O maior desafio da seleção não é o ouro olímpico, Copa das Confederações ou do Mundo. É recuperar o laço rompido com o torcedor brasileiro
Por Caio Cidrini
Rio de Janeiro/RJ
Bandeirinhas nos postes.
Calçadas e ruas pintadas de verde e amarelo. Na casa, a família reunida com
cerveja e refrigerante gelados. Crianças com tinta no rosto e fitinhas na
cabeça. A bola passa pelo goleiro e todos vibram: gol do Brasil! Cena cada vez
mais rara, talvez em extinção no país do futebol
.
A identificação do torcedor –
e cidadão – com a seleção brasileira enfraqueceu em meados dos anos 2000. Antes
a esquadra canarinho era o orgulho da nação com seus craques venerados e
comemorados em caminhões de bombeiros, estádios lotados e até ferramenta dos
governantes para incentivar o nacionalismo.
A seleção precisa recuperar o orgulho do cidadão brasileiro |
O futebol é, hoje, mais
significativo para os torcedores na atuação dos clubes do que da seleção. O
problema está no próprio patriotismo. Se a marca do clube é lucrativa e valiosa
no mercado, o torcedor se orgulha e comemora, pois ele quer ser melhor que seu
rival.
Mas a comercialização da
seleção do Brasil fere os brios do torcedor. Partidas contra adversários
inexpressivos e para empresário faturar não nos agradam. Contratos milionários
que deram indisciplina e conflitos de interesse muito menos. Os profissionais,
diretores, treinadores e jogadores, esqueceram que defendem mais que uma
equipe, defendem um povo. Sabendo disto,
o brasileiro não perdoa. E quando a pátria descalça as chuteiras, todos perdem.
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