte que mais
consagrou brasileiros, foram seis medalhas de ouro, três de prata e sete de
bronze (se separarmos o vôlei, a Vela fica em primeiro lugar, seguida pelo
Judô, que tem 15).
Esses números nos deixam na décima posição do quadro de
medalhas da história do esporte em Olimpíadas (o primeiro é do Reino Unido, que
é seguido por EUA e Noruega), onde ele foi disputado pela primeira vez em 1900
(Paris), e está regularmente no evento esportivo desde 1908 (Londres), tendo
ficado de fora apenas em 1904 (St. Louis).
Mas o alto número de medalhas também só se deu devido à
grande quantidade de categorias do esporte. Ao todo, são dez: RS:X, Laser,
Finn, 470 e Star, no masculino; RS:X, Laser Radial, 470 e Eliott 6m, no
feminino; e 49er, que é aberta a ambos os sexos. Em 2012, a Vela será disputada
entre os dias 28/07 e 11/08, em Portland e Weymouth (costa sul), onde fica a
Academia Nacional de Vela da Inglaterra, a cerca de 200 km da cidade de
Londres.
Brasil
A maior chance de medalha (inclusive segundo a Federação
Internacional de Vela, que os põe como favoritos ao ouro) vem na categoria
Star, com Roberto Scheidt, que é figurinha carimbada em Olimpíadas, já tendo
sido, inclusive, porta-bandeira do Brasil, em Pequim-2008, e Bruno Prada. A
dupla levou a prata na Olimpíada passada e é a atual tricampeã mundial.
Outro forte nome brasileiro é o de Bimba (Ricardo Winicky),
no RS:X masculino, que chega a sua quarta Olimpíada. Ele foi campeão mundial da
sua categoria, em 2007, e teve um bom desempenho em Atenas-2004, mas perdeu a
medalha de ouro por pouco (e acabou ficando fora do pódio), na última regata,
onde começou em primeiro lugar.
Mas os representantes tupiniquins não param por aí, ainda
temos Patrícia Freitas, no RS:X feminino; Bruno Fontes (segundo colocado no
ranking mundial da categoria), na Laser; Adriana Kostiw, na Laser Radial; Jorge
Zarif (campeão mundial júnior em 2009), na Finn; e Fernanda Oliveira (bronze em
2008, com Isabel Swan) e Ana Barbachan, nos 470 feminino. Nos 49er, 470
masculino e Elliott 6m (feminino - que estreia em Jogos Olímpicos esse ano) não
teremos representantes.
Adversários
Na categoria Star, de Scheidt e Prada, os principais
adversários são os anfitriões Ian Percy e Andrew Simpson, que conquistaram o
ouro na Olimpíada passada. Aparecem também, correndo por fora, os irlandeses Peter
O'Leary e David Burrows, campeões da Skandia Sail for Gold Regatta 2012.
Já na classe Finn, onde compete o brasileiro Jorge Zarif, o
maior rival é outro anfitrião, trata-se do britânico Ben Ainslie, de 35 anos,
que conseguiu uma medalha de ouro em cada uma das três edições dos Jogos
Olímpicos que disputou (já tendo, inclusive, derrotado Robert Scheidt), sendo
duas na Finn e uma na Laser (onde também conquistou uma prata).
A categoria Laser (masculino) tem como forte favorito o
australiano Tom Slingsby, que venceu os dois últimos mundiais, mas o britânico
Paul Goodison, que levou o mundial e o ouro olímpico em 2008, promete bater de
frente. Andrew Murdoch, da Nova Zelândia, foi bronze nos campeonatos do mundo
de 2010 e 2011, e vem com força para completar o pódio, na briga com o
brasileiro Bruno Fontes e o argentino Júlio Alsogaray.
No RS: X Masculino, o brasileiro Bimba chega com força, mas
a competição é muito acirrada. Os principais favoritos são o holandês Dorian
van Rijsselberghe, primeiro colocado no mundial de 2011 e terceiro no de 2009;
o israelense Shahar Zubari, bronze em Pequim-2008; e o polonês Przemyslaw
Miarczynski, segundo colocado no mundial de 2010.
Nos 470 masculino, que não possui velejadores brasileiros,
os favoritos são os australianos Belcher e Page, ouro nos mundiais de 2010 e
2011. Seus concorrentes devem ser os britânicos Patience e Bithell, que foram
prata nos mundiais de 2009 e 2011. Para completar o pódio, a principal aposta é
nos croatas Fantella e Marenic, campeões do campeonato mundial de 2009.
Na categoria 49er, onde também não há atletas do Brasil, a
briga maior fica entre a Austrália, com Outteridge e Jensen, que foram ouro nos
mundiais de 2009 e 2011 e prata no de 2010, e a Espanha, com Martinez e Fernandez,
que levaram o mundial de 2010 e ficaram com a última prata olímpica da
categoria.
Nos 470 femininos, onde o Brasil “veleja por fora” com
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, o favoritismo fica com Espanha, com a dupla Pacheco
e Betanzos, campeã mundial de 2011 e vice em 2009, e Holanda, com Westerhof e Berkhout,
que faturaram os mundiais de 2009 e 2010.
Já na Laser Radial, o Brasil dificilmente conseguirá subir
no pódio. A favorita para o ouro é a holandesa Marit Bouwmeester, prata no
mundial de 2010 e ouro no de 2011. Outra com grandes chances de chegar ao topo
é a finlandesa Sari Multala, campeã em 2009 e 2010. A norte-americana Paige
Railey, bronze nos dois últimos campeonatos, deve completar ao pódio.
Na categoria RS:X feminina, onde temos Patrícia Freitas, a
briga pela ponta da tabela provavelmente se restringirá à espanhola Marina
Alabau, campeã mundial em 2009 e terceira colocada em 2011, a israelense Lee
Korzits, que levou o mundial do ano passado, e a experiente Alessandra Sensini,
segunda colocada no mundial de 2010 e medalhista de bronze em Atlanta-96 e
Atenas-04, prata em Pequim-08 e ouro Sidney-00.
A categoria Elliott 6m ainda deixa algumas dúvidas, por
estrear esse ano nos jogos. Os países que entram com maior força para subir no
pódio são o Reino Unido, ouro no mundial de 2010 e prata no de 2011; EUA, prata
em 2010 e ouro em 2011; e França, ouro em 2009 e bronze em 2011.
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