EURO 2012: Ausência de craques e chave cruel fazem da Dinamarca azarão
Somente milagre semelhante ao de 1992 pode levar a seleção escandinava à fase de mata-mata.
Diego Henrique de Carvalho
Taboão da Serra/SP
Taboão da Serra/SP
Grupo B
“Nós temos que mandar uma mensagem forte para os nossos adversários”. Essas foram as palavras do treinador da Seleção da Dinamarca, Morten Olsen, quando indagado sobre a força dos concorrentes que terá de enfrentar logo na primeira fase da Eurocopa 2012. E o questionamento procede, afinal os dinamarqueses irão encarar, na ordem, Holanda, Portugal e Alemanha, o que, em qualquer época, já seria o suficiente para intitular a chave B da competição de “grupo da morte”.
Mas, na atualidade, pode-se dizer que o desafio é maior, a ponto de uma eventual classificação à próxima fase ser comparada ao inesperado título da Eurocopa de 1992 (quando foi convidada às pressas devido à suspensão da Iugoslávia), o principal feito do futebol do país. E não há nenhum exagero em tal afirmativa. O grupo B comporta dois dos três melhores times do último Mundial (sendo um deles o ferrenho adversário do título continental de 92; o outro, um tradicional rival para o qual foi derrotada na Copa da África do Sul), quatro das dez melhores seleções do ranking da Fifa, além de Cristiano Ronaldo, o atual segundo melhor jogador do planeta.Para vencer tantas dificuldades, a Dinamarca aposta no conjunto e na disciplina tática. O respeitadíssimo Olsen treina a seleção há doze anos, conhece muito bem seus comandados, que, por sua vez, são experientes, formam uma defesa sólida com Agger e Kjaer, que levou seis gols em somente oito partidas, e jogam a bastante tempo juntos – 13 dos 23 jogadores convocados para Eurocopa estiveram na última Copa do Mundo; 15, na pré-lista, tendo o truculento volante Zimling como o único atleta do provável time titular que não se encaixa em nenhuma das duas situações. Também conta a favor dos escandinavos o último encontro com a seleção portuguesa, de quem roubou o primeiro lugar nas eliminatórias da Euro, com vitória por 2 a 1 em confronto direto dentro de casa, na rodada derradeira.
Porém, nem tudo são flores no selecionado dinamarquês, que permanece com os mesmos problemas de anos anteriores e está longe de se apoximar da fantástica Dinamáquina do Mundial de 86 ou dos talentosos grupos de seis e 12 anos depois, liderados pelo paredão Peter Schmeichel e pelos irmãos Laudrup. A ausência de nomes com qualidade técnica diferenciada faz com que Olsen exagere no jogo defensivo e nas bolas alçadas para o grandalhão Brendtner, sucessor do aposentado John Dahl Tomasson, que pouco as converte em tentos (pela seleção, ele marcou 18 vezes em 48 jogos). Este problema se reflete em toda a equipe, que tem apenas dois atacantes de área no grupo e média baixa de gols: 15 em oito jogos nas eliminatórias para a Euro. Como se não bastasse, o elenco continua com poucas opções que possam modificar a partida ou alterar o sistema de jogo do time.
E isso tem relação com a experiência de seus atletas, que a príncipio pode ser vista como virtude, mas revela uma dificuldade que o país tem em lançar novas caras. Tanto é verdade que sete jogadores que foram à Copa da África do Sul compunham o elenco que disputou o Mundial da Ásia, oito anos antes. Quatro deles jogarão a Euro 2012: O capitão Christian Poulsen, o goleiro Sorensen, o zagueiro Kjaer e o meia-atacante Romedahl, recordista de partidas com a camisa alvirrubra, que vestiu 115 vezes. Ou seja: dificilmente a mensagem que a Dinamarca passará aos seus adversários nos confrontos que terá na Ucrânia, e improvávelmente na Polônia, seja diferente daquela que se espera. A não ser que um raio caia novamente no mesmo lugar.
Jovem Eriksen é a esperança dinamarquesa - Foto: Getty |
Os 23 convocados:
Goleiros: Thomas Sorensen (Stoke/ING), Stephan Andersen (Évian/FRA) e Anders Lindegaard (Manchester United/ING).
Defensores: Lars Jacobsen (Copenhague), Michael Silberbauer (AZ/HOL), Simon Busk Poulsen (AZ/HOL), Daniel Wass (Évian/FRA), Simon Kjaer (Roma/ITA), Daniel Agger (Liverpool/ING), Andreas Bjelland (Nordsjaelland) e Jores Okore (Nordsjaelland).
Meio-campistas: William Kvist (Stuttgart/ALE), Christian Poulsen (Évian/FRA), Niki Zimling (Club Brugge/BEL), Jakob Poulsen (Midtjylland), Lasse Schone (Ajax/HOL), Christian Eriksen (Ajax/HOL), Dennis Rommedahl (Brondby), Tobias Mikkelsen (Nordsjaelland), Michael Krohn-Dehli (Brondby) e Thomas Kahlenberg (Évian/FRA).
Atacantes: Nicklas Bendtner (Sunderland/ING) e Nicklas Pedersen (Groningen/HOL).
Goleiros: Thomas Sorensen (Stoke/ING), Stephan Andersen (Évian/FRA) e Anders Lindegaard (Manchester United/ING).
Defensores: Lars Jacobsen (Copenhague), Michael Silberbauer (AZ/HOL), Simon Busk Poulsen (AZ/HOL), Daniel Wass (Évian/FRA), Simon Kjaer (Roma/ITA), Daniel Agger (Liverpool/ING), Andreas Bjelland (Nordsjaelland) e Jores Okore (Nordsjaelland).
Meio-campistas: William Kvist (Stuttgart/ALE), Christian Poulsen (Évian/FRA), Niki Zimling (Club Brugge/BEL), Jakob Poulsen (Midtjylland), Lasse Schone (Ajax/HOL), Christian Eriksen (Ajax/HOL), Dennis Rommedahl (Brondby), Tobias Mikkelsen (Nordsjaelland), Michael Krohn-Dehli (Brondby) e Thomas Kahlenberg (Évian/FRA).
Atacantes: Nicklas Bendtner (Sunderland/ING) e Nicklas Pedersen (Groningen/HOL).
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