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Londres-2012: Os altos e baixos da Natação nas Olimpíadas


Disputa nas piscinas chega ao fim com Phelps entrando para a história, jovens revelações e algumas decepções para os brasileiros

Vinicius Carvalhosa
Rio de Janeiro/RJ

Phelps foi o grande nome olímpico outra vez
Foram oito dias de competição no Centro Aquático de Londres. Assim como quatro anos atrás no Cubo D'Água, Michael Phelps sai das Olimpíadas como o grande nome da natação. Duas adolescentes também brilharam e causaram comoção por lá. Uma holandesa se mostrou a mulher mais rápida nas águas do mundo. Mas nem só de pontos altos é feita uma disputa olímpica.

ALTOS

1. Michael Phelps, Michael Phelps, Michael Phelps...

O americano de 27 anos se consolidou em Londres como o maior nadador e atleta olímpico mais vitorioso de todos os tempos. Ele simplesmente alcançou a marca de 18 ouros e 22 medalhas no total em Jogos Olímpicos. Alguns podem ter se decepcionado quando, logo nos primeiros dias de competição, Phelps terminou apenas na quarta posição dos 400m medley. Depois, frustrou muitos novamente ao perder para o jovem sul-africano Chad Le Clos e ficar com a prata nos 200m borboleta. Mas o americano não se abalou e venceu os 200m medley, os 100m borboleta e os 4x200m livre e 4x100m medley – ainda levou a prata com a equipe ianque nos 4x100m livre. Chegou ainda às 11 medalhas de ouro individuais em Olimpíadas. Tornou-se o primeiro tricampeão olímpico da natação masculina, com os terceiros ouros nos 200m medley e nos 100m borboleta. Enfim, os recordes não acabam para ele. Phelps definitivamente entrou para a história. Quem acompanhou as últimas braçadas viu a despedida do maior nadador de todos os tempos, já que ele se decidiu a parar depois de Londres.

2. As adolescentes Ye Shiwen, Ruta Meilutyte e Missy Franklin

Missy, Rute e Ye mostram que ainda têm cara de criança
Se Phelps brilhou como sempre, três adolescentes começaram a dar os primeiros passos para dominar daqui a para a frente – e deixaram claro que devem ser os grandes nomes da natação feminina por alguns anos. A chinesa Ye Shiwen, de 16 anos (nascida em 1996), levou ouro nos 200m e 400m medley, em ambas as provas garantindo o título na passagem de crawl. Nos 400m, inclusive, ela causou “polêmica” por ter feito uma parcial dos últimos 100m mais rápida do que o americano Ryan Lochte havia feito quando venceu a mesma prova na categoria masculina – chegaram a insinuar que ela poderia estar se dopando.

Já a lituana Ruta Meilutyte, de 15 anos (nascida em 1997), impressionou ao dominar as eliminatórias dos 100m peito. Confirmou o talento nas semifinais e completou a grande participação com a vitória na final, superando rivais poderosas como a americana Rebecca Soni, a russa Yulia Efimova e a australiana Leisel Jones.

Ao contrário de Ye e Rute, Missy Franklin – de 17 anos (nascida em 1995) – chegou a Londres já badalada e com muita expectativa sobre seu desempenho. E fez valer os holofotes, já que só ficou fora do pódio nos 200m livre. Saiu com o ouro nos 100m e 200m costas, 4x200m livre e 4x100m medley, além do bronze nos 4x100m livre.

3. Thiago Pereira, o brasileiro que derrotou Phelps

Thiago finalmente mordeu uma medalha olímpica
Maior medalhista pan-americano da história do Brasil com 18 medalhas (12 de ouro), Thiago Pereira sempre conviveu com a desconfiança dos brasileiros por não conseguir ter bons desempenhos nas Olimpíadas. Já havia ficado em quinto lugar nos 200m medley em Atenas-2004 e quarto em Pequim-2008, onde também ficou com o oitavo lugar nos 400m medley. Agora, Thiago deu o passo que faltava e conquistou a sonhada medalha olímpica. E com o sabor de ainda ter chegado na frente da lenda-viva Michael Phelps. E o feito veio ainda nos 400m medley, que não são a especialidade do nadador – ele se preparava mais para os 200m medley, onde ficou em quarto. A prata nos 400m veio perdendo apenas para outro fenômeno americano, Ryan Lochte, e tirou Pereiro da sina do “quase”.



4. A holandesa mais rápida das piscinas

Ranomi chegou pelas beiradas e se consagrou em Londres
A holandesa Ranomi Kromowidjojo chamou a atenção no Centro Aquático não só pelo nome estranho – estranho até na Holanda, já que ela descende de surinameses de origem indonésia. Com apenas 21 anos, se tornou a nadadora mais rápida do mundo ao vencer tanto os 50m como os 100m livres. Ranomi já era campeã mundial de piscina curta em ambas, mas havia ficado com o bronze no Mundial de piscina longa em 2011. Sem chamar muita atenção, foi dominando e se consagrou nas duas provas mais esperadas da natação.



5. Nathan Adrian devolve a glória aos EUA

Adrian mal acreditou quando confirmou a vitória no telão
Os Estados Unidos estão mais do que acostumados a dominar a natação. São nada menos que 489 medalhas no esporte em Olimpíadas, com 214 ouros. Porém, não subiam ao lugar mais alto do pódio nos 100m livre, a prova mais badalada, desde Seul-1998 com Matt Biondi. Mas em 2012 Nathan Adrian deu o ouro ao país fazendo 47.42s e batendo nomes mais comentados como o australiano James Magnussen e o brasileiro Cesar Cielo. 


BAIXOS


1. O fraco desempenho italiano


Pellegrini chegou como favorita em duas provas e saiu zerada
A Itália saiu do Centro Aquático neste sábado sem uma medalha sequer. O país já conquistou 17 medalhas na história, e não saía zerado de uma Olimpíada desde Los Angeles-1984. Para 2012, a maior esperança era a musa Federica Pellegrini, bicampeã mundial nos 400m livre e também bicampeã mundial e campeã olímpica nos 200m livre. Porém, ela falhou nas duas, ficando em sexta nos 200m e quinta nos 400m. Luca Dotto decepcionou e sequer chegou às finais nos 50m e 100m livres, assim como o veterano Filippo Magnini (100m livres), Marco Orsi (50m livres), Mirco di Tora (100m costas) e Sebastiano Ranfagni (200m costas). Fabio Scozzoli chegou na final dos 100m peito, mas ficou apenas em sétimo. Gregorio Paltrinieri ficou em quinto nos 1500m livres. Ilaria Bianchi terminou na quinta posição dos 100m borboleta. Por fim, Luca Marin foi o oitano nos 400m medley. Isso foi o mais perto que os italianos chegaram de uma medalha em Londres. 


A situação nos revezamentos não foi melhor. No 4x100m livre, a equipe italiana (formada por Dotto, Orsi, Michele Santucci e Magnini) terminou em sétimo lugar na final, enquanto a equipe feminina (formada por Pellegrini, Alice Mizzau, Laura Letrari e Erika Ferraioli) não foi para a final. No 4x200m, Gianluca Maglia, Alex di Giorgio, Riccardo Maestri e Marco Belotti fizeram o 11º tempo nas eliminatórias e não passaram para a final. As meninas foram, mas Mizzau, Pellegrini, Alice Nesti e Diletta Carli ficaram apenas em sétimo. No 4x100m medley masculino, Dotto, Scozzoli, Di Tora e Matteo Rivolta não passaram para a decisão. No feminino, Pellegrini, Michela Guzzetti, Bianchi e Arianna Barbieri também falharam em chegar. Lamentável e preocupante a participação azzurra nos Jogos Olímpicos de 2012.


2. A decepcionante Austrália


Magnussen saiu decepcionado da competição de 100m livres
Com apenas um ouro, seis pratas e três bronzes, pode-se dizer que o desempenho da Austrália em Londres foi decepcionante. Uma das maiores potências olímpicas da natação com 168 medalhas na história (atrás apenas dos EUA no quadro de medalhas de todos os tempos), os aussies terminaram a participação nos Jogos levando a melhor apenas no revezamento 4x100m livre, quando Alicia Coutts, Cate Campbell, Brittany Elmslie e Melanie Schlanger subiram ao lugar mais alto do pódio batendo o recordo olímpico com a marca de 3:33.15 e superando holandesas e americanas. Os revezamentos deram outras medalhas ao país dos cangurus, com a prata das meninas no 4x200m livre e no 4x100m medley e o bronze masculino no 4x100m medley.

O principal nome australiano era James Magnussen. Campeão mundial nos 100m livres, ele ficou apenas com a prata, e sequer se classificou para a final dos 50m. As antes badaladas Stephanie Rice e Leisel Jones decepcionaram bastante em Londres, embora isso não seja grande surpresa. Ambas estava mal nos últimos eventos internacionais, e já não eram grandes favoritas em suas provas. Rice ficou em quarta nos 200m medley e sexta nos 400m medley. Leisel foi a quinta nos 100m peito, mas subiu ao pódio com a equipe dos 4x100m medley.

A prata de Christian Sprenger nos 100m peito foi a única outra medalha individual masculina na natação. As mulheres foram um pouco melhor, com a prata de Emily Seebohm nos 100m costas e de Alicia Coutts nos 200m medley. A própria Coutts também levou o bronze nos 100m borboleta, enquanto Bronte Barratt também foi bronze nos 200m livre. Outros nomes poderiam ter subido ao pódio em provas individuais, mas todos decepcionaram: Eamon Sullivan, James Roberts, Brenton Rickard, Bronte Campbell, Cate Campbell, Melanie Schlanger, Kylie Palmer, Jessicah Schipper. Ao menos o garoto Thomas Fraser-Holmes surgiu como uma boa aposta para o futuro, ficando em sétimo nos 200m livre e também nos 400m medley.

3. O desempenho geral brasileiro

Cielo não saiu nada feliz com o resultado nos 50m livres
Ninguém esperava muito do Brasil na natação, é verdade. A equipe feminina enviada a Londres foi sem nenhuma esperança de chegar em finais, e confirmou a expectativa. Os homens apostavam em Cesar Cielo, Bruno Fratus, Felipe França, Thiago Pereira e, talvez, Kaio Márcio.

E não dá para dizer que o bronze de Cielo nos 50m livres não foi decepcionante. Atual campeão mundial e olímpico e recordista da prova, o brazuca chegou como grande favorito, mas acabou surpreendido pelo francês Florent Manaudou, que ganhou com alguma folga, e pelo americano Cullen Jones, vice-campeão. Bruno Fratus, que chegou como promessa e brigou até o fim, ficou com a quarta posição na prova – mas é um nome a se observar para as próximas competições, já que parece estar em clara ascensão. Cielo também não foi bem nos 100m livres, ficando com a sexta posição após começar bem a prova que consagrou Nathan Adrian como campeão.

Felipe França saiu ainda mais frustrado do Centro Aquático. Atual campeão e recordista mundial dos 50m peito (prova que não é olímpica), ele esperava dar algum trabalho e lutar por medalha nos 100m peito, mas não conseguiu passar das semifinais. Outro que sequer chegou na final foi Kaio Márcio, que na verdade nem foi pras semifinais nos 100m (em que havia ficado em sétimo em Pequim) e 200m borboleta (prova em que foi quarto no Mundial de 2009). Queda brusca de desempenho do nadador paraibano. Thiago Pereira conseguiu o melhor resultado brasileiro com a prata nos 400m medley, mas não repetiu o pódio nos 200m medley, sua especialidade. Entre as meninas, a melhor colocação brasileira foi de Joanna Maranhão, 15ª nas semifinais dos 200m medley.

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