Brasil escolhe guerra “errada” e pode perder batalha no final.
Jerome Valcke não pode ser protagonista das discussões relevantes
levantadas em sua fala desastrada
Daniel
Junior - @dcostajunior
Rio
de Janeiro/RJ
Jorge Willian/Agência O Globo |
Depois
de um tempo, pra não dizer, após certa experiência, a gente vai enxergando o
brasileiro como uma figura à parte no comportamento social. Suas reações a
determinados tipos de situações, são quase sempre peculiares, diferem da
maioria do comportamento de outros cidadãos ao redor do mundo. Há quem diga que
é um problema cultural. Eu digo que a diferença de DNA está na educação. Certo ou
errado, impossível contestar que somos um povo de particularidades “interessantes”
na hora de se defender diante do mundo, por exemplo, quando somos acusados e/ou
denunciados por alguma razão.
Em
2002, em um episódio de “The Simpsons” intitulado como Blame It On Lisa (que
ganhou o título no Brasil de “Feitiço da Lisa”), Matt Groening (criador da série)
arranjou uma “inimizade diplomática” com a Secretaria de Turismo do Rio de
Janeiro por retratar a “Cidade Maravilhosa” como um lugar com problemas sociais
graves, sexismo exarcebado e muitas contradições. No início da década passada
nem o Facebook ou Twitter possuíam o atual status, portanto as discussões a
respeito de um dos cartoons mais famosos do planeta, ficou no âmbito televisivo
e a sociedade pouco se mobilizou contra as críticas de Matt no episódio
referido.
Passado
10 anos da “homenagem” dos Simpsons, fomos duramente criticados pelo
interlocutor da FIFA, o Sr. Jérôme Valcke, no andamento da organização do país
para receber a Copa do Mundo de 2014. Parece que a comissão organizadora + o
governo federal ficaram mesmo estarrecidos foi com a expressão chula “chute no
traseiro”, utilizada pelo “chanceler”, justificando o que o Brasil iria
precisar para acelerar todas as obras em volta do torneio mais importante do
futebol mundial.
O
país das bundas ficou chateadíssimo com a FIFA e solicitou a substituição de
Valcke por outro, que deveras, expressasse com menos “dolor” os tantos e tantos
problemas que temos.
Os
aeroportos brasileiros – excetuando um Estado ou outro – não conseguem dar
conta, por exemplo, das panes nos vôos domésticos, geralmente assolados por
problemas sistêmicos. As obras nos estádios volta e meia, se vêem com problemas
de paralisações, por parte dos colaboradores empenhados em renascerem os
elefantes brancos, ou melhor, os lugares das grandes disputas da Copa, como
Fonte Nova e Maracanã (que só receberá uma partida caso o Brasil chegue à
final). As forças públicas militares e/ou civis, não dão conta da violência nos
grandes centros e a ajuda do Exército é quase sempre sondada para dar auxílio
de forma mais efetiva.
No
entanto, o que preocupou governo, sociedade, políticos e os papagaios de pirata
deste navio chamado “Copa do Mundo de 2014” foi a forma como fomos repreendidos... Não
que seja, de longe, uma postura e uma fala educada e diplomática, mas, se o tom
não foi adequado, o que fazemos para mudar o conteúdo do discurso crítico do
interlocutor francês?
Diariamente,
o tamanho das bundas no Brasil é notícia recorrente em todos os sites
nacionais. Sejam os dedicados ao esporte ou não. Os concursos de melhor
traseiro, alavancam os sites de entretenimento (?), aumentam page views e criam
novas celebridades. No carnaval então, as bundas brasileiras e até gringas (não
é Jennifer Lopez?) quase dão entrevista, obrigando repórteres a abaixarem suas
colunas e ouvirem depoimentos da preferência nacional.
Agora
ouvir de um “cara lá de fora”, que um belo chute nos nossos traseiros (uma metáfora
muito bem empregada, diga-se de passagem), poderia acelerar as medidas em
torno, do que alguns chamam de, o maior fiasco em termos de organização de Copa
do Mundo, ah, isso é um absurdo mesmo...
Olha eu aqui mais um vez...
ResponderExcluirTodos nós sabemos que o Brasil tem sérios problemas nas obras para a Copa do Mundo de 2014. O Jerome Valcke não usou os termos corretos, mas ele apenas alertou o Brasil sobre o andamento das obras... E o Governo ao invés de tentar corrigir os problemas e tentar melhor o andamento da obras, "crucifica" o Jérôme Valcke pela a infeliz expressão.
Eu estou com um serio receio de que nós brasileiros, vamos ser mundialmente envergonhados por não conseguir oferecer uma boa estrutura para esse grande evento. E sabe o que é pior? saber que temos recursos e tecnologia para fazer uma boa estrutura, mas boa parte dos recursos empreendidos, vão para o ralo da corrupção.
A corrupção é o câncer do Brasil.
Parabéns pelo texto Daniel.