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Euro 96 - O futebol volta para casa

Conhecido como "esporte bretão", o futebol retornou a sua casa de origem em 1996 para a disputa da UEFA Euro. O torneio ficou marcado por muitos motivos e marcou também a vida de algumas pessoas, como você poderá ver abaixo.

Por: Eduardo Madeira Junior
Lauro Müller/SC

Colorado, analista de TI na RBS/RS e fanático por futebol inglês, Alexandre Perín é mais um a contribuir com o “Leitura Esportiva” em mais um “Conto da Euro”. Em seu blog, o “Almanaque Esportivo”, Perín mudou um pouco o seu estilo de escrever sobre regulamentos, regras e fatos curiosos que cercam o mundo dos esportes, para destacar um dos eventos futebolísticos que mais marcaram sua vida, a Euro de 96.

Meses atrás, também destaquei a competição, mas abrangendo a disputa de pênaltis. Naquela edição da Eurocopa, a Inglaterra conquistou sua primeira e única vitória em uma série de cobranças da marca fatal. Um contexto histórico que envolvia o English Team foi destacado.

Perín escreveu de um modo diferente. A pedido deste blogueiro que vos escrever, o colorado escreveu sobre o torneio que mais o agradou e o porquê de tal agrado. Confira abaixo as impressões de Alexandre Perín.
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Surpresa, drama, glória, dominação. Sentimentos diversos ecoam em minha mente ao recordar a Eurocopa de 1996. Confesso que, depois da minha euforia com a conquista da Dinamarca em 92 contra todas as expectativas, a ansiedade estava alta. Seria a chance de ver o renascido futebol inglês. Naquela época, sem globalização da mídia, apenas ouvíamos falar do que ocorria nos gramados britânicos. Foram os ingleses os primeiros a tratarem os torcedores como verdadeiros clientes, promovendo o conforto e reformando seus centenários estádios a um nível ainda não visto neste esporte. Uma mudança que, gradualmente, atingiria todo o planeta…

A expectativa com relação aos times era bastante alta. Cinco times europeus estavam entre os oito melhores do Mundial de 1994: Itália, Bulgária, Alemanha, Romênia e Holanda. A anfitriã Inglaterra, ausente do Mundial anterior, merecia a condição de favorita com uma equipe jovem e qualificada. Já a “Nova Europa”, sem o bloco comunista, se mostrava presente com a República Tcheca – da outrora unida Tchecoslováquia – e a Croácia – saída da guerra civil que dissolveu a Iugoslávia -, times que chamavam a atenção pela técnica apurada.

Embalado pela trilha do Lightning Seeds, “Football is Going Home”, os ingleses faziam um revival do Mundial de 1966, seu grande momento. Na base do time, tínhamos a segurança de David Seaman e Paul Ince ao lado da juventude de Alan Shearer, Jamie Redknapp e Steve McManaman. Depois da dramática semifinal de 1990 em Turim, os ingleses precisavam ganhar confiança sob a tutela de Terry Venables. É verdade que um decepcionante empate em 1×1 contra a Suíça não ajudou a sempre instável autoconfiança local. Principalmente porque o adversário seguinte seria a rival Escócia em um Wembley angustiado…

Gascoigne e sua marcante comemoração
diante da Escócia (Getty Images)
O 0×0 do 1º tempo se transformou em uma vantagem mínima, gol de Shearer. Gary McAllister teve a chance do empate escocês, mas Seaman pegou o pênalti. Sessenta segundos depois, Gascoigne marcaria um gol antológico, dando um balãozinho em Colin Hendry e desferindo um petardo sem deixar a bola cair. O 2×0 embalou o time, que atropelou a fortíssima Holanda – cuja base era o campeão europeu Ajax – por 4×1. Aliás, o solitário gol de Patrick Kluivert seria crucial para a classificação holandesa, para desespero da Escócia, de novo eliminada no saldo de gols. 


No Grupo B, franceses e espanhóis atropelaram romenos e búlgaros e se classificaram com facilidade. A França, treinada por Aimée Jacquet, tinha praticamente todo o time que seria campeão mundial em dois anos. Enquanto isto, na chave C ocorreu à primeira zebra. Após uma decisão bizarra de poupar jogadores, o técnico Arrigo Sacchi selou seu destino quando viu a Itália levar 2×1 da República Tcheca. Na rodada posterior, um jogo maluco no qual os tchecos levaram 3×2 de virada e arrancaram o empate nos acréscimos contra a eliminada Rússia. Agonizante, o time italiano empatou em 0×0 com a Alemanha, campeã do grupo, e ficou fora das quartas. Finalizando, a campeã Dinamarca e a fraca Turquia não jogaram nada e foram eliminadas facilmente no grupo D pelas surpresas Croácia e Portugal, no primeiro brilho da geração de Luís Figo e Rui Costa.

Nas quartas, a Inglaterra sofreu com a Espanha, mas venceu nos pênaltis após um 0×0 arrastado. Vale lembrar a emoção de Stuart “Psycho” Pearce após converter sua cobrança, ele que havia errado nas semis de 90 contra os alemães. A França superou a Holanda nos pênaltis, também depois de um 0×0 bem ruim. Em um jogo superior, a Alemanha bateu a Croácia por 2×1, gols de suas estrelas: Klinsmann e Sammer pela Alemanha, Davor Suker pelos croatas. Que, aliás, reclamariam muito da arbitragem, e teriam vingança em dois anos… Finalmente, a República Tcheca bateu Portugal por 1×0 com um gol espetacular de Karel Poborsky e se classificou para as semifinais. Poborsky, aliás, ofuscava a estrela Patrik Berger e era o maestro de sua equipe, na qual brilhava também o atacante Vladmir Smicer.

No primeiro jogo das semifinais, um novo 0×0 muito ruim e decidido nos pênaltis entre França e República Tcheca, um confronto de duas ótimas defesas. Nas penalidades, vitória dos tchecos, que chegavam a uma surpreendente decisão. Eles aguardariam o vencedor daquele que seria um dos mais dramáticos jogos da história da Eurocopa.

'Andi' Möller comemorou ao estilo Gascoigne
a eliminação inglesa
Ecos de 1966, com Bobby Charlton na arquibancada de um Wembley eletrizante. No campo, com dois timaços de cada lado, os ingleses saíram na frente com mais um gol de Shearer, mas o reserva Stefan Kuntz empatou para os alemães. Na prorrogação, Darren Anderton e Paul Gascoigne erram gols inacreditáveis e o jogo foi para os pênaltis. Depois de 10 cobranças perfeitas, Southgate bateu e Andreas Kopke defendeu. O capitão Andreas Möller, suspenso da final pelo 2º amarelo, converteu e destroçou os corações ingleses. O sonho acabou. Era hora de voltar para casa.

A decisão seria vista como uma espécie de anticlímax. A Alemanha era absolutamente favorita, inclusive, tendo vencido a República Tcheca na estréia da Euro por 2×0. Entretanto, o drama da final de 1992 voltou a ocorrer: nervosos, os alemães não conseguiam mostrar seu melhor futebol e experiência, e acabaram sendo envolvidos. Em uma penalidade discutível de Mathias Sammer, Patrik Berger fez 1×0 aos 25 do 2º tempo. Seria o fim?

Não. A salvação germânica viria de um nome improvável, escolhido do banco de reservas pelo treinador Berti Vogts. O atacante Oliver Bierhoff entrou e logo em seu primeiro toque na bola empatou em 1×1, conferindo de cabeça. “Morte Súbita”, quem fizesse primeiro na prorrogação seria o campeão. Quis o destino que o reserva e nada cotado Bierhoff, em um chute desviado na zaga tcheca e que contou com a falha do goleiro tcheco Petr Kouba, desse o tricampeonato europeu para a Alemanha logo há cinco minutos.


Klinsmann ergueu a Eurocopa diante da rainha Elizabeth (Getty Images)

A Alemanha dominava a Europa novamente!

Seria esta a última conquista internacional dos alemães.

Eles bateram na trave em 2002 no Mundial (Brasil) e 2008 na Eurocopa (Espanha).

Até hoje…

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