Nada é impossível (parte 2)*

Nunca na história da F-1 tivemos 7 vencedores diferentes nas 7 primeiras corridas. Será que teremos um oitavo vencedor no Gp da Europa no próximo dia 26?

Rio de Janeiro/RJ

Reuters/Globo Online

Final espetacular da edição 2012 do Gp do Canadá. Final que compensou a superioridade que Lewis Hamilton levava sobre Alonso e Vettel desde o início da corrida. A corrida dava mais uma demonstração da temporada equilibrada que vive as equipes neste ano. Mesmo sendo pole, Vettel não conseguiu manter sua posição (perdeu quando fez sua primeira parada no boxe) e por seu desempenho, não dava pinta de que conseguiria se manter a frente ao menos do piloto inglês nas próximas 70 voltas.

Entre os intermediários, sim, a corrida era chata como disse o campeão mundial de 1997, o piloto canadense Jacques Villeneuve; com performances abaixo do esperado, Button, Massa (que rodou na pista na sexta volta, o que demonstra que a cabeça do piloto não anda nada bem), Schumacher e outros faziam uma disputa burocrática e viam pilotos com menos 'pedigree' fazendo estratégias melhores e obviamente com confiança em seus desempenhos, caso de Perez e Raikkonen, que deixaram o primeiro pelotão apenas quando tiveram que fazer suas paradas.

Bruno Senna e Pastor Maldonado fizeram corrida apenas para cumprirem 'tabela'. As Williams tiveram performance muito abaixo do que se espera e seus pilotos andaram quase sempre da décima-terceira posição até a vigésima posição, o que é pouquíssimo inclusive para quem já ganhou corrida este ano.

Rosberg até que tentou, mas as Mercedes não conseguiram velocidade para alcançar os carros da frente. Até Michael Shumacher não estava em dia com a sorte, quando teve que abandonar a corrida à poucas voltas do final, com um problema em sua asa traseira. O retorno de Michael à categoria lembra quando o campeoníssimo Michael Jordan retornou paras as quadras. Patético.

Felipe Massa não consegue tirar do carro nem um terço do desempenho do seu companheiro de equipe, que sofre com os mesmos problemas do carro vermelho. Acredito que não está contente com suas posições no grid e nem com sua posição final, mas ao manter esta "regularidade", dificilmente estará dirigindo um carro de grande nível na temporada de 2013. O piloto é experiente, teve sua maior chance de ser campeão mundial em 2008 e pode estar se despedindo da Ferrari após 6 temporadas. Pilotos como Grosjean, Perez e porque não dizer, o bi-campeão Sebastian Vettel podem estar de olho na vaga do piloto. Não sei se resta torcer ainda...

Mesmo sendo ultrapassado nas cinco últimas voltas por Hamilton, Grosjean, Perez e o incansável Vettel, Alonso merece muitas considerações. Primeiro porque é um piloto que além de lutar contra seus adversários na pista, briga com uma equipe que erra MUITO nas estratégias e pior, não consegue acertar o carro. Estamos em junho, em breve voltaremos para Europa e nada das atualizações ferraristas obterem um efeito positivo. Alonso, tão somente Alonso, faz a diferença.

Já Hamilton fez uma baita corrida. Usou da sua maior qualidade - rapidez - para recuperar a posição que havia perdido e não fez menção dos carros que estavam a sua frente, até porque o desempenho da McLaren era melhor do que seus oponentes. Um adendo: Button não conseguiu mesma competência talvez porque optou, diferente dos 10 primeiros do pilotão, em correr com pneus macios.

O campeonato está espetacular e a similaridade entre as equipes tornam o resultado da campanha IMPREVISÍVEL e sensacional. Ao mesmo tempo, pilotos e equipes não poderão dar mole ao azar e precisarão pensar em termos de campeonato daqui pra frente. Será que marcar pontos não seria tão fundamental para Alonso hoje para manter-se na liderança? O piloto ferrarista agora está em segundo lugar apenas dois pontos atrás do sétimo vencedor da temporada.

Que venha o Gp de Valência, no próximo dia 24 deste mês que nos dirá se teremos um novo campeão ou se alguém ousará vencer pela segunda vez na temporada...

*O título deste post é uma homenagem ao colega de Leitura Esportiva, Leandro Gomes, que em sua última coluna apontou Hamilton como vencedor do Gp do Canadá.