EURO 2012: Dificuldades extracampo e falta de favoritismo são os principais trunfos da Itália
Azzura se inspira no roteiro da Copa do Mundo de 2006 para vencer a Eurocopa, em 2012.
Goleiros: Gianluigi Buffon (Juventus), Morgan De Sanctis (Napoli) e Salvatore Sirigu (Paris Saint-Germain/FRA).
Defensores: Ignazio Abate (Milan), Federico Balzaretti (Palermo), Andrea Barzagli (Juventus), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Christian Maggio (Napoli) e Angelo Ogbonna (Torino).
Meio-campistas: Daniele De Rossi (Roma), Alessandro Diamanti (Bologna), Emanuele Giaccherini (Juventus), Claudio Marchisio (Juventus), Riccardo Montolivo (Fiorentina), Thiago Motta (Paris Saint-Germain/FRA), Antonio Nocerino (Milan) e Andrea Pirlo (Juventus).
Atacantes: Mario Balotelli (Manchester City/ING), Fabio Borini (Roma), Antonio Cassano (Milan), Antonio Di Natale (Udinese) e Sebastian Giovinco (Parma).
Diego Henrique de Carvalho
Taboão da Serra/SP
Grupo C
Assim como na
Copa do Mundo de 2006, o futebol italiano se vê afundado em um escândalo de
combinação de resultados momentos antes de sua seleção estreiar numa competição
importante. A Promotoria da cidade de Cremona investiga o esquema que tem 22
clubes envolvidos e mais de 40 pessoas presas (19 somente na última
segunda-feira) – entre elas, os meias Cristiano Doni e Stefani Mauri, capitães
de Atalanta e Lazio. Este último foi considerado pela Justiça italiana “próximo
demais” de cinco hungáros que possuem relação estreita com o cingapuriano Eng
Tan Seet, suspeito de ser o mentor da quadrilha que tem por objetivo lucrar com apostas esportivas.
Com isso, o
lateral esquerdo Domenico Criscito, um dos 19 suspeitos de participar da trama,
foi cortado da seleção italiana que vai disputar a Eurocopa. Outros dois
jogadores que seguem no grupo podem ser convocados, a qualquer momento, para
prestarem depoimento à policia: o goleiro Gianluigi Buffon e o zagueiro Leonardo Bonucci, ambos
atuais campeões da Série A com a Juventus, que também tem seu treinador, Antonio
Conte, com suspeita de envolvimento no esquema.
Nesta quinta-feira, a Procuradoria de Turim enviou um comunicado à
Procuradoria de Cremona que pede a investigação de movimentações bancárias de
Buffon, que é capitão da seleção.
Enquanto
isso, Cesare Prandelli tentará, na Eurocopa da Ucrânia e Polônia, resgatar a
dignidade do futebol do seu país, tal qual Marcello Lippi conseguiu há seis
anos, no Mundial da Alemanha. E de fato
as duas situações são muito semelhantes. Assim como nas projeções da Copa de 2006, pouco se fala do time italiano, que
corre por fora na briga com os favoritos Espanha e Alemanha pela Euro 2012 (naquele mundial, os favoritos eram Brasil e Argentina). Outra coincidência é mudança de técnico - hoje, de Lippi por Prandelli; há seis
anos, de Giovanni Trapattoni por Lippi -, que fez muito bem a equipe, traumatizada pelos péssimos resultados anteriores - atualmente, do fracasso no último Mundial, no qual não passou da
fase de grupos e sequer venceu um única partida; há seis anos, das eliminações
para a anfitriã Coreia do Sul, nas oitavas de final da Copa de 2002, e na
primeira fase da Euro de 2004, depois de empates com Dinamarca e Suécia.
E para
conseguir o seu objetivo, Prandelli pois fim a antigos tabus:
rejuvenesceu a Squadra Azzurra e implantou nela um sistema de jogo móvel e ofensivo, sem
perder a tradicional solidez da defesa, garantida pelo entrosamento dos
juventinos Buffon, Chiellini, Bonucci, Barzagli, Marchisio e Pirlo. Tais
medidas permitiram um percurso tranquilo durante as Eliminatórias para a Euro, na qual terminou em primeiro lugar do grupo C, com oito vitórias e dois empates em dez jogos.
Em
contrapartida, a falta de um meia armador permanece assombrando o time, a
exemplo do que aconteceu no último Mundial. Mas problema maior são as
incertezas no ataque. Do talentoso Mario Balotelli pode-se esperar tanto um
“gol de placa” como uma expulsão com cinco minutos do início de uma eventual
final. Antonio Cassano, que ao lado de Chiellini foi quem mais atuou pela Azzurra
nas Eliminatórias, com 12 partidas, nas quais marcou seis gols, se tornou dúvida
após a cirurgia cardíaca à qual foi submetido e o longo período de inatividade
que ela implicou, O veterano Di Natale, por sua vez, não é nem sombra do
artilheiro que encarna quando veste a camisa da Udinese. A única certeza é a ausência
de Giuseppe Rossi, que rompeu o ligamento cruzado do joelho direito (contusão da qual acabara de se recuperar) no mês passado treinando pelo
seu clube, o espanhol Villarreal, e ficará afastado dos gramados por dez meses.
E para
completar, a Terra da Bota não foi “cabeça de chave” nesta edição de Eurocopa,
o que acarretou na presença da atual campeã Espanha (com quem estreia no
próximo dia 10, em Gdansk, na Polônia) no seu grupo, além dos sempre bons
coadjuvantes Irlanda e Croácia.
No entanto,
como a história mostra, todas essas situações adversas podem se transformar em soluções para a Itália, que, curiosamente, tropeça
quando tudo parece muito fácil. O fracasso no Grupo F da Copa de 2010,
composto pelos modestos selecionados de Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia, é
o exemplo mais recente.
Pirlo continua sendo o líder da Azurra - Foto: Site oficial da Fifa |
Destaque –
Apesar da renovação feita por Cesare Prandelli, um veterano continua sendo a
principal peça do time. Aos 32 anos, Andrea Pirlo é o atleta de
maior qualidade técnica da Itália, condição que ele ocupa desde que estreiou
pela seleção, em sete de setembro de 2002. Porém, o meia só foi assumir o
protagonismo da equipe a partir das Eliminatórias para o Mundial da África do
Sul. Suas conquistas pela Azurra são a medalha de bronze nas Olimpíadas de
Atenas, em 2004, e a Copa do Mundo de 2006, na qual foi agraciado com o título
particular de melhor jogador da final. Mas Pirlo quer mais. Prova disso foi sua
belíssima temporada pela campeã nacional Juventus, depois de tantos anos
vestindo o vermelho e preto do Milan e de ter sua carreira dada como
encerrada por parte da imprensa italiana, quando se transferiu para o rival de Turim.
Os 23 convocados:
Goleiros: Gianluigi Buffon (Juventus), Morgan De Sanctis (Napoli) e Salvatore Sirigu (Paris Saint-Germain/FRA).
Defensores: Ignazio Abate (Milan), Federico Balzaretti (Palermo), Andrea Barzagli (Juventus), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Christian Maggio (Napoli) e Angelo Ogbonna (Torino).
Meio-campistas: Daniele De Rossi (Roma), Alessandro Diamanti (Bologna), Emanuele Giaccherini (Juventus), Claudio Marchisio (Juventus), Riccardo Montolivo (Fiorentina), Thiago Motta (Paris Saint-Germain/FRA), Antonio Nocerino (Milan) e Andrea Pirlo (Juventus).
Atacantes: Mario Balotelli (Manchester City/ING), Fabio Borini (Roma), Antonio Cassano (Milan), Antonio Di Natale (Udinese) e Sebastian Giovinco (Parma).
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