Traffic entra em momento de crise e naufrágio em negócios
Prejuízo com jogadores faz com que Traffic demita muitos
funcionários e faça cortes em clube-formador
Por Caio Caetano
Rio de Janeiro/RJ
Desde o fim de 2011, a Traffic vem enfrentando grande
crise financeira, o que vem causando demissões de funcionários e até cortes no
seu clube-formador, Desportivo Brasil.
Com prejuízos seguidos, a empresa precisou se
estabilizar. Por isso, muitos nomes foram demitidos após a saída do ex-presidente
Júlio Mariz sair e outros saíram por conta própria. A lista tem: Felipe Faro
(diretor de negócios com 12 anos de casa), Geraldo Goes (diretor jurídico com
20 anos de casa), Pita (coordenador do Desportivo Brasil), Darío Pereyra
(observação de atletas), João Caetano (gerente de patrimônio) e Mauro Holzmann
(marketing), entre outros.
O nome dessa demissão em massa de funcionários, é chamado
de “facão”. O que aconteceu em vários
departamentos da empresa. No fim de outubro de 2011, a empresa demitiu, em uma leva, 25 funcionários das mais
diversas funções. Jornalistas, faxineiros e até cozinheiros entraram no corte.
Os departamentos de redação e captação de jogadores foram desativados.
Ao site Terra, Felipe Faro preferiu não comentar sua
saída da Traffic: “Não me sinto confortável para falar, já estou em outro
emprego. Saí sem problemas, tudo tranqüilo e a decisão foi minha. Não quero
falar sobre outras questões”, disse o atual superintendente de esportes do
Santos Futebol Clube.
Sobrou
também para o seu clube-formador, o Desportivo Brasil.
Alvo de redução de investimento, o clube da empresa, que
forma talentos no futebol para gerar lucro para a empresa pode estar perto da
falência depois de demissões e até dispensas de jogadores.
Lenny é um ex jogador do Desportivo Brasil |
A demissão que mais chamou atenção, foi a do diretor
Pita, que coordenava o projeto desde seu início, e criticou a Traffic.
"O trabalho era excelente, teve sucesso. O único da
Traffic com sucesso. Acho que pelo que vem acontecendo, a Traffic vive uma
crise, sim. É auditoria, mudanças, tudo"
Pita critica porque o clube vinha tendo bons resultados e
até jogadores convocados para seleções de base. "A maioria das pessoas
saiu, eram as pessoas que começaram o projeto. Nós que iniciamos e dava certo,
formamos grandes times. Foi um problema da Traffic".
A empresa procura negociar seus jogadores para limpar a
folha salarial, já que nenhuma boa negociação se concretizou.
Principais
prejuízos
A empresa de marketing esportivo vem tendo uma série de
prejuízos com jogadores. Mas, segundo ex-funcionários da empresa apontam a perda
da Copa América como o principal motivo para a atual crise financeira.
A empresa, desde 1987, era responsável pela
comercialização dos direitos de transmissão do torneio. Só em 2011, 54 países
compraram a transmissão e a empresa viu seu negócio crescer 40%, mas perdeu
espaço.
Hawilla foi chamado de ingrato e perdeu Copa América |
Em novembro de 2011, a Conmebol emitiu uma nota que apontava
Jota Hawilla(foto), presidente da Traffic, como persona
non grata e repassou a comercialização dos direitos à empresa paraguaia
Full Play.
Os direitos podem parar nas mãos de Kléber Leite, dono do
grupo de marketing esportivo chamado Klefer. “Já temos uma parceria com eles,
que é para o Superclássico das Américas (amistosos entre Brasil e Argentina).
Há a possibilidade de isso se estender também para a Copa América, sim",
afirmou Kléber ao site Terra.
O investimento apostado em Ronaldinho Gaúcho foi o motivo
do rompimento da parceria da empresa com o Flamengo. A empresa arcava com 75%
dos salários do R10, mas demorou na hora de conseguir parcerias para explorar a
imagem do craque. Traffic e Flamengo romperam a parceria depois de os direitos
de imagem de Ronaldinho atrasar por seis meses seguidos.
O Maracanã também foi um projeto que não deu certo, por causa do rompimento
da parceria com o Flamengo, já que a empresa imaginava a parceria com o clube um caminho para se tornar a
administradora do Maracanã. As entradas de Eike Batista e da IMX no negócio
deixaram o desejo da Traffic mais complicado.
A parceria com Fluminense e Palmeiras também teve
prejuízo a Traffic, sobre tudo com o time paulista. Só no Palmeiras, nomes como:
Diego Souza, Jefferson, Rivaldo e Lenny não vingaram. As negociações de
Keirrison e Henrique, foram os negócios mais lucrativos, já que os jogadores
foram repassados ao Barcelona, porém não foram aproveitados pelo time catalão
que fez questão de acabar com a parceria.
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