Londres-2012: Raio-X da seleção brasileira
Em
busca da inédita medalha de ouro, o Brasil participará dos Jogos Olímpicos
querendo não repetir campanhas passadas, onde chegou como favorita e fracassou
diante de seleções mais fracas
Por:
Eduardo Madeira Junior
Londres-2012:
Futebol Masculino
Lauro
Müller/SC
Mano Menezes será o comandante brasileiro em Londres (Reuters) |
O
papo já é velho e mais do que batido: a única conquista que falta ao futebol
brasileiro é o ouro olímpico. Já foram duas medalhas de prata e duas de bronze,
além de alguns fracassos monumentais, como em Atlanta 1996 e Sidney 2000, onde
o Brasil tropeçou nas próprias pernas.
Para
os Jogos de Londres, o contestado Mano Menezes assumiu a fria de tentar
conquistar a esperada medalha – possibilitando a saída de Ney Franco para o São
Paulo -, mas parece tranqüilo do que vai encarar na Europa.
Ciente
também da quantidade de talentos que tem em mãos, Mano Menezes procurou levar à
Londres os atletas de maior rodagem no time principal, esse é o grande motivo
da ausência de jogadores como Bernard do Atlético e Fernando do Grêmio,
jogadores que vem fazendo ótimo ano, mas não defenderam a seleção principal.
Confira
a seguir o Raio-X do elenco brasileiro feito pelo “Leitura Esportiva”:
GOLEIROS: Preocupante
Lesionado, Rafael Cabral não poderá buscar o ouro (Mowa Press) |
A
dor de cabeça mais recente de Mano Menezes está na meta. Rafael Cabral, goleiro
do Santos, foi cortado do elenco após sofrer lesão no cotovelo e Neto terá de
substituí-lo. A cria do Atlético Paranaense é inegavelmente um bom goleiro, mas
jogou muito pouco no último ano pela Fiorentina e terá de segurar a onda. Caso
um novo problema aconteça, Gabriel, que acabou de se transferir para o Milan,
terá de resolver.
Mano
acabou caindo do cavalo no quesito goleiro. Jefferson – ou qualquer outro
goleiro acima dos 23 anos - não foi convocado justamente por causa das atuações
convincentes de Rafael nos últimos amistosos. Agora, com o corte do goleiro,
todos podem pegar no pé de Mano e achar que sua decisão foi arriscada, mas
Rafael fez por merecer a vaga em Londres. Se a inatividade de Neto não pesar, o
Brasil estará em boas mãos. Mas e se pesar? Aí mora o problema.
DEFESA: Boa, mas inspira
cuidados
Os
defensores convocados para os Jogos Olímpicos mostram ao público duas visões. A
primeira é a de segurança e experiência de jogos internacionais que Thiago
Silva, Rafael e Marcelo têm. A outra visão é a do temor que Bruno Uvini e Juan
passam, além do destempero do próprio Marcelo – até por isso Alex Sandro foi
chamado.
Por
essas e outras que Thiago Silva é o ponto de equilíbrio da defesa brasileira,
mas sem parceiros e substitutos ideais, pode ficar sobrecarregado. A linha de
defesa Rafael – Thiago Silva – Juan – Marcelo é boa, mas não tem o mesmo peso
que o ataque tem, desequilibrando o time. A proteção de Rômulo e Sandro será
primordial para o sucesso brasileiro em Londres.
MEIO-CAMPO: Acima da
média
Com
as opções disponíveis para a posição, não é exagero nenhum dizer que o Brasil
tem, ao lado da Espanha, o melhor meio-campo dos Jogos Olímpicos. Na faixa de
contensão, Mano escolheu dois volantes que se completam: Sandro tem bom passe,
marca firme e já tem a experiência de jogar na Europa, enquanto Rômulo se
posiciona bem, é ágil e em suas chegadas ao ataque, apresenta bom chute de
longa distância. Na necessidade, o lateral Danilo pode quebrar um galho na
posição.
No
setor de criação, sobra talento. Oscar e Ganso são as maiores esperança para
assumir a mística camisa 10 nos próximos anos. A vertiginosa queda de Ganso fez
com que perdesse espaço para Oscar, que brilhou nos recentes amistosos. Porém,
a queda do santista e a indefinição de seu futuro podem prejudicar o Brasil na
competição.
Embora
tenha Neymar, se o meio-campo brasileiro não marcar, não armar, não cadenciar o
jogo... Enfim, se ele não funcionar como deve, o time “morrerá”.
ATAQUE: Falta um “algo
mais”
Principal nome brasileiro do momento, Neymar já é 'desafeto' dos torcedores ingleses (Reuters) |
Assim
como no meio-campo, talento não falta ao setor ofensivo do time, muito pelo
contrário, mas a necessidade e achar um centro-avante “rompedor” incomoda.
Leandro Damião caiu de produção e parou de marcar gols pela seleção, enquanto
Pato, quando não está contundido, está escondido em campo. As opções são boas,
mas pouco seguras.
Com
a indefinição do centro-avante, o peso cairá nas costas dos ponteiros. Hulk e
Neymar têm estilos diferentes, o que aumenta a variação de jogadas pelos lados.
Na direita, Hulk une força física, velocidade e chute potente. Na esquerda,
Neymar dispensa grandes apresentações, é o melhor jogador brasileiro na
atualidade. Lucas é o substituto direto da dupla, mas ainda não se firmou na
seleção, o que o torna mais uma incógnita do que um trunfo de Mano Menezes.
“+23”: Escolhas sensatas
Como
opções acima dos 23 anos, Mano levou três atletas que atuam na Europa. Foram escolhas
boas e sensatas, embora muitos esperassem ver outro zagueiro ou goleiro – essa última
vem dos oportunistas de plantão – no lugar de Hulk.
Thiago
Silva será o ponto de equilíbrio de uma defesa insegura, enquanto Marcelo
resolverá o problema crônico da lateral-esquerda, claro, se não perder a
cabeça. A dupla esteve em Pequim 2008 e podem conquistar mais uma medalha
olímpica. Na ocasião, levaram o bronze. A escolha mais contestada foi a de
Hulk. O meia-atacante do Porto chega para ocupar vaga que seria de Lucas, mas o
são-paulino ainda é muito papo pra pouca bola na sua própria carreira.
-
O que esperar dos adversários?
Egito: Quinta (26/07),
às 15h45
O
futebol egípcio vem em declínio desde os fracassos na Copa Africana de Nações e
a tragédia de Port Said, mas nos Jogos Olímpicos, tentarão reerguer o esporte
no país. A esperança do time é Mohamed Aboutrika, ídolo do Al Ahly, um dos
principais clubes do país. Porém, é um time frágil na defesa, qualquer marcação
pressão na saída de bola resolverá a vida.
Bielorrússia: Domingo
(29/07), às 11hs
Renan Bressan é a esperança de bom futebol dos bielorrussos (Reuters) |
Como
a maioria dos times inexpressivos da Europa, a Bielorrússia vai se defender,
recuar as linhas e buscar ataques esporádicos. Foi assim que se saiu bem no
Europeu Sub-21 e chegou a Londres. O criador de jogadas do time será o
brasileiro Renan Bressan. Após se naturalizar bielorrusso e jogar duas partidas
pelo time principal, o armador catarinense disputará seu primeiro torneio pela
Bielorrússia.
Nova Zelândia: Quarta
(01/08), às 10h30
Entra
competição, sai competição e a Nova Zelândia, sem importar a categoria, não
muda seu jeitão de jogar futebol. Time forte fisicamente, de pouca técnica e
inteligência quase nula com a bola no pé. Mas sempre é bom tomar cuidado com a
bola aérea. A defesa brasileira já passou sufoco com isso em jogos passados e
esse é o ponto forte dos neozelandeses.
E
vocês? O que esperam da seleção brasileira em Londres? Comente abaixo!
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