Sem cerimônias, Real Madrid sagra-se oficialmente campeão espanhol pela 32ª vez em sua história. Abaixo, a análise de cada jogador e sua importância no primeiro título nacional da Era Mourinho.
Victor Mendes
Duque de Caxias/RJ
Créditos da imagem: Getty Images
Duque de Caxias/RJ
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O Real Madrid garantiu nesta quarta-feira seu 32º título espanhol, o primeiro sob o comando de José Mourinho. A vitória maiúscula contra o Athletic Bilbao
deixa os merengues com sete pontos de vantagem sobre o Barcelona,
exatamente o necessário para a festa. O palco em Cibeles já está
montado: a comemoração do título acontecerá amanhã às 19h local. O
português chegou a uma marca histórica: o segundo treinador da história
do futebol europeu a conquistar pelo menos uma liga em quatro países
diferentes. Com o título de hoje, Mourinho adiciona ao seu vasto e
vitorioso currículo sua sétima liga nacional.
Com duas rodadas de antecedência, o Real Madrid volta a levar a Liga
BBVA, quebrando a sequência de três títulos do Barcelona. A taça
consolida o domínio perante o rival azulgrená: são onze campeonatos a
mais que os barcelonistas. Agora, cada clube possui 77 títulos em seus
palmarés. O Quatro Tiempos e Leitura Esportiva falam da contribuição de cada jogador para a campanha
vitoriosa e mostra quem foram os destaques:
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Cristiano Ronaldo - 36 jogos - 44 gols
Melhor jogador indiscutível da equipe e, ao lado de Messi, do
campeonato. Quebrou sua melhor marca de gols na Espanha, mostrou
personalidade e atitude nos momentos mais delicados, problemas nos quais
sempre era criticado, e decidiu um superclássico no Camp Nou,
conquistando definitivamente o respeito da torcida. Cada vez mais
maduro, melhor futebolista, menos individualista e, sobretudo, mais frio
na hora de tomar as decisões. Um craque.
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Iker Casillas - 36 jogos - 30 gols sofridos
Não foi uma temporada impecável do capitão, até porque o Real Madrid não
sofreu à exaustão como em temporadas anteriores. Porém, quando
precisava, lá estava Casillas. A defesa num chute de Xavi poderia mudar o
rumo do superclássico que decidiu a Liga. É o melhor goleiro do mundo.
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Sergio Ramos - 33 jogos - 3 gols
Mourinho tirou Sergio Ramos da lateral direita e o devolveu à zaga, onde
começou na base do Sevilla. Comparado a Hierro, se consolidou. Mostrou
segurança, obediência tática e um físico impressionante. É unanimidade
que essa foi sua melhor temporada desde que chegou a Chamartín.
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Pepe - 28 jogos - 1 gol
A evolução de Pepe com José Mourinho foi ratificada. Sensacional a
temporada do luso-brasileiro, tantas vezes criticadas. Esteve menos
explosivo, apesar da pisada desnecessária em Messi no
confronto da Copa do Rei, e mais confiante. Rápido e eficaz no jogo
aéreo, é xodó de Mourinho, que confirmou que, enquanto treinar o Real
Madrid, o clube não irá se desfazer do zagueiro. Sua atuação no
superclássico foi um divisor d'águas na carreira do alagoano.
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Karim Benzema - 32 jogos - 20 gols
Temporada de consagração do francês. Classudo, frio e decisivo. Ágil,
inteligente e homem-gol, conseguiu um número destácavel de gols na
temporada (são 33, por ora) mesmo atuando ao lado de Cristiano Ronaldo. O
gol à Van Basten marcado em Pamplona ante o Osasuna foi eleito o mais
bonito da temporada espanhola.
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Xabi Alonso - 34 jogos - 1 gol
Maestro. Não há outra característica que define Xabi Alonso. O volante é
tratado como especial por Mourinho: é o único jogador do elenco com
capacidade de criar o jogo e associar ao rigor defensivo. Imprenscidível
para o treinador português, é dele que nasce a maioria dos
contra-ataques merengues.
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Mesut Özil - 34 jogos - 1 gol
A qualidade de sua canhota é um tesouro para o futuro do Real Madrid. O
arquiteto merengue teve uma nítida progressão em seu futebol a partir de
2012. Aproveitou a lesão de Di María, ganhou mais confiança e não saiu mais da equipe titular. Responsável pela assistência da temporada, é, depois de Casillas, o jogador mais idolatrado pela torcida blanca.
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Marcelo - 30 jogos - 3 gols
Uma das chaves dos êxitos madrilenhos. Oferece alternativa ao início das
jogadas - sempre limitada a Xabi Alonso - e é um sócio perfeito para
Cristiano Ronaldo no flanco esquerdo. Ousado, melhorou notoriamente suas
prestações defensivas. Caiu de nível na reta final de temporada, mas
tem créditos. É um excelente jogador.
Ángel Di María - 21 jogos - 5 gols
Até se lesionar, era o melhor jogador da equipe.
Agressivo, vertical, desequilibrante, é ameaça constante para o sistema
defensivo adversário. Caiu substancialmente de produção após a segunda
lesão, em janeiro, mas não viu em Callejón e Kaká um substituto à
altura. Peça-chave no futuro merengue se o estado físico permitir.
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Gonzalo Higuaín - 33 jogos - 22 gols
Apesar de não ter sido titular, possui mais gols até que Benzema na Liga
Espanhola. Garantia de gol, é um substituto à altura do francês e
concede ao Bernabéu virtudes que os aficionados sempre valorizaram:
agressividade, amor à camisa e caráter competitivo. Deve estar de saída
para o PSG, mas vai pela porta da frente. Reserva de luxo.
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José Maria Callejón - 24 jogos - 5 gols
Espécie de 12º jogador e trunfo de Mourinho, chegou a ser titular em períodos de dezembro e novembro
devido à má fase de Özil e a irregularidade de Kaká. Única contratação
de 2011/2012 que merece nota destacável, o canterano mostrou serviço
sempre que utilizado e atitude. Irá permanecer para a próxima temporada,
pois tem a confiança de Mourinho.
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Sami Khedira - 27 jogos - 2 gols
Primeira opção para acompanhar Xabi na volância, é esforçado, apesar de
limitado tecnicamente. Bom recuperador de bola, mostrou na temporada uma
maior ofensividade nas jogadas de ataque. Marcou no Camp Nou naquele
que talvez foi seu melhor momento desde que foi contratado.
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Kaká - 26 jogos - 5 gols
Irregular durante toda a temporada, ganhou mais oportunidades do que em
outros momentos com Mourinho. Seu ciclo em Madrid chegou ao fim e deverá
ser apagado da memória do brasileiro. Chegou como esperança e saiu como
terceira opção para Mourinho. Teve momentos bons, com lampejos do Kaká melhor do mundo, mas deixou - e muito - a desejar.
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Fábio Coentrão - 19 jogos
Opção A na Champions; revezamento com Marcelo na Liga. Suas atuações em
âmbito europeu não foram das melhores, mas ganhou pontos devido ao
objetivo cumprido no Camp Nou: teve atuação sobressaliente três dias
após ser duramente criticado por imprensa e torcedores pela desastrosa
partida em Munique. Anulou Daniel Alves.
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Esteban Granero - 16 jogos
É reserva, mas sempre que utilizado mostrou serviço. Dá um dinamismo
diferente ao meio-campo quando utilizado mais recuado, ao lado de Xabi.
Sabe prender a bola e a hora de tocar. Crucial contra adversários com
proposta de jogo defensiva. Por pouco não saiu no inverno, mas foi
garantido por Mourinho. Seu futuro é uma incógnita.
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Álvaro Arbeloa - 25 jogos
Se recuperou na reta final, mas deixou a desejar em vários momentos. A
busca da diretoria merengue por um lateral tem justificativa: Arbeloa
não é os dos mais confiáveis. É provável que não seja titular em
2012/2013
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Raphael Varane - 8 jogos - 1 gol
O futuro merengue na zaga passa pelo francês. Está aqui devido a pouca
participação, mas mostrou ter futebol. Com 18 anos, não se assustou com a
pressão de jogar num dos maiores clubes do mundo. Veloz, obediente
taticamente, bom no jogo aéreo, marcou um belo gol contra o Rayo
Vallecano, no primeiro turno.
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Lassana Diarra - 17 jogos
Um dos homens de defesa de Mourinho, teve melhor rendimento na lateral
direita do que na volância, onde não ajuda nem na criação nem na
marcação. Esteve fora em todos os jogos da reta final de temporada e
dificilmente permanece no clube para a próxima temporada.
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Ricardo Carvalho - 7 jogos
Só jogou até novembro. Depois, se lesionou e sumiu. Nota 8,0 em
2010/2011, mas, dessa vez, não conseguiu jogar por conta das lesões. Não
irá permanecer na capital.
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Nuri Sahin - 3 jogos
A grande decepção da temporada. Não pelo o que jogou, e sim pelo o que
não jogou. Pouco utilizado por Mourinho, foi castigado pelas lesões.
Chegou com pompa até de titular, mas ficou nas expectativas Mostrou
trabalho quando utilizado na LC contra o Apoel, mas muito pouco. Deve
retornar ao Borussia Dortmund.
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Raúl Albiol - 3 jogos
Aos 26 anos, perdeu espaço para zagueiros e laterais mais jovens
*****
José Mourinho
Novamente preciso, o técnico português sempre tomou as decisões certas
nos
momentos importantes. Merece inteiramente sua primeira Liga Espanhola.
Montou uma equipe forte fisicamente, letal no contra-ataque e goleadora.
São 112 gols na Liga Espanhola, maior marca da história do futebol
espanhol. Conseguiu quebrar a hegemonia blaugrana e fica em Chamartín
para a missão mais ambiciosa de Florentino: dar uma Champions League ao
Real Madrid.
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