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Um texto escrito por fãs

Alessandro Zanardi conquistou a medalha de ouro na Paralimpíada de Londres, e emocionou muita gente mundo afora. Os colunistas Lívio Galdeano e Rodrigo Vilela, além do jornalista Cleyton Santos comentam sobre o que a história do italiano demonstra para o mundo


Alessandro Zanardi comemora medalha de ouro conquistada na Paralimpíada de Londres
(FOTO: Alastair Grant/Associated Press)
por Cleyton Santos, Lívio Galdeano e Rodrigo Vilela
de São Paulo/SP

Alessandro Zanardi pode ser considerado como um dos esportivas mais queridos pelo público, quando o assunto é automobilismo. O acidente em Lausitzring nas 500 Milhas da Alemanha, pela ChampCar em 2001 e principalmente, sua recuperação e sua força de vontade fizeram com que ganhasse admiradores mundo afora.

Hoje foi o dia que Zanardi esperava: Uma competição paralímpica. E ele conquistou a medalha de ouro. Um feito que deixou três representantes do Leitura Esportiva emocionados. 

Confira o que cada um dos três tem a dizer sobre o que lembrar de Alessandro Zanardi.

Cleyton Santos: "Uma lenda"

Me lembro bem da corrida de Lausitzring, aquele acidente faltando poucas voltas para o final. A data me foge na mente, mas acho que foi na mesma semana do atentado para as Torres Gêmeas do WTC, em Nova York. Mas voltemos à Alemanha.

Me lembro do choque, e que também fiquei um bom tempo sem assistir corridas em ovais, após o acidente. Sei lá, não curtia, parecia que havia perdido o (pouco de) nexo ver eles dando voltas e mais voltas.

Depois com o tempo, voltei ao normal. Mas aquele acidente nunca fugiu da minha mente. Muitos fãs tem o acidente de Senna na Tamburello como maior lembrança de acidente. Eu tive a de Zanardi.

Anos mais tarde, vejo o que Zanardi virou: Não virou nada. Nada porque ele simplesmente não mudou. Continuou sendo o mesmo cara competitivo, só que agora em outros campos, outrora desconhecidos.

Zanardi conquistou o ouro paralímpico na prova "contra-relógio" em Brands Hatch, e isso o fez virar uma lenda, talvez não em resultados, mas em histórias.

Se bem que em Jogos Paralímpicos, ganhar uma medalha ou não é apenas um detalhe, pois todos ali são vencedores.

Lívio Galdeano: "Exemplo de superação de dificuldades para todos"

Lembro-me de acompanhar quase todas as provas da antiga CART desde 1996 quando o SBT fazia a transmissão de todas as corridas ao vivo e na íntegra, algo que há muitos anos não acontece na televisão. Zanardi era um dos pilotos que mais se destacavam e ganhou os campeonatos de 97 e 98 mostrando muita qualidade, sem contar que todos gostavam quando ele vencia as provas e comemorava dando uma sequência de cavalos de pau.

Quando retornou pra Fórmula 1 em 1999 todos aqueles que admiravam seus feitos nos Estados Unidos ficaram surpresos com o péssimo desempenho dele pela Williams, que resultou em sua demissão ao final da temporada depois de não marcar ponto algum na temporada.

Seu retorno à CART em 2001 ocorreu sem o destaque que se esperava do piloto que dominou a categoria em 97 e 98, até que o trágico acidente ocorreu na Alemanha, foi um choque para todos, as fotos do carro já demonstravam que as pernas dele tinham sido estraçalhadas com o impacto. Todos pensaram que ele morreria, já foi motivo de alegria ele ter sobrevivido apesar da perda das pernas, mas a situação foi mais emocionante quando passou a competir com um carro adaptado no Mundial de Carros de Turismo (WTCC).

Agora sua história no ciclismo paralímpico chamou a atenção. Com toda certeza, Zanardi é um dos esportistas mais conhecidos desses Jogos Paralímpicos, e quis o destino que sua medalha de ouro viesse em uma prova disputada em um circuito que já recebeu provas da Fórmula 1 e de inúmeras categorias. Hoje o mundo está feliz com a superação e vitória de Zanardi, já que o italiano é um exemplo de superação de dificuldades para todos.

Rodrigo Vilela: "Os amantes do esporte a motor, já o definem como um herói"

Há 10 anos, um acidente quase lhe tirava a vida. Foi em Lausitz, no Eurospeedway alemão, que Alessandro Zanardi sofreu um dos acidentes mais terríveis de todos os tempos.

No trajeto até o hospital, sete paradas cardíacas e 75% a menos de sangue no corpo. 45 dias em coma e uma certeza: recomeçar a vida sem as pernas.

Para um mero mortal, como muitos de nós (eu vi o acidente e estava crendo na fatalidade), uma tarefa quase impossível. Mas para quem tem força de vontade, apenas um obstáculo a ser vencido. É assim com milhões de pessoas no mundo todo. Foi assim com Zanardi.

O bicampeão da Cart World Series, em 1997 e 1998, recomeçou a vida. Primeiro, em um BMW adaptado, no Mundial de Turismo da FIA. Ali, o italiano já começou a ganhar muito mais que fãs. Ganhou admiradores da sua superação.

Mas quem diria que o melhor estaria por vir em um veículo bem mais lento: uma handbike!!

E nesta quarta-feira (dia 05), o ápice dessa superação: uma medalha de ouro paralímpica! Em Brands Hatch, circuito que lhe deu a primeira pole em uma categoria internacional (na F-3000 em 1989), Zanardi botou mais de 27 segundos sobre o segundo colocado para faturar seu primeiro ouro nos Jogos. Ele ainda pode ganhar outros dois.

Mas quem se importa? O mundo, em especial, os amantes do esporte a motor, já o definem como um herói. Afinal, quem não gritou hoje a célebre frase "Zanardi é ouro"!! Eu mesmo fui um dos milhares que se emocionaram com a conquista do italiano.

Sim, um italiano. Mas repleto de fãs por todo o mundo!!

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