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EURO 2012: Dificuldades extracampo e falta de favoritismo são os principais trunfos da Itália

Azzura se inspira no roteiro da Copa do Mundo de 2006 para vencer a Eurocopa, em 2012.

Diego Henrique de Carvalho
Taboão da Serra/SP

Grupo C

Assim como na Copa do Mundo de 2006, o futebol italiano se vê afundado em um escândalo de combinação de resultados momentos antes de sua seleção estreiar numa competição importante. A Promotoria da cidade de Cremona investiga o esquema que tem 22 clubes envolvidos e mais de 40 pessoas presas (19 somente na última segunda-feira) – entre elas, os meias Cristiano Doni e Stefani Mauri, capitães de Atalanta e Lazio. Este último foi considerado pela Justiça italiana “próximo demais” de cinco hungáros que possuem relação estreita com o cingapuriano Eng Tan Seet, suspeito de ser o mentor da quadrilha que tem por objetivo lucrar com apostas esportivas.

Com isso, o lateral esquerdo Domenico Criscito, um dos 19 suspeitos de participar da trama, foi cortado da seleção italiana que vai disputar a Eurocopa. Outros dois jogadores que seguem no grupo podem ser convocados, a qualquer momento, para prestarem depoimento à policia: o goleiro Gianluigi Buffon e o zagueiro Leonardo Bonucci, ambos atuais campeões da Série A com a Juventus, que também tem seu treinador, Antonio Conte, com suspeita de envolvimento no esquema.  Nesta quinta-feira, a Procuradoria de Turim enviou um comunicado à Procuradoria de Cremona que pede a investigação de movimentações bancárias de Buffon, que é capitão da seleção.

Enquanto isso, Cesare Prandelli tentará, na Eurocopa da Ucrânia e Polônia, resgatar a dignidade do futebol do seu país, tal qual Marcello Lippi conseguiu há seis anos, no Mundial da Alemanha. E de fato as duas situações são muito semelhantes.  Assim como nas projeções da Copa de 2006, pouco se fala do time italiano, que corre por fora na briga com os favoritos Espanha e Alemanha pela Euro 2012 (naquele mundial, os favoritos eram Brasil e Argentina).  Outra coincidência é mudança de técnico -  hoje, de Lippi por Prandelli; há seis anos, de Giovanni Trapattoni por Lippi -, que  fez muito bem a equipe, traumatizada pelos péssimos resultados anteriores - atualmente, do fracasso no último Mundial, no qual não passou da fase de grupos e sequer venceu um única partida; há seis anos, das eliminações para a anfitriã Coreia do Sul, nas oitavas de final da Copa de 2002, e na primeira fase da Euro de 2004, depois de empates com Dinamarca e Suécia.

E para conseguir o seu objetivo, Prandelli pois fim a antigos tabus: rejuvenesceu a Squadra Azzurra e implantou nela um sistema de jogo móvel e ofensivo, sem perder a tradicional solidez da defesa, garantida pelo entrosamento dos juventinos Buffon, Chiellini, Bonucci, Barzagli, Marchisio e Pirlo. Tais medidas permitiram um percurso tranquilo durante as Eliminatórias para a Euro, na qual terminou em primeiro lugar do grupo C, com oito vitórias e dois empates em dez jogos.

Em contrapartida, a falta de um meia armador permanece assombrando o time, a exemplo do que aconteceu no último Mundial. Mas problema maior são as incertezas no ataque. Do talentoso Mario Balotelli pode-se esperar tanto um “gol de placa” como uma expulsão com cinco minutos do início de uma eventual final. Antonio Cassano, que ao lado de Chiellini foi quem mais atuou pela Azzurra nas Eliminatórias, com 12 partidas, nas quais marcou seis gols, se tornou dúvida após a cirurgia cardíaca à qual foi submetido e o longo período de inatividade que ela implicou, O veterano Di Natale, por sua vez, não é nem sombra do artilheiro que encarna quando veste a camisa da Udinese. A única certeza é a ausência de Giuseppe Rossi, que rompeu o ligamento cruzado do joelho direito (contusão da qual acabara de se recuperar) no mês passado treinando pelo seu clube, o espanhol Villarreal, e ficará afastado dos gramados por dez meses.

E para completar, a Terra da Bota não foi “cabeça de chave” nesta edição de Eurocopa, o que acarretou na presença da atual campeã Espanha (com quem estreia no próximo dia 10, em Gdansk, na Polônia) no seu grupo, além dos sempre bons coadjuvantes Irlanda e Croácia.

No entanto, como a história mostra, todas essas situações adversas podem se transformar em soluções para a Itália, que, curiosamente, tropeça quando tudo parece muito fácil. O fracasso no Grupo F da Copa de 2010, composto pelos modestos selecionados de Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia, é o exemplo mais recente.


Pirlo continua sendo o líder da Azurra - Foto: Site oficial da Fifa
Destaque – Apesar da renovação feita por Cesare Prandelli, um veterano continua sendo a principal peça do time. Aos 32 anos, Andrea Pirlo é o atleta de maior qualidade técnica da Itália, condição que ele ocupa desde que estreiou pela seleção, em sete de setembro de 2002. Porém, o meia só foi assumir o protagonismo da equipe a partir das Eliminatórias para o Mundial da África do Sul. Suas conquistas pela Azurra são a medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e a Copa do Mundo de 2006, na qual foi agraciado com o título particular de melhor jogador da final. Mas Pirlo quer mais. Prova disso foi sua belíssima temporada pela campeã nacional Juventus, depois de tantos anos vestindo o vermelho e preto do Milan e de ter sua carreira dada como encerrada por parte da imprensa italiana, quando se transferiu para o rival de Turim.


Os 23 convocados:

Goleiros: Gianluigi Buffon (Juventus), Morgan De Sanctis (Napoli) e Salvatore Sirigu (Paris Saint-Germain/FRA).

Defensores: Ignazio Abate (Milan), Federico Balzaretti (Palermo), Andrea Barzagli (Juventus), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Christian Maggio (Napoli) e Angelo Ogbonna (Torino).

Meio-campistas: Daniele De Rossi (Roma), Alessandro Diamanti (Bologna), Emanuele Giaccherini (Juventus), Claudio Marchisio (Juventus), Riccardo Montolivo (Fiorentina), Thiago Motta (Paris Saint-Germain/FRA), Antonio Nocerino (Milan) e Andrea Pirlo (Juventus).

Atacantes: Mario Balotelli (Manchester City/ING), Fabio Borini (Roma), Antonio Cassano (Milan), Antonio Di Natale (Udinese) e Sebastian Giovinco (Parma).

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