Engana-se quem pensa que a Eurocopa apenas se joga, é um torneio que se
vive! Não só pelos atletas profissionais envolvidos na disputa, mas também por
quem cobre e quem assiste.
Eduardo Madeira Junior
Lauro Müller/SC
Futebol Europeu Online
Para dar uma
incrementada na série “Contos da Euro”, alguns jornalistas e amigos foram
convidados para falar um pouco de suas experiências em Eurocopas, sejam elas
vividas in loco ou daqui do Brasil mesmo.
O convidado
desta semana é Dassler Marques, repórter do Portal Terra e editor do site
Olheiros, especializado na cobertura do futebol de base. Dassler contará nos
próximos parágrafos a história da Euro 2000, torneio que ficou marcado em sua
vida.
Por: Dassler Marques
#1 – Les Bleus
A Euro 2000 foi a consagração da França de Deschamps (Getty Images) |
A consagração definitiva para a França de Zinedine Zidane. Semifinalista da Euro 96, caiu nos pênaltis para a República Tcheca, mas foi campeã mundial em 1998 contra o Brasil e voltou à fase final da Euro 2000, nos Países Baixos. A decisão, uma das mais emocionantes da história do torneio, foi à segunda consecutiva a ser resolvida no hoje extinto gol de ouro. A morte súbita, como também ficou conhecida, foi abolida de vez em 2004, após a Euro realizada em Portugal.
#2 - Lemerre vs Zoff
#2 - Lemerre vs Zoff
A França
chegou a Euro com trajetória ascendente e toda a base campeã mundial, mas com
Petit e Karembeu agora reservas. O treinador era Roger Lemerre, auxiliar
técnico de Aimé Jacquet em 1998. A Itália não vinha entre as favoritas, mas
empilhou quatro vitórias e despachou a anfitriã e sensação Holanda, nos
pênaltis, na semifinal. O treinador era Dino Zoff, que a exemplo de Lemerre,
não tinha – e também não faria – carreira sólida.
#3 - Opções para Lemerre
A França em
seu 4-2-3-1 indefectível que girava em torno de Zidane. Dugarry e Djorkaeff,
abertos, ofereciam posse de bola demais e velocidade de menos, o que era a
missão de Henry, mais experiente que em 98 e titular na função de 9. Mas os
franceses, também do fantástico quinteto defensivo Barthez-Thuram-Blanc-Desailly-Lizarazu,
venceriam principalmente graças ao banco de reservas.
#4 - A Itália de Zoff
Dino Zoff
assumiu após a eliminação na Copa de 1998 – para a França – com a missão de
formar um time menos defensivo. Jogava com três zagueiros, alas que não
avançavam, dois volantes e Fiore, meia pouco criativo e trabalhador. Mas soltou
a equipe durante a final com Del Piero para um dueto raro com Totti junto de
Delvecchio. Era a Squadra Azzurra entre o 3-4-1-2 e o 3-4-2-1, que poderia ser
campeã se Del Piero, em jornada infeliz, tivesse feito uma das duas chances
nítidas de gol que teve na etapa final
#5 - Concorrência antiga
Disputa antiga entre Zidane e Cannavaro |
#6 - Italianos pragmáticos
O domínio do
jogo foi quase todo francês, mas quando poderia ter sido da Itália em uma final
dessa natureza? Difícil. Mas bem armada e com saídas fortes de Maldini por fora
e Albertini por dentro, se encorpavam com Francesco Totti no auge. É ele que,
com lindo calcanhar, inicia a jogada do gol de Delvecchio, servido por
cruzamento do dedicado e juventino Pessotto. 1 a 0. Uma decisão com cenário que
os italianos adoram.
#7 - Mexidas decisivas
Lemerre
aciona o banco. Primeiro Wiltord (saiu Dugarry) para um jogo mais incisivo pela
ponta esquerda. Depois Trezeguet (saiu Djorkaeff), melhor na bola alta, o que
traz Henry para a ponta. Depois, no desespero, Robert Pirès (saiu Lizarazu) na
lateral esquerda para ter mais força pelos lados. Aos 48min do segundo tempo, o
lance capital: chutão ao alto, Trezeguet escora e a bola passa por cima do
baixo Cannavaro. Wiltord, gelado, bate seco, marca e exige a prorrogação. Fosse
Nesta ou Iuliano naquela bola, era quase certo que a Itália levaria vantagem.
#8 - Italianos aos cacos no tempo extra
A prorrogação
foi um martírio para os italianos extenuados. Sem seus centroavantes – Vieri
cortado antes e Inzaghi que se lesionou durante a Euro -, sem seus goleiros –
Peruzzi, cortado como em 98, e Buffon, também machucado – mas ainda assim com
Francesco Toldo, o melhor goleiro da Euro 2000. Com Maldini, Cannavaro e
Albertini no sacrifício. Por uma bola no gol de ouro. Mas que é de Trezeguet.
#9 - David Trezeguet
O gol do
título se inicia com os italianos em tentativa frustrada de se livrar da bola,
que cai para Robert Pires. Ele arranca, deixa Cannavaro no chão e dá a
Trezeguet, com 22 anos, a chance de marcar para dar a Euro aos franceses. A
vendetta italiana viria na Copa do Mundo de 2006. Trezeguet foi o único a errar
na disputa por pênaltis que a Azzurra venceu por 5 a 3 para ser tetra.
#10 - Zinedine Zidane
O top 10
acaba com, claro, Zinedine Zidane. Herói do primeiro título mundial dos Bleus, ele jogara demais contra a
Espanha, nas quartas de final, e matou Portugal de Figo com o gol de ouro na
semifinal. Sua classe, domínio de bola e ocupação de espaços aos 27 anos, no
auge, são o retrato da perfeição de um dos maiores gênios da bola.
Zidane igualou o feito de Platini e conquistou a Euro (Getty Images) |
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