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Bombardeando os anos 70



Ser campeão europeu já é um enorme feito para qualquer seleção, vide o fato de termos oito campeões diferentes, representando que a seqüência de conquistas é um feito difícil de conseguir. Mas levar os troféus da Europa e do Mundo em seguida é muito mais complicado ainda. Conheça agora a história de um dos times que conseguiu isto.

Por: Eduardo Madeira Junior
Lauro Müller/SC
Futebol Europeu Online

Após a Copa do Mundo de 1970 o planeta ficou encantado com o Brasil de Pelé, Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Rivelino e outros. Sem boa parte desta trupe após o tri-campeonato, a vaga de “melhor seleção do mundo” parecia estar em aberto.

A grande favorita a tomar esse espaço era a Alemanha Ocidental de Helmut Schön. Eliminados na Copa de 70 no “Jogo do Século” – Itália 4×3 Alemanha, na semifinal -, os alemães vinham anos férteis na Bundesliga. Bayern de Munich e Borussia Mönchengladbach viviam grandes momentos e duelavam ponto a ponto pelos títulos nacionais.

Grande mentor daquele time, Helmut Schön conversava
com Beckembauer
Como não poderia deixar de ser, a base da seleção era justamente a dupla que dominava o futebol do país. Apenas Michael Bella, Horst-Dieter Hötges, Horst Köppel, Jürgen Grabowski, Erwin Kremers e Hannes Löhr não jogavam no Gladbach ou no Bayern. Vindo da dupla, tínhamos nomes como Franz Beckenbauer, Paul Breitner, Uli Hoeness, Jupp Heynckes e Gerd Müller. Helmut Schön possuía um grande time em mãos!

A UEFA Euro de 1972 seria disputada na Bélgica e dava para dizer que isto era um problema para as outras três seleções da fase final – sempre lembrando que na época havia uma fase de qualificação que resultava em quatro times, desse quarteto era escolhido o país sede. Os belgas fizeram uma fase de classificação quase impecável.

Atuando no mesmo grupo de escoceses, dinamarqueses e portugueses, os belgas venceram seus quatro primeiros jogos sem nem ter sofrido gols nos três duelos iniciais. A derrota para a Escócia e o empate diante de Portugal nem prejudicou tanto a Bélgica, que venceu o grupo 5 e partiu para o confronto contra a Itália no mata-mata, definindo a vaga para a fase final. Os belgas seguraram o 0×0 no San Siro lotado – mais de 63 mil pessoas – e mataram a Azzurra no Émile Versé, 2×1.

Conter a Bélgica empolgada e com apoio do torcedor seria a primeira tarefa alemã na Euro de 72. Com treze gols marcados e três sofridos na fase de classificação, o favoritismo era todo da Alemanha Ocidental, mas jogar contra uma seleção em ótima forma e atuando em casa seria um duro desafio.

A partida chamou a atenção de toda a Europa e parou a Bélgica. Cerca de 55 mil pessoas foram ao Bosuilstadion – atualmente, o estádio não acomoda nem 17 mil espectadores – acompanhar belgas e alemães, já em Hungria e União Soviética, outra semifinal e que era realizada no mesmo horário, menos de 18 mil pessoas foram acompanhar a peleja.

A Bélgica parou para acompanhar a partida, mas principalmente, parou para ver e admirar “O Bombardeiro” Gerd Müller. O artilheiro do Bayern balançou as redes em seis oportunidades na fase classificatória e mais uma vez no mata-mata contra a Inglaterra. Müller vivia o auge de sua carreira e decidiu provar isto na semifinal, balançando as redes em duas oportunidades. O gol de Odilon Polleunis não foi o suficiente para colocar a Bélgica em uma final de Eurocopa.

Teríamos um campeão invicto! A União Soviética chegou à final da competição sem ser derrotada. Foram cinco vitórias e três empates na fase qualificatória – contando com o mata-mata – e no duelo eliminatório contra a rival Iugoslávia, veio uma sonora vitória por 3×0 no placar agregado. Nas semifinais, os soviéticos bateram a Hungria de Flórián Albert por 1×0, gol de Konkov.

A Europa inteira tinha a impressão de que a União Soviética era a única seleção capaz de parar a Alemanha Ocidental em uma partida de futebol. Sem a mesma qualidade técnica, experiência e conjunto, mas com muita dedicação e com algo já explicado no nome do país, a “União” das potências locais. Se hoje Dynamo de Kiev, Shakhtar Donetsk, Dynamo e Spartak Moscow se enfrentam raramente, naquela época faziam parte da mesma nação e sempre se confrontavam. Estes times formavam a base da seleção soviética.

Só que assim como no confronto diante da Bélgica, a Alemanha jogou todas as esperanças adversárias ralo abaixo. Foi uma partida de um time só e uma das maiores atuações da seleção considerada por muitos como a maior da história do país.

O Kaiser Beckenbauer mostrou como um líbero deve jogar e ocupou os espaços como poucos, na lateral, Paul Breitner era rígido na marcação e eficiente no ataque, enquanto Uli Hoeness e Günter Netzer davam solidez ao meio-campo.

Com quatro gols, Müller foi o artilheiro da
Eurocopa de 1972
Para tornar tudo perfeito, Gerd Müller estava no ataque para seguir mandando bolas pra dentro. Depois de dois gols na semifinal, “O Bombardeiro” anotou mais dois tentos na decisão e se tornou o grande destaque da competição. Ainda na mesma temporada, Müller recebeu o “European Golden Shoe”, prêmio entregue ao maior artilheiro da Europa e na ocasião, o alemão havia marcado 40 gols. Até hoje, Gerd Müller é o único alemão a ganhar o prêmio e também o único atuando na Bundesliga.

Era o auge da carreira do atacante bávaro e também da seleção alemã, que dois anos depois receberia a Copa do Mundo e mostraria que realmente era uma das maiores seleções da história. Na grande final contra a Laranja Mecânica Holandesa de Cruyff e Rinus Michels, a Alemanha Ocidental venceu por 2×1 e Gerd Müller novamente marcou no jogo decisivo. No caso, o gol do artilheiro foi o da virada.

O feito dos alemães é tão grande que somente em 2008-2010 uma seleção foi repetir tal conquista. A Espanha curou a fama de amarelona e venceu de forma consecutiva a Eurocopa e a Copa do Mundo.

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