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Londres-2012: Futebol feminino



Nesta edição dos Jogos Olímpicos, as tricampeãs americanas não terão a concorrência da Alemanha, mas ainda assim, seleções como Japão e França ameaçam a soberania de Hope Solo e Cia

Eduardo Madeira Junior e Luiz Guilherme de Almeida


Tanto em 2004 quanto em 2008, a seleção norte-americana de futebol feminino venceu o Brasil na disputa pelo ouro olímpico. Nos jogos de 2012, elas seguem como favoritas, mas com outras postulantes a medalha. A seleção brasileira pode não ser uma das grandes candidatas ao ouro, mas conta com Marta e Cristiane, isso por si só já é um motivo que eleva o nível do time. Porém, as potências são outras: a França vem com uma base forte, formada pelo Lyon, time que domina o futebol europeu há anos. A outra favorita é a seleção japonesa, que surpreendeu o planeta ao conquistar o Mundial no ano passado.

A Europa não teve uma fase pré-eliminar e suas classificadas saíram da última Copa do Mundo, no caso, Suécia e França. A dupla caiu nas semifinais do torneio, mas foram as duas melhores seleções classificadas do continente. A ausência mais sentida é a da Alemanha, que esteve em todas as edições olímpicas – o futebol feminino se tornou esporte olímpico em 1996 – mas eliminada nas quartas-de-final da última Copa, acabou ficando de fora dos jogos de Londres. A outra seleção do continente será a mandante, Grã-Bretanha.

Na Ásia, como de costume, a briga é ferrenha e algumas seleções tradicionais acabam ficando de fora da disputa, como a China – primeira ausência na história – e a Austrália – que diferentemente do time masculino, encontra mais dificuldades com as fortes seleções asiáticas. Com isso, o Japão, campeão do mundo e a estreante Coréia do Norte representarão a Ásia em Londres.

Enquanto o continente africano mandará África do Sul e Camarões, duas estreantes em Jogos Olímpicos, as Américas e a Oceania mandarão as já esperadas, Brasil, Colômbia, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Confira abaixo uma análise dos três grupos:


Marta e Cia. tentarão recuperar o
status perdido (Reuters)
O gigantesco Millenium Stadium – estádio que pode receber mais de 70 mil pessoas – será palco de cinco dos sete jogos do grupo E, inclusive do duelo de abertura entre Grã Bretanha e Nova Zelândia. No mesmo dia, Camarões e Brasil também farão seus duelos iniciais.

Não deixa de ser um grupo interessante e equilibrado. A seleção brasileira desponta como a mais forte, contando com Marta, uma das melhores jogadoras do mundo. Porém, o Brasil chega a Londres querendo recuperar o posto de seleção “top” do cenário mundial. A base é a mesma que novamente fraquejou diante das americanas na última copa, mas com possíveis mudanças de esquema do técnico Jorge Barcellos, que parece inclinado a armar a equipe com três defensoras.

Durante a preparação para os Jogos, Cristiane ficou de fora. A principal jogadora do Brasil, depois de Marta, atua no WFC Rossiyanka da Rússia e o campeonato nacional acabou as vésperas da preparação brasileira. Jorge Barcellos preferiu dar um descanso para Cris. Neste meio-tempo, o treinador tentou encontrar uma substituta para a jogadora, mas não conseguiu achar alguém do mesmo nível. Thaís Guedes foi a mais experimentada, mas pouco convenceu.

Um ponto negativo da preparação brasileira foi em abril, na Copa Kirin, tradicionalmente realizada no Japão. O Brasil enfrentou os EUA, além das japonesas e sofreu duas duras derrotas, 3x0 diante das americanas e 4x1 contra as asiáticas.

A segunda força do grupo fica entre Nova Zelândia e Grã Bretanha. O selecionado da Oceania chega com 11 atletas que foram aos Jogos de Pequim, porém, tem feito campanhas medianas nos torneios que disputa – exceto em seu continente, onde é soberana. Mesmo com um elenco rodado, a troca de técnico parece ter surtido grande efeito. Tony Readings, substituto de John Herdmann, tem dado nova cara ao time que recentemente só perdeu para os EUA nos acréscimos, 2x1.

Já a Grã Bretanha chega à competição preocupada. A técnica Hope Powell – no comando da Inglaterra desde 1998 – vê sua principal jogadora, Kelly Smith do Arsenal sendo atormentada por uma lesão. Como a Inglaterra é a seleção mais forte do Reino Unido, nada mais justo do que ela ser a base da seleção britânica, não à toa, o elenco tem apenas duas ‘estrangeiras’, as escocesas Ifeoma Dieke e Kim Little.

A seleção camaronesa chega como uma legítima zebra africana. Para muitos do elenco, viajar para Londres já foi uma surpresa e tanto, vide que eliminaram a favorita Nigéria. Será a primeira aparição internacional de Camarões no futebol feminino.

É um grupo que exige atenção as brasileiras, mas que não trará enormes dificuldades Uma boa partida na estréia contra Camarões será um bom passo para a classificação. Britânicas e neozelandesas deverão lutar pela segunda vaga, posteriormente, a de terceira no índice técnico. A seleção camaronesa não deve oferecer muitas dificuldades às demais equipes.


Sawa e Sasaki foram premiados no Mundial em 2011
(Reuters)
Imaginar que as tricampeãs americanas ficarão com uma das três medalhas do futebol feminino é algo rotineiro na mente de quem cobrirá o futebol feminino nos Jogos Olímpicos. Mas pensar que elas terão vida fácil é errado. No último Mundial, realizado na Alemanha em 2011, o Japão surpreendeu e ficou com o caneco, derrotando justamente as americanas na decisão. O selecionado asiático estará no Grupo F e desponta como a principal favorita da chave.

A grande aposta japonesa é Homare Sawa. A meio-campista foi a artilheira do último mundial com cinco gols e ainda foi eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA. Sawa é a principal liderança do elenco japonês, que é, em grande parte, o mesmo que foi aos últimos torneios internacionais, inclusive, com quatro atletas que disputaram os jogos de Atenas em 2004. O mentor da equipe é o treinador Norio Sasaki, mais um que foi eleito o melhor do mundo em 2011.

Quem desponta como segunda força é a Suécia. Eliminadas na semifinal da última Copa do Mundo, a seleção nórdica conta com Lotta Schelin para buscar uma inédita medalha para o país. Principal jogadora do Lyon, atual bicampeão europeu, a meia-atacante já foi comparada ao também sueco Zlatan Ibrahimovic e disputará sua terceira Olimpíada. Schelin decepcionou na última Copa do Mundo, mas tem feito brilhantes temporadas na França, onde se destaca por jogar em todas as posições de ataque e manter o ótimo nível.

Com esse time, o técnico Thomas Dennerby busca superar o feito de 2004, onde a Suécia perdeu a disputa para o bronze. É um time com características semelhantes ao estilo masculino: muito toque de bola, cadência, mas sempre contando com uma centro-avante rompedora no comando de ataque.

Já a seleção canadense corre por fora, sonhando mais com uma terceira vaga. O Canadá é figurinha carimbada dos mundiais, mas participará apenas de sua segunda Olimpíada. Já é considerada a segunda força da América do Norte, mas está muito abaixo das americanas. Ainda assim, o técnico John Herdmann acredita que possa beliscar uma medalha em Londres e a sua aposta é em Christine Sinclair. Antes, ela atuava como atacante e não decepcionava, jogando nas últimas temporadas como uma armadora, ela segue sem fraquejar, mantendo a alta média de gols.

O que preocupa Canadá nesses Jogos Olímpicos, em questão de medalha, são os resultados recentes. França, Estados Unidos e Brasil, que são seleções consideradas favoritas – as brasileiras nem tanto -, bateram as canadenses em 2012. Das seleções que estarão em Londres, apenas Colômbia e Nova Zelândia foram derrotadas pelas canadenses.

Para fechar o Grupo F, falamos da África do Sul. O país foi um dos primeiros do seu continente a apostar no futebol feminino, mas somente agora conseguiu uma vaga nos Jogos Olímpicos. O técnico Joseph Mkhonza deposita suas esperanças em Amanda Dlamini, de 23 anos. A jogadora é considerada a melhor do país e mesmo jovem, já conquistou alguns prêmios em sua carreira. Porém, a seleção sul-africana não deverá apresentar grandes dificuldades as outras três seleções da chave. A edição de 2012 servirá mais como um período de experiência para as meninas africanas.

Embora demonstre certo equilíbrio, o Grupo F não deve apresentar enormes surpresas. Japão e Suécia tem tudo para vencerem o grupo, até com relativa facilidade, enquanto o Canadá deverá tentar arrancar alguns pontos das duas seleções para ficar com a terceira vaga. A África do Sul chega sem grandes perspectivas e assim deve ser durante o torneio.



Pia Sundhage tentará conquistar seu segundo
ouro olímpico (Reuters)

Ao contrário do maior equilíbrio nos dois grupos anteriores, o Grupo G não deve apresentar muitas surpresas, apesar de receber quatro estilos de jogos diferentes.

As sempre favoritas americanas chegam em busca do terceiro ouro olímpico consecutivo, quarto no geral, e para isso contam com a experiência e solidez do seu elenco, demonstradas nos onze nomes dentre os dezoito atuais que estiveram em Pequim 2008. Pilares como a goleira Hope Solo, a capitã e defensora Christie Rampone - quarta Olimpíada seguida -, a habilidosa meia Shannon Boxx e as artilheiras Abby Wambach e Alex Morgan formam uma equipe que, como nenhuma outra, consegue mesclar segurança defensiva e ofensividade ao seu estilo. A treinadora Pia Sundhage comanda uma equipe de grande qualidade que chega buscando fazer mais uma vez história na modalidade.

Maior desafio das americanas nessa fase, a seleção da França chega cercada de grande expectativa por uma boa campanha e medalha graças ao bom momento vivido pelo seu futebol. Também montada em uma base forte, o técnico Bruno Bini trabalha com nada mais que onze atuais campeãs da Champions League Feminina pelo Olympique Lyonnais. Quarta colocada no Mundial de 2011, a seleção francesa espera jogar nas Olimpíadas o mesmo futebol criativo e veloz que a vem caracterizando ao longo dos últimos torneiros. O grande destaque da equipe fica para o setor ofensivo formado por Camille Abily, Louisa Necib, Elodie Thomis e a promessa Eugénie Le Sommer – todas atuam pelo Lyon - pelo meio, além das artilheiras Elodie Thomis e Gaëtane Thiney formando uma prolífica dupla de ataque. Uma seleção que chega como forte candidata na briga pelo ouro.

A Colômbia chega a Londres já coroando a evolução do seu futebol. Vindo da sua segunda participação na história dos Mundiais em 2011, pelos jogos Olímpicos será a grande estreia. O técnico Ricardo Rozo comanda uma equipe extremamente jovem – média de idade em 23 anos – e que vem evoluindo bastante graças às disputas de torneios pela América do Sul e Europa. Outro fator fundamental para a evolução colombiana tem sido a exportação de atletas para centros maiores do futebol feminino. Das dezoito atletas convocadas para as Olimpíadas, nada mais que dez atuam nas ligas americanas por universidades, onde o trabalho é contínuo e de aprimoramento. Resultado desse intercâmbio é uma geração de boas jovens atletas que aos poucos vão adquirindo a experiência necessária para o desenvolvimento do futebol feminino colombiano. Com um time rápido e de certa habilidade, os destaques ficam para a ágil atacante Catalina Usme, a meia Daniela Montoya e toda a experiência de Carmen Rodallega. A principal atleta do time é Yoreli Rincón, de apenas 18 anos. A garota colombiana já tem seu estilo de jogo comparado a Marta.

Já a Coréia do Norte, sempre cercada de incertezas e mistérios, chega sem grandes pretensões, sem ser confundida com falta de ambição. É também uma equipe formada por atletas bastante jovens – 22 anos de média – que atuam majoritariamente no futebol norte-coreano. A preparação da equipe mostrou que o trabalho vem sendo bem feito; sete partidas com cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota, vencendo equipes de maior tradição na modalidade como a Bélgica e Romênia. Lutar por uma segunda vaga no grupo é o grande objetivo e qualquer resultado além disso já será grande feito. Destaques para a boa centroavante Mi Gyong Choe e a armadora Ye-Gyong Ri.

GRUPO E
GRUPO F
GRUPO G
Grã Bretanha
Japão
EUA
Nova Zelândia
Canadá
França
Camarões
Suécia
Colômbia
Brasil
África do Sul
Coréia do Norte
Grã Bretanha
x
Nova Zelândia
Japão
x
Canadá
EUA
x
França
Camarões
x
Brasil
Suécia
x
África do Sul
Colômbia
x
Coréia do Norte
Nova Zelândia
x
Brasil
Japão
x
Suécia
EUA
x
Colômbia
Grã Bretanha
x
Camarões
Canadá
x
África do Sul
França
x
Coréia do Norte
Nova Zelândia
x
Camarões
Japão
x
África do Sul
EUA
x
Coréia do Norte
Grã Bretanha
x
Brasil
Canadá
x
Suécia
França
x
Colômbia

Quartas de Final – 3 de Agosto
Semifinais – 6 de Agosto
Jogo 19
1º/ Grupo F
x
2º/Grupo G
Venc./19
x
Venc./21
Jogo 20
1º/ Grupo G
x
3º/Grupo E ou F
Jogo 21
2º/Grupo E
x
2º/Grupo F
Venc./22
x
Venc./20
Jogo 22
1º/Grupo E
x
3º/Grupo F ou G
FINAL – Dia 9 de Agosto, no Estádio Wembley

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