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Contos da Euro - A Terra do Espetáculo: Lviv e Kiev

Encerraremos por hoje a série de posts que mostram um pouco de Polônia e Ucrânia, países sede da maior competição entre seleções do continente europeu, a UEFA Euro. Para podermos dar seqüência a nossos contos e causos do torneio, contarei um pouco de Lviv e Kiev, as duas últimas cidades do nosso cartel turístico.

Por: Eduardo Madeira Junior
Futebol Europeu Online
Lauro Müller/SC

LVIV


A cidade de Lviv se destaca por ter uma proximidade com povos externos, mas por se manter fiel as culturas de tradições ucranianas. A fronteira com a Polônia fica localizada a apenas 70 quilômetros, há também a cultura cafeeira existente com austríacos e húngaros. Além disso, a paisagem tem toques da União Soviética. Até um Patrimônio Mundial da UNESCO, a Zamkova Hora tem o apelido de “Florença do Leste”. Porém, a cultura, a língua e os costumes do povo ucraniano sobrepuseram-se a tudo isso e se tornaram característica marcante de Lviv.

Antes de ter este nome curto, porém, complicado de se pronunciar devido à existência de uma única vogal na palavra, a cidade teve outras nomeações. Primeiro, “Lev”, por causa do filho do rei Danylo Halytskyi, com o domínio polaco, a mudança foi para “Lwow” e com os austríacos no poder, “Lemberg”. Com o controle russo, a cidade foi anexada na Polônia e passou a receber o atual nome, Lviv.

Na II Guerra Mundial, os nazistas da Alemanha invadiram a cidade e quando os soviéticos conseguiram expulsá-los de lá, a tragédia já havia sido feita: meio milhão de pessoas havia morrido.

A Conferência de Ialta acabou definindo que Lviv seria território da República Socialista Soviética da Ucrânia e em 1991, com o surgimento de um sentimento nacionalista somado a queda da URSS, o país se tornou independente e a cidade de Lviv teve enorme importância nessa revolução pelo cunho político da população.

Este é o centro da cidade de Lviv (Reuters)
Quando você for conhecer o local, não deixe de visitar a Ploshcha Rynok, que é uma enorme praça que tem em sua história uma reconstrução após trágico incêndio no século XVI. Ainda existe um chão em pedra que vai até a Câmara Municipal.


Ao conhecer Lviv, será impossível não notar o enorme número de igrejas existentes. A que mais chama a atenção é a catedral católica, que tem uma bala de canhão que não pôde ultrapassar as paredes durante uma antiga e violenta batalha.

Como vimos em posts anteriores, uma semelhança entre quase todas as cidades – sejam elas ucranianas ou polonesas – são as estátuas a grandes poetas do país. Em Lviv não é diferente! Taras Shevchenko e Adam Michiewicz são dois exemplos de artistas que receberam essa homenagem que os imortaliza na história ucraniana.

No mundo esportivo, Lviv se destaca como precursora de atividades como hóquei, basquete, pólo aquático, rúgbi e o nosso futebol. Em 1894, tivemos a documentação da primeira peleja futebolística na Ucrânia, justamente em Lviv, cidade também que recebeu os primeiros jogos da seleção polonesa na história.

No geral, a cidade tem muitos clubes, alguns até com história – como o Slavia Lwów, primeiro clube profissional da Polônia -, mas todos sem grande destaque. O Slavia, mais tarde Czarni Lwów ajudou a criar a liga polonesa, Lechia, Pogon e Hasmonea tentaram alçar vôo, mas apenas o Pogon conseguiu se destacar, ao ganhar o campeonato polonês em quatro oportunidades nos anos 20. Após o término da II Guerra Mundial, o cenário mudou e clubes como Czarni, Lechia e Pogon foram desmembrados.

Atualmente, o clube de maior destaque da cidade é o Karpaty Lviv, que tem como grande marco na história a conquista da Copa Soviética em 1969. De resto, é um time que faz bem seu papel na Ucrânia e que poucas vezes incomoda. O FC Lviv foi outra equipe que “renasceu” nos anos recentes, mas disputou apenas uma temporada na primeira divisão.

ARENA LVIV


30 mil pessoas poderão assistir a Euro na Arena Lviv (Yevhen Kraws)
Esse foi um dos estádios que teve pequenos atrasos em sua construção. Ora não sabiam que construiriam, ora não sabiam como construir. Por fim, ergueram uma arena que pode receber 30 mil pessoas em jogos UEFA e um pouquinho mais em outros jogos. Só para tomar de exemplo, a partida que abriu a Arena Lviv, envolvendo Ucrânia x Polônia, recebeu 34 mil pessoas e esses espectadores viram Mievskiy anotar o primeiro tento do estádio.


A Arena Lviv combina a arquitetura tradicional da cidade com um toque de modernismo. O posicionamento das arquibancadas deixam todos os torcedores em ótimas condições de acompanhar os times no gramado, além de serem protegidos por telas transparentes, que não prejudicam em nada a sua visão do jogo.

A cidade de Lviv receberá três jogos da UEFA Euro 2012. O primeiro, no dia 9 de junho, Alemanha x Portugal. Quatro dias depois, os gajos voltam a campo para encarar a Dinamarca. Os dois adversários de Cristiano Ronaldo e companhia se enfrentarão no dia 17, fechando a série de jogos da Arena Lviv.

KIEV

Em Kiev, você deve encontrar na margem do rio Dniepre, o retrato de um barco transportando, com os quatro gêmeos eslavos que acreditam terem fundado Kiev. A irmã, Lybid, está na proa, em posição de liderança e erguida frente à tempestade. Schek e Khoryv estão atrás dela, orgulhosos e vigilantes, de lanças em riste. O terceiro irmão, Kyj, que dá o nome à cidade, repele o passado com o seu arco. Esta imagem represente bem a capital da Ucrânia, que desde sua fundação no século V vive muitas conturbações, mas segue com o esplendor de sempre.

Kiev foi a primeira grande civilização eslava do leste e teve em sua história algumas mudanças, como a invasão dos mongóis em 1240, a cidade chegou a fazer parte do território lituano, além de ter sido ocupada por russos e fazer parte da União Soviética.

Capital ucraniana, Kiev receberá a final da UEFA Euro 2012 (Reuters)
Assim como na maior parte da Ucrânia, o período pós-guerra trouxe novos ares a Kiev. Não eram ares de alívio de término de combate, e sim de reconstrução, nova vida e o reinício do zero. A capital ucraniana pôde se industrializar, até se tornar o que é hoje, a maior cidade do país – seja em área, seja em habitantes -, além de ter grandes valores científicos e educacionais.

Se você tiver o prazer de conhecer a cidade de Kiev, saiba que opções de laser não lhe faltarão. A cidade honra a alcunha de ser conhecida como “cidade cultural”. São mais de 100 museus, 30 salas de espetáculos e 140 bibliotecas. Além disto tudo, as maiores universidades da Ucrânia estão exatamente situadas em Kiev.

A rua Khreshchatyk é exemplo de imponência. Após sua destruição na II Guerra Mundial, a sua remontada com mosaicos no estilo soviético mostram como o local se renovou.

Diferentemente de Lviv, Kiev tem muito mais destaque no mundo do futebol. Ao citar o nome da cidade, logo lhe vem à mente o Dynamo de Kiev. O clube foi fundado em 1927 e é o único do país que nunca caiu para a segunda divisão, seja em tempos soviéticos ou em tempos ucranianos.

Como tradição, o Dynamo formava muitos atletas, mas também trazia alguns jogadores de seu “patrocinador”, a polícia secreta soviética, logo obteve força e apoio dos torcedores. Não à toa, são 26 títulos nacionais – 13 soviéticos e 13 ucranianos -, 18 em copas do país – nove soviéticas e nove ucranianas -, além de dois títulos da UEFA Cup Winners’ Cup.

Kiev ainda é representada pelo FC Arsenal Kiev – antes, CSKA Kiev, que era conhecido como “o clube do exército” -, que se limita a atuações intermediárias na primeira divisão nacional, assim como o FC Obolon Kiev, que mesmo apoiado pela cervejaria Obolon desde 1999, também acumula campanhas medianas.

Mas Kiev não se resume ao Dynamo quando o assunto é futebol. Não custa dizer que desta cidade saíram dois “bolas de ouro”, Oleh Blokhin e Andriy Shevchenko. Mas o grande nome futebolístico da cidade é Valeriy Lobanovskyi, que como técnico conquistou trinta taças pelo Dynamo de Kiev, destacando os 13 títulos do campeonato nacional – oito soviéticos e cinco ucranianos.

E olha que ainda podíamos falar do handebol, da ginástica, do atletismo e do hóquei, que são outros esportes que mostraram ao mundo um pouquinho mais de Kiev.

OLIMPIYSKY NATIONAL SPORTS COMPLEX


O Olímpico de Kiev recebeu novo telhado (uefa.com)
Inaugurado nos anos 20, o Estádio Olímpico de Kiev já passou por três reformas e a última, em 2009, envolveu a reconstrução da camada inferior do local, a adição de um novo telhado que cobre todos os assentos, além da criação de novas cabines de imprensa.


A capacidade do estádio em jogos UEFA é de 60 mil pessoas, mas como frisei várias vezes nestes últimos “Contos”, em partidas nacionais, algumas cadeiras são retiradas para os torcedores mais fanáticos acompanharem seu time de pé. Até por isso, 70 mil pessoas viram Yarmolenko anotar o primeiro gol do novo estádio em 2011. Há quem diga também que a partida entre Dynamo de Kiev x Bayern em 1977 teve mais de 100 mil pessoas!

O Olímpico será a casa sueca na Euro. O time de Zlatan Ibrahimovic pegará logo de cara os donos da casa no dia 11 de junho. Quatro dias depois, o English Team baterá de frente com a Suécia. No dia 19, o confronto contra a França fecha a fase de grupos no estádio. No dia 24, o vencedor do grupo D irá enfrentar o segundo colocado do grupo C em uma das quartas-de-final. Depois deste duelo, tudo será armado para a grande decisão no dia 1º de julho. A final do torneio será realizada em Kiev!

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