Phelps, Lochte, Cielo, Franklin... Confira o especial do LE com tudo sobre as competições de natação em Londres
Vinicius Carvalhosa
Natação
Rio de Janeiro/RJ
Em 2008, Michael Phelps foi soberano. Mais do que isso. Entrou para a história como o maior medalhista olímpico em uma só edição ao conquistar nada menos que oito ouros em Pequim no moderno Cubo D'Água. Quatro anos depois, o americano já não é mais o mesmo. Perdeu os holofotes até dentro da própria seleção nacional para o rival nas provas de borboleta e medley Ryan Lochte. Os dois encabeçam a sempre forte equipe dos EUA que deverá levar mais ouros do que qualquer outros país no Centro Aquático de Londres a partir do dia 28 de julho. Confira tudo sobre a natação nos Jogos Olímpicos de 2012 aqui.
Local
das disputas
O
Centro Aquático de Londres está longe de ter o glamour do Cubo
D'Água de Pequim. Com capacidade para 17.500 espectadores, o
complexo sediará também competições de saltos ornamentais, nado
sincronizado e pentatlo moderno (que tem a natação com uma das
provas). Tem como destaque o teto em formato de onda e a ponte por
cima dele por onde entra o público. Após o evento será
transformado em contro comunitário para deixar o legado para o
bairro de Stratford.
A
equipe brasileira
O
grupo do Brasil em Londres será pequeno. São apenas 13 homens e
quatro mulheres, com mais uma para a maratona aquática,
classificados para os Jogos. Em 2008, para efeito de comparação,
foram 14 homens e nove mulheres, além de duas para a maratona
aquática. Como você deve lembrar, Cesar Cielo surgiu para o mundo
em Pequim ao conquistar medalha de ouro (uma das apenas três do país
em todos os esportes na ocasião) nos 50m livre. Ele conquistou ainda
o bronze nos 100m livre, dando ao Brasil as duas únicas medalhas na
natação. Apenas em outras três provas tivemos brasileiros na
final: Thiago Pereira foi o quarto nos 200m medley; Kaio Márcio
ficou em sétimo nos 200m borboleta; e Gabriella Silva ficou em
oitavo nos 100m borboleta. Na maratona masculina, Allan do Carmo foi
apenas o 14º lugar, enquanto na feminina Ana Marcela Cunha foi a
quinta e Poliana Okimoto foi a sétima.
Agora,
Londres chega com boas chances para a equipe canarinho superar o
número de medalhas e finais da edição anterior, embora não seja
fácil. Além de Cielo ainda estar entre os melhores do mundo nos 50m
e 100m livre, sendo favorito nas duas provas (embora a concorrência
seja bem forte em ambas), vimos Felipe França despontar no último
ciclo olímpico: ele foi detentor do recorde mundia dos 50m peito
entre maio e julho de 2009 e levou o ouro na mesma prova no Mundial
de Esportes Aquáticos de 2011, em Xangai – já havia levado a
prata no Mundial de 2009. O nadador do Pinheiros certamente é um dos
favoritos ao ouro em Londres, embora não tenha ido tão bem nos 100m
(em Olimpíadas não existe prova de 50m peito). Thiago Pereira
decepcionou e ficou apenas com o sexto lugar nos 200m medley no
último Mundial, e não disputou os 400m. Ainda assim, pode brigar
por uma medalha em ambas as provas. Kaio Márcio ainda é o
recordista mundial dos 200m borboleta, mas em piscina curta. Parece
não conseguir transpor sua dominância para a piscina longa, e não
conseguiu chegar à final em Shangai, assim como Leonardo de Deus.
Entre
as meninas, a maior esperança deve vir mesmo da água salgada, onde
a experiente Poliana Okimoto vai disputar a maratona aquática.
Os
brasileiros que estarão em Londres são:
Cesar
Cielo – 50m livre, 100m livre, 4x100m livre
Bruno
Fratus – 50m livre, 4x100m livre
Daniel
Orzechowski – 100m costas
Felipe
França – 100m peito
Felipe
Lima – 100m peito
Henrique
Barbosa – 200m peito
Henrique
Rodrigues – 200m medley
Kaio
Márcio Almeida – 100m borboleta, 200m borboleta
Leonardo
de Deus – 200m borboleta, 200m costas
Marcelo
Chierighini – 4x100m livre
Nicolas
Oliveira – 100m livre, 4x100m livre
Tales
Cerdeira – 200m peito
Thiago
Pereira – 200m medley, 400m medley
Daynara
de Paula – 100m borboleta
Fabíola
Molina – 100m costas
Graciele
Herrmann – 50m livre
Joanna
Maranhão – 400m medley
Poliana
Okimoto – maratona aquática
Cielo quer morder outra medalha de ouro |
A equipe norte-americana
Como sempre, os EUA não estão para brincadeira. São 24 homens e 25 mulheres na delegação ianque, que tem a missão difícil de bater a marca de Pequim, onde conquistaram nada menos que 12 ouros, nove pratas e 10 bronzes.
Michael Phelps e Ryan Lochte vão se matar até a última braçada pelo ouro nos 200m e 400m medley. Phelps ainda disputará ainda os 100m e 200m borboleta, onde rivalizará com os compatriotas Tyler McGill, bronze no Mundial de 2011, nos 100m, e Tyler Clary, nos 200m. O fenômeno também competirá os três revezamentos, 4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley. Já Lochte participará ainda dos 200m costas, dos 200m livre e dos 800m livre. Na competição de costas também terá a companhia de Clary (bronze no ano passado), enquanto da de nado livre seu adversário dentro da própria equipe será Ricky Berens. Tanto Phelps quanto Lochte são favoritos para tudo que disputarem – além de provavelmente fazerem a dobradinha nas que se enfrentam.
Nos 50m livre, os EUA apresentam pouco
perigo para Cielo. Cullen Jones sequer se classificou para a
semifinal no Mundial de Shangai, enquanto o veterano Anthony Ervin só
participou de Olimpíadas uma vez há 12 anos atrás, em Sidney-2000.
Já nos 100m, Cielo terá mais trabalho com o mesmo Jones e o
experiente (embora jovem com 23 anos) Nathan Adrian. Mas nada que
possa realmente fazer frente ao brazuca.
Nos 400m livre, o veterano Peter
Vanderkaay e o jovem Connor Dwyer chegam sem muita moral. Nos 100m
costas, Nick Thoman chega como o quarto lugar no Mundial. Nos 100m
peito, os veteranos Eric Shanteau e Brendan Hansen voltaram das
cinzas. Nos 200m peito, os pouco conhecidos Scott Wetlz e Clark
Burckle apareceram pouco fizeram antes da seletiva olímpica agora em
2012.
Entre as meninas, Jessica Hardy
represtará o país ao lado de Kara Lynn Joyce nos 50m livre. As duas
tiraram a veterana Dara Torres, que pretendia disputar sua última
Olimpíada já tendo passado dos 40 anos. Nos 100m, Hardy estará ao
lado da jovem Missy Franklin, novo fenômeno da natação americana.
Nascida em 1995, a jovem já conquistou cinco medalhas, incluindo
três ouros, no Mundial do ano passado. Uma das vitórias foi nos
200m costas, e agora ela chega como favorita na prova mesmo com
apenas 17 anos. Ela vai disputar também os 200m livre e os 100m
costas.
Nos 200m livre, Franklin terá a
companhia de outro grande talento, Allison Schmitt. Com 22 anos, a
nadadora da Universidade da Geórgia parece cada vez mais madura para
brilhar. Nos 400m livre, Schmitt terá ao lado outra jovem brilhante,
Chloe Sutton, de 20 anos. Nos 800m livre estará presente a mais nova
joia americana, Katie Ledecky, de apenas 15 anos (nascida em 1997!).
Ao seu lado estará Kate Ziegler, bronze na prova no último Mundial.
Nos 100m costas, Missy Franklin terá como companheira de seleção e
adversária outra jovem, Rachel Bootsma, de 18 anos. Nos 200m,
Franklin vai encarar Elizabeth Beisel, mais jovem da delegação da
natação norte-americana em Pequim-2008, então com 15 anos. Agora
aos 19, ela chega mais forte.
Missy Franklin é o mais novo fenômeno norte-americano |
Nos 100m peito, Rebecca Soni (ouro em
Shangai) nadará ao lado da jovem Breeja Larson. Nos 200m, a
companheira de Soni (também ouro no Mundial) é Micah Lawrence. Nos
100m borboleta, Dana Vollmer foi ouro no Mundial, enquanto Claire
Donahue vai para sua primeira participação em Jogos Olímpicos. Nos
200m, Camille Adams e Kathleen Hersey são pouco experientes. Por
fim, o medley. Nos 200m, Ariana Kukors chega como grande favorita,
mas sua companheira Caitlin Leverenz também entra forte na briga. Já
nos 400m, Leverenz encontrará Beisel, atual campeã mundial.
Dá para notar que a equipe americana
possui muitos jovens com pouca experiência. Mas isso não significa
nada. Garotos e garotas não mais que adolescentes cansam de
surpreender em competições de natação, e com toda a tradição
dos EUA não dá para esperar menos deles. Afinal, superaram
concorrência fortíssima na seletiva local.
Os outros países
Naturalmente, os EUA são os grandes favoritos a levarem a maioria das medalhas. Porém, muitos outros países são tradicionais nas piscinas e chegam fortes em Londres.
Nos 50m e 100m livres masculinos, o australiano James Magnussen se mostra a grande ameaça à Cesar Cielo. O nadador teve ascensão meteórica desde que surgiu ao mundo no Pan Pacífico de 2010. É o atual campeão mundial da prova e chega como favorito. Outros australianos como Eamon Sullivan (50m) e James Roberts (100m) também podem dar trabalho. Fique de olho também no francês Amaury Leveaux (50m), Fabien Gilot e Yannick Agnel (100m) e no italiano Luca Dotto (50m e 100m).
Os outros países
Naturalmente, os EUA são os grandes favoritos a levarem a maioria das medalhas. Porém, muitos outros países são tradicionais nas piscinas e chegam fortes em Londres.
Nos 50m e 100m livres masculinos, o australiano James Magnussen se mostra a grande ameaça à Cesar Cielo. O nadador teve ascensão meteórica desde que surgiu ao mundo no Pan Pacífico de 2010. É o atual campeão mundial da prova e chega como favorito. Outros australianos como Eamon Sullivan (50m) e James Roberts (100m) também podem dar trabalho. Fique de olho também no francês Amaury Leveaux (50m), Fabien Gilot e Yannick Agnel (100m) e no italiano Luca Dotto (50m e 100m).
Entre as meninas, as três que ficaram
no pódio nos 50m no Mundial de Shangai chegam fortes para a prova: a sueca Therese
Alshammar e as holandesas Ranomi Kromowidjojo e Marleen Veldhuis.
Outras que merecem atenção são a também sueca Sarah Sjöström, a
britânica Francesca Halsall, a dinamarquesa Jeanette Ottesen e as
irmãs australianas Cate e Bronte Campbell. Ottesen é atual campeã nos 100m e favorita. A alemã Britta Steffen deve ser sua grande concorrente, além de Cate Campbell, Alshammar e Kromowidjojo.
Magnussen é a maior ameaça a Cielo |
Os 200m serão dominados por Lochte no
masculino, muito provavelmente. Seu maior desafio vem da parte do
alemão Paul Biedermann, do coreano Park Tae-Hwan e dos franceses
Yanninck Agnel e Amaury Leveaux.
No feminino, a italiana Federica Pellegrini domina. As australianas Kylie Palmer e Bronte Barratt
podem dar trabalho, assim como a francesa Camille Muffat, a sueca
Sarah Sjöström, a holandesa Femke Heemskerk, a alemã Silke Lippok.
Os 400m livre, sempre mais difíceis
de prever, contam com a presença sempre forte de Tae-Hwan, campeão mundial, além do chinês Sun Yang, do alemão
Paul Biedermann, do canadense Ryan Cochrane e do tunisiano Oussama
Mellouli. Entre as garotas, destaque novamente para Pellegrini, além das britânicas Rebecca Adlington e Joanne Jackson,
da francesa Camille Muffat, da australiana Kylie Palmer, da
dinamarquesa Lotte Friis e da neozelandesa Lauren Boyle.
Nos 100m costas, o francês Camille
Lacourt é o atual campeão mundial e desponta como favorito. O
britânico Liam Tancock, o alemão Helge Meeuw, o neozelandês Gareth
Kean, o japonês Ryosuke Irie, o australiano Hayden Stoeckel, o
holandês Nick Driebergen, o espanhol Aschwin Wildeboer, o italiano
Mirco di Tora e o grego Aristeidis Grigoriadis também são nomes a
se considerar. A competição feminina tem como destaque estrangeiro
a chinesa Zhao Jing, vencedora em Shangai. A russa Anastasia Zueva
não pode ser desprezada, assim como as australianas Emily Seebohm e
Belinda Hocking. Gemma Spofforth é a britânica mais capaz de dar
alegrias aos donos da casa nessa prova. A francesa Laure Manaudou e a
veterana zimbabuense Kirsty Coventry também chegam fortes.
O russo Arkady Vyatchanin, o chinês
Zhang Fenglin, o japonês Irie, o polonês Radoslaw Kawecki e o
italiano Sebastiano Ranfagni podem complicar para Lochte nos 200m
costas. Já entre as meninas, as australianas Hocking e Meagen Nay, a
holandesa Sharon van Hoouwendaal, a ucraniana Daryna Zevina, a
britânica Elizabeth Simmonds e a francesa Alexianne Castel são as
principais adversárias da fenomenal jovem americana Missy Franklin.
Nos 100m peito, o norueguês Alexander
Dale Oen seria o grande favorito por ser atual campeão mundial.
Porém, ele foi encontrado morto em maio deste ano nos EUA. Com a
tragédia, os nomes que pintam para levar o ouro são o italiano
Fabio Scozzoli, o sul-africano Cameron van der Burgh, o japonês
Kosuke Kitajima, o australiano Brenton Rickard, o húngaro Dániel
Gyurta e o lituano Giedrus Titenis. Nos 200m, Gyurta foi campeão em
2011, seguido por Kitajima e pelo alemão Christian von Lehn. Michael
Jemieson é a maior esperança dos anfitriões.
Dale Oen era o grande favorito antes da morte precoce |
Entre as meninas, a australiana Leisel
Jones pode dar trabalho a Rebecca Soni. A russa Yulia Yefimova, a
dinamarquesa Rikke Pedersen, a canadense Jillian Tyler e a holandesa
Moniek Nijhuis também possuem bons resultados recentes nos 100m. Nos
200m, além das já citadas Yefimova e Pedersen, destaque também
para a canadense Martha McCabe, a chinesa Sun Yue e a sérvia Nadja
Higl.
No borboleta, Phelps deve dominar e
deixar os outros brigando apenas pela prata. Em Pequim, o sérvio
Milorad Cavic quase tirou o ouro do americano nos 100m, e pretende
dar trabalho de novo em Londres. Porém, é mais fácil que o pódio
seja completado por nomes como o polonês Konrad Czerniak, o queniano
Jason Dunford, o japonês Takuro Fuji, o russo Yevgeny Korotyshkin, o
holandês Joeri Verlinden, o alemão Benjamin Stark ou o sul-africano
Chad Le Clos. Nos 200m, Phelps terá a concorrência do japonês
Takeshi Matsuda, dos chineses Wu Peng e Chen Yin, de Le Clos, do
polonês Pawel Korzeniowski, do austríaco Dinko Jukic e dos húngaros
László Cseh e Bence Biczó.
No lado feminino, as australianas
Alicia Coutt e Jessicah Schipper, a chinesa Lu Ying, a sueca Sarah
Sjöström, as britânicas Ellen Gandy e Francesca Halsall, a
dinamarquesa Jeanette Ottesen, a holandesa Inge Dekker e a
bielorrussa Aleksandra Gerasimenya são as mais perigosas para a
campeão mundial Dana Vollmer nos 100m. Nos 200m, a chinesa Jiao
Liuyang chega forte, com a concorrência da compatriota Liu Zige, das
britânicas Gandy e Jemma Lowe, da japonesa Natsumi Hoshi, das
húngaras Zsuzsanna Jákabos e Katinka Hosszú e da australiana
Schipper.
Por fim, o medley, outro terreno
dominado por Lochte e Phelps. Tanto nos 200m quanto nos 400m, a
dobradinha entre os dois é praticamente certa. Os estrangeiros
não-americanos terão de brigar pelo bronze com o brazuca Thiago
Pereira. Os principais nomes são os húngaros Cseh e David Verrasztó
(nas duas), o austríaco Markus Rogan (só nos 200m), o britânico
James Goddard (200m), o japonês Yuya Horihata (400m), o sul-africano
Le Clos (nos dois), o grego Ioannis Drymonakos (400m), o chinês Wang
Chengxiang (400m), o australiano Thomas Fraser-Holmes (400m) e o
britânico Roberto Pavoni (400m).
Entre as meninas, a australiana
Stephanie Rice costuma se dar bem tanto nos 200m quanto nos 400m. Sua
compatriota Alicia Coutts (200m) dá trabalho. A chinesa Ye Shiwen é
mais perigosa nos 200m, mas também estará nos 400m – enquanto Li
Xuanxu também vai a Londres (400m). A espanhola Mireia Belmonte
García (nas duas provas), a húngara Katinka Hosszú (nas duas), a
britânica Hannah Miley (nas duas), a tcheca Barbora Zavadova (400m),
a canadense Erica Morningstar (200m) e a zimbabuense Kirsty Coventry
(200m) são nomes a ficar de olho.
Stephanie Rice quer recuperar a boa forma |
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