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Contos Olímpicos: A redenção da mulher quimono


Por Cleyton Santos
De São Paulo

Ouro histórico de Sarah Menezes; uma mulher brasileira no topo do mundo (AFP)

Mulheres. Tão reprimidas, abandonadas, ofendidas, tratadas como um objeto.
Mulheres que eram contadas em verso e prosa como belos seres humanos, de curvas insinuantes, que deixavam os outros seres humanos de boca caída. Uma visão meramente ilustrativa, quase que mercadológica.

Ainda existe esta visão, infelizmente, em muitos países, mas já se abrem pequenos pedaços de luz.


Na primeira edição dos Jogos Olímpicos aonde todas as delegações (inclusive as de regimes totalitários, que proibiam elas de praticar esportes), viu uma heroína.


Uma mulher que trocava entre os quimonos azul e branco, e cujas costas estava escrito "S.Menezes" e um "BRA" enorme escrito em azul.


Uma garota do norte do País, que enfrentou a própria família para lutar ("era uma luta pra homens", segundo ela mesma disse). Desde então, em meros 13 anos, evoluiu de uma "fugitiva das broncas" para uma campeã olímpica.


Por mais que o prognóstico de Sarah fosse a seu favor, a chave não era. Havia boas atletas que estavam na chave faziam a maioria pensar em uma medalha de bronze. Mas Sarah foi seguindo, luta a luta, batalha a batalha e levou o título olímpico.


Quando o cronômetro zerou, no tatame central do ExCel Center, Sarah, agora uma mulher, virou criança de novo. Pulou em cima da treinadora, como uma menininha de 9 anos. Aquela que dava umas escapulidas para praticar judô. Judô esse que fez ela entrar para a história como a maior judoca da história.


Em um dia tão histórico, com redenções (Thiago Pereira conquistando a prata [!] na frente de Michael Phelps [!!], que ficou fora do pódio em uma final olímpica, coisa que não acontecia desde Sydney 2000 [!!!] e Felipe Kitadai que, aos trancos e barrancos, levou o bronze), é no sorriso de Sarah Menezes que destaco.


É apenas o segundo ouro conquistado individualmente por uma mulher (o 1º foi de Maureen Maggi, quatro anos atrás) e o terceiro ouro conquistado pelo judô brasileiro. É no sorriso que Sarah Menezes, a mulher que nasceu, e ainda vive no Piauí, que vale o destaque.


Aquele famoso ditado da mulher guerreira, batalhadora, que luta de sol a sol...Sarah passou por isso, e nem por isso, arrancou o sorriso da cara e quando conseguiu ganhar o mundo, chorou. Um choro que atingiu a todos, até mesmo narradores, seres tão secos de emoção, pois precisam informar.


O ouro de Sarah Menezes realizou muitos sonhos. Talvez ela só tenha noção disso, quando for recebida de carro do Corpo de Bombeiros em Teresina. Hoje o esporte brasileiro conseguiu mais uma heroína.


Seja bem-vinda, Sarah Gabrielle Cabral de Menezes, ou simplesmente:
Sarah Menezes.

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