Afinal, a camisa pesa?

Sem ficar em cima do muro, afirmo que sim. Ou por acaso existe outra explicação para a derrocada dos “novos grandes” nas diferentes camadas da tabela do Campeonato Inglês?

Por Renato Negreiros.

Rio de Janeiro/RJ.

Tudo bem, a temporada ainda não chegou ao fim. Mas, os fãs de Manchester City, Tottenham e QPR certamente estão se perguntando ao verem Manchester United, Arsenal e Blackburn respectivamente em suas dianteiras, como isso foi acontecer.


A camisa fez a diferença sem sombra de dúvidas em todos os casos acima e caso não haja novas reviravoltas, teremos muitas lamentações dos Citizens e dos Spurs ao fim desta temporada.

Liderando por praticamente toda a temporada e com um estilo vistoso e competitivo, o Manchester City está na iminência de se transformar em mais um caso de um timaço sem troféu. Não quero entrar no mérito monetário dos Citizens, restrinjo minha análise ao plantel que está a disposição do ‘manager” italiano Roberto Mancini.

Sir Alex Ferguson olha o relógio e descobre que é
hora de ser líder.
(Foto: manutd.com)

São duas opções ótimas em todas as posições do time, um baita elenco, jogadores que seriam titulares em grande parte dos concorrentes e lá no City não emplacarão sequer vinte jogos na temporada. O retorno “triunfal” de Tévez dá uma esperança aos adeptos do azul de Manchester de que a temporada ainda pode ser salva. 

Liga dos Campeões, Liga Europa, Copa da Liga e Copa da Inglaterra foram eliminações que não doeram muito antes e agora atormentam a cabeça de Hart, Agüero e cia. Enquanto isso, o Manchester United esteve sempre por perto. Mesmo depois do histórico massacre sofrido do primeiro turno, os comandados de Alex Ferguson nunca deixaram de acreditar em si.

E os pontos acumulados, aliados aos deslizes do rival local lhe trouxeram de vez a liderança. A difícil vitória de hoje sobre o Fulham (13º) por 1 a 0 fez com que os Red Devils abrissem três pontos sobre o rival, restando oito rodadas para serem cumpridas. Rooney fez o gol do jogo e o velhinho Giggs matou a pau, mais uma vez.

Em tempo, o Manchester City (2º) empacou no Stoke City (12º) no sábado: 1 a 1. Com menção honrosa ao gol extraordinário do Stoke, de Crouch. O gol de Yaya Touré foi fantástico também, mas o sem-pulo de fora da área do Robocop inglês foi lance de cinema.

Peter Crouch parece incrédulo com a pintura que acabara
de produzir no Britannia Stadium.
(Foto: stokecityfc.com)

Logo abaixo na tabela ocorre fenômeno semelhante. O Arsenal fez como o Manchester United: acumulou pontos mesmo quando poucos prestavam atenção e principalmente depois de sofrer uma incrível goleada na primeira metade da Liga. E o Tottenham faz como o City, perde pontos “imperdíveis” e amedronta seus fãs com a real ameaça de que depois de tantos elogios e exaltações (minhas, inclusive) o time fracasse terrivelmente a temporada 11-12. O Chelsea observa e está louco para roubar o quarto posto.

As redes não balaçaram no derby londrino e o
goleiro Cech foi um dos responsáveis por isso.
(foto: chelseafc.com)

Os dois times se enfrentaram neste sábado e ficaram no 0 a 0. Apesar da falta gols, o jogo foi ótimo. Modric pelos Spurs e Cahill pelo Chelsea tiveram certo destaque. Enquanto o Arsenal (3º) doutrinou o Aston Villa (15º) em casa com facilidade, 3 a 0. Acreditem, Van Persie não marcou. Entretanto, Arteta fez um golaço de falta no finzinho, para coroar a atuação dos Gunners.

Arteta comemora o resultado do foguete que disparou
na meta dos Villans.
(Foto: arsenal.com)

E no meio de tantos londrinos e poucas vagas na Liga dos Campeões, está na espreita o discreto e eficiente Newcastle (6º). Que venceu o West Brom (14º) por 3 a 1, fora-de-casa, neste fim-de-semana e ainda sonha com as estrelinhas da UEFA na manga das camisas em 2012-13. Papiss Cissé fez dois gols e continua justificando sua cara contratação pelo excelente Alan Pardew.

Demais resultados da 30ª Rodada do Campeonato Inglês:

(17º) Bolton 2x1 Blackburn (16º). A horrível cena do colapso de Muamba finalmente deixou de ser a imagem mais recente do Bolton. Que bom que as notícias dão conta da vitória do atleta inglês pela vida. O resultado esportivo aqui é meramente secundário.

(7º) Liverpool 1x2 Wigan (19º). Os Reds conseguiram perder duas vezes em cinco dias para times da zona do rebaixamento. Ou seja, os fãs clamam: Verão, chega logo. Destaque para o corte seco do “atacante” Caldwell no “zagueiro” Carroll no gol da vitória dos Latics.

(11º) Norwich 2x1 Wolverhampton (20º). Os Canaries vencem mais uma e afundam os Wolves na lanterna. Senão fosse por Ferguson, diria que Paul Lambert, do Norwich é o técnico da temporada na Premier League. Lindo gol de Holt, chapelando Hennessey e empurrando para o gol vazio.

(8º) Sunderland 3x1 QPR (18º). Os Black Cats se afirmam no top-10 e jogando novamente um futebol convincente. O QPR deixou a euforia da bizarra virada sobre o Liverpool para voltar à sua sina de derrotas.

(10º) Swansea 0x2 Everton (9º). O excelente Baines fez um golaço de falta que ajudou a melhorar ainda mais a campanha dos Toffees, que mais uma vez é digna de elogios.