Mark Webber vence em Mônaco e prova como a atual temporada está equilibrada
Vitória até certo ponto monótona do australiano em Monte Carlo quebra recorde na categoria e embola ainda mais o campeonato
Por Leandro Gomes
Rio de Janeiro/ RJ
Mark Webber suportou a pressão de Nico Rosberg e venceu em Mônaco. Foto: Reuters. |
Mônaco é assim: se não chover ou não houver muitos
abandonos, as coisas tenderão a ser um pouco monótonas. Ok, é verdade que muita
gente abandonou — oito no total, recorde na temporada —, mas a maioria deles
nem estava na luta pelos pontos; além disso, mal chuviscou na ruas de Monte
Carlo. Sendo assim, os fãs tiveram de se contentar com uma corrida um pouco
parada e abaixo das expectativas iniciais. Nem mesmo o fato de os seis
primeiros colocados andarem a parte final da prova um praticamente juntos adiantou
para que o show melhorasse, pois os pilotos preferiram não arriscar muito e manter
suas posições.
Bom para Mark Webber. O australiano obteve uma vitória de
certo modo até tranquila. Largou bem, manteve a dianteira e apenas teve de se
preocupar com algumas investidas de Nico Rosberg, segundo colocado. Como o
alemão também não parecia muito interessado em forçar muito o ritmo para tentar
uma arriscada ultrapassagem no apertado traçado de Mônaco, a missão do piloto
do Red Bull acabou não sendo tão árdua. Seu maior momento de apreensão foi
segurar os cinco pilotos que vinham logo atrás dele, mas Webber se manteve tão
calmo que não cometeu erros e tornou o fim da prova, que prometia muito, até
mesmo um pouco frustrante.
A vitória de Webber, porém, significa muita coisa. O
campeonato está equilibradíssimo, como o recorde quebrado hoje prova: nunca na
história da Fórmula 1 seis pilotos diferentes venceram as seis primeiras
corridas, algo que a categoria acabar de ver acontecer agora, em 2012. Com
isso, o campeonato está totalmente embolado. Um incrível Alonso é o líder, com
76 pontos, mas sem abrir muita diferença para seus concorrentes: o espanhol
está seguido de Vettel e Webber (73 pontos cada), Hamilton (63) e Rosberg (59).
Até Kimi Raikkonen, que obteve um discreto nono lugar hoje, está na briga,
embora não tenha vencido na temporada: possui 51 pontos, graças aos dois pódios
já conquistados até agora.
A falta de uma equipe dominante está deixando o
campeonato em aberto. Muito disso vem ocorrendo graças ao fato dos favoritos
não conseguirem se sobressair. Não houve ninguém que não tenha oscilado entre
altos e baixos. A McLaren teve a chance de disparar no começo da temporada,
quando parecia ter equipamento superior aos demais, mas não aproveitou a chance
e está no bolo com outras equipes. E acredite: do jeito que estão as coisas,
até mesmo um Fernando Alonso, longe de ter o melhor carro, ou um Nico Rosberg,
piloto ainda subestimado na categoria, podem levar o título ao fim do ano.
Os destaques não foram muitos. Devem ser citados o nome
de Fernando Alonso e Sebastian Vettel. O primeiro, por ter conseguido galgar
posições e arrancado o pódio (chegou em terceiro) das mãos de Lewis Hamilton
após uma ultrapassagem nos boxes. O segundo, por ter saído bem de trás e ter
chegado em quarto: sua boa largada e uma boa estratégia permitiram ao alemão ganhar
um bom punhado de posições. Os pilotos da Force India também foram muito bem:
os indianos pontuaram tanto com Paul Di Resta (sétimo) e Nico Hulkenberg
(oitavo), o que é um ótimo resultado para uma equipe mediana. Certamente não
estão sentido falta de Adrian Sutil, pois ambos os pilotos estão dando conta do
recado.
Os brasileiros hoje se saíram bem. Felipe Massa fez sua
melhor prova no ano e chegou em sexto. Não foi um belíssimo resultado e nem
salva sua pele na Ferrari, mas sua ótima largada e a prova consistente,
chegando até a pressionar seu companheiro Alonso na primeira metade da prova,
já lhe dão mais segurança e confiança para conquistar melhores posições no futuro.
Já Bruno Senna chegou em décimo, conquistando um pontinho para a Williams. Pode
ter sido pouco para as pretensões da equipe, mas se lembrarmos que ele não teve
uma boa posição de largada (décimo terceiro) e ainda chegou a ser ultrapassado
por alguns pilotos nos boxes após ótima largada, quando ganhou três posições, podemos
considerar que o brasileiro ficou no lucro. Chegar na zona de pontuação, mesmo
tendo conquistado pouca coisa, no seu caso, até que foi bom.
Daqui a duas semanas será disputado o GP do Canadá, que
geralmente proporciona as melhores corridas das temporadas da F1. E
sinceramente, não seria surpresa se um sétimo piloto diferente vencesse em
Montreal: afinal, nunca é demais lembrar que Lewis Hamilton ainda não venceu na
temporada. E por mais que a McLaren não esteja passando por uma fase boa, o
arrojado inglês pode se dar muito bem no veloz circuito canadense, onde já
venceu duas vezes na carreira. A conferir.
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