E o Robben amarelou... de novo!
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Ao
desperdiçar um pênalti na prorrogação da final da UEFA Champions League, o
holandês Arjen Robben colocou em sua coleção mais um fracasso em momentos
decisivos da carreira.
Por:
Eduardo Madeira Junior
Lauro
Müller/SC
Futebol Internacional
Robben lamenta o vice-campeonato (DPA) |
Admiro
demais o futebol de Arjen Robben, mas por acompanhar atentamente a Bundesliga,
posso dizer, com alguma propriedade, que o holandês é, por vezes,
supervalorizado. O camisa 10 do Bayern não faz só aquela jogadinha manjada de
cortar pra canhota e finalizar como alguns dizem, mas também não é um jogador
capaz de tirar um “coelho da cartola” e decidir o jogo num lance ousado.
Robben
é muito veloz, habilidoso e tem uma perna esquerda mortal. É bom de bola? Sem
dúvida! É craque? Não o daria tal status. O que tem faltado ao holandês é um
nível de decisão que outros conterrâneos, como Cruyff e van Basten possuíam.
Confira
abaixo, uma série de “amareladas” de Arjen Robben.
Robben - Liverpool v Chelsea - 2007 por edumtjunior
Após
vencer na ida das semifinais da UEFA Champions League 2006/2007 por 1x0, o
Chelsea, na época treinado por José Mourinho e com Robben no elenco, foi
derrotado na volta pelo Liverpool pelo mesmo placar que vencera no jogo
inicial. Isso forçou a prorrogação e a disputa de pênaltis
.
Os
Reds lideravam a série pelo placar
mínimo, até que Arjen Robben foi para a bola. Já naquela época, o holandês
cobrou no velho estilo: perna esquerda e no canto esquerdo do goleiro. Na então
oportunidade, o espanhol José Reina se saiu melhor e catou a cobrança.
O
camaronês Geremi desperdiçaria mais um pênalti para o Chelsea e o Liverpool chegava
à final do Champions League.
Anos
mais tarde, Arjen Robben chegava à Copa do Mundo de 2010 com moral. Mesmo
vice-campeão europeu com o Bayern, o holandês chegava com status de astro do
time e junto com Sneijder, esse sim campeão continental, tinha tudo para levar
a Laranja Mecânica ao primeiro título
mundial.
Na
final diante da Espanha, a “pipocada” de Robben não foi em um pênalti, onde o
psicológico acaba pesando mais do que a técnica, mas sim em um lance fatal, de
frente com o goleiro Casillas. O passe preciso de Wesley Sneijder ocasionou o
lance citado anteriormente e o meia do Bayern, sozinho com o arqueiro espanhol,
não teve a frieza típica dos grandes jogadores e perdeu o que poderia ser o gol
do título.
O
final todos conhecem: Espanha campeã com gol de Andrés Iniesta.
As
próximas “pipocadas” viriam a acontecer nos dois jogos mais importantes do
Bayern na temporada 2011/2012.
A
primeira foi em abril. O Bayern, em grande reação na Bundesliga, estava
perdendo para o líder Borussia Dortmund pelo placar mínimo. Aos 40 minutos da
etapa final, pênalti para a equipe bávara. Robben, imediatamente, pegou a bola
e foi para a cobrança. Assim como em 2007, o holandês cobrou no canto esquerdo
do goleiro, só que mais rasteiro e fraco. O injustiçado Roman Weidenfeller foi
na bola e defendeu.
A
derrota no Signal Iduna Park foi praticamente o golpe final do Dortmund na
Bundesliga, que rodadas mais tarde se sagraria bicampeão nacional.
A segunda foi neste sábado (19). O Bayern dominou completamente a final da UEFA Champions League, mas faltou um “algo mais” para derrotar o Chelsea no tempo normal. O 1x1 forçou a prorrogação e no tempo extra, um pênalti. Assim como em Dortmund, Robben pegou a bola e sem se importar com a pressão do estádio e com o peso da final, foi cobrar. Não deu outra: o holandês jogou em cima de Cech, que defendeu a cobrança.
Minutos
mais tarde, o Chelsea se sagrou campeão europeu na casa do Bayern.
Não
é bom considerarmos Robben como vilão pela derrota bávara, aliás, nunca é bom
tentarmos encontrar vilões em momentos como esse, mas o fato é que o penal
desperdiçado por ele deu uma derrubada no Bayern.
Não
serão duas ou três Salvas de Prata que farão com que o holandês dê a volta por
cima e suba no conceito do torcedor do Bayern. Os bávaros querem a Champions
League e nos últimos anos o time teve duas chances e desperdiçou ambas as oportunidades,
sendo que a segunda foi na sua casa e tendo um pênalti a seu favor em uma hora
decisiva da partida.
A
dívida de Robben com o torcedor e com si próprio era pequena, mas após esta
temporada, ela se tornou gigantesca e difícil de sanar. Ou ele dá a volta por
cima ou entrará para a história do futebol como um legítimo “pipoqueiro”.
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