Arbitragem brasileira precisa ser mais profissional

Revendo uma das inúmeras retrospectivas de fim de ano sobre futebol, me veio á cabeça um velho pensamento: a arbitragem brasileira precisa ser mais profissional.


Por Vinicius Brino
Ribeirão Preto/SP
Foto: globoesporte.com

Erros acontecem, mas parece que são aos montes por aqui, e a primeira reação da maioria das pessoasé crucificar quem tem uma fração de segundos para decidir tudo. Maisprofissionalismo não aumentaria esse tempo que o árbitro e seus assistentes têmpara decidir sobre um lance, mas creio que minimizaria os erros, principalmenteos bobos.

Hoje, ser árbitro é umasegunda profissão, uma espécie de bico, quando deveria ser a primeira, para quetodos que apitam tivessem ainda mais seriedade nessa função (não estou dizendoque não tenham).

Como principalprofissão (ele pode ter outras, desde que mais leves), os árbitros teriam umtempo muito maior para se preparar fisicamente, estudar afundo ás regras dojogo e assistir outras partidas, para analisar lances de fora do campo epraticar o ato de tomar decisões.

A parte financeiratambém deve mudar. Não sei quanto ganha um árbitro, mas hoje, se ele forafastado, terá outra fonte de renda, que na maioria dos casos é maior. Não queeu pense que ele deva passar fome se não for bem apitando, mas o “cutucão financeiro”tem que ter mais ênfase. Por outro lado, se estiver bem, que ganhe umabonificação maior.

Além disso, aparticipação dos tribunais tem que ser menor. De que adianta colocar uma pessoapara apitar a partida se quase tudo é julgado novamente por advogados? Ofutebol deve acontecer principalmente dentro de campo. Não que o tribunal devaser excluído, mas ele não deve sair julgando qualquer falta em que o jogador possareceber grandiosos dois jogos de suspensão.

E como sou contra o usoda tecnologia no futebol, pensei em outras maneiras para diminuir os erros daarbitragem. Pra começar deve haver quintetos, e não trios de arbitragem, mas osárbitros de fundo têm que ter liberdade para gesticular, não podem ficar comoespectadores de camarote do lance. Quintetos esses que tem que serem fixos,para que árbitro e auxiliares também ganhem entrosamento.

A criação de fóruns econvenções esportivas para debate entre os profissionais da área também éinteressante, para que todos repensem e analisem os mais diversos tipos delances. Por fim, os cursos, treinamentos e testes, tanto para quem já é, quantopara quem quer se tornar árbitro, precisam ser mais rigorosos.

Nada disso vai terminarde vez com os erros de arbitragem do futebol, mas pode diminui-los. Não temosque buscar a arbitragem perfeita, pois ela nunca existirá, mas devemos semprefazer algo para melhorá-la.