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O resultado do entrosamento

Bi-campeã europeia e atuais vencedores da Copa do Mundo, a Espanha vai se consagrando como uma das grandes potências do futebol atual e um dos grandes trunfos dessas conquistas está no fato de possuir uma base vinda dos grandes vencedores do país

Por: Eduardo Madeira Junior
Futebol Europeu Online
Lauro Müller/SC


Os treinadores que aceitam o desafio de comandar uma seleção nacional estão sendo exigidos cada vez mais, mas tendo pouco a evoluir. Embora alguns contem com um número maior de atletas atuando em alto nível e, por consequência, contando com opções mais numerosas, eles tem de se virar para arrumar o time tendo pouco tempo para executar tal ação. 

O calendário do futebol atual é muito apertado, prejudicando demais as seleções. Os treinadores acabam recebendo seus atletas convocados em um dia, treinando no outro e os mandando a campo no dia seguinte. Isso atrapalha demais os trabalhos dos treinadores, que com tempo escasso, elaboram poucas coisas, nada novo e os times se tornam previsíveis. 

Para poder se sobressair entre os selecionados adversários, o entrosamento que os jogadores obtêm dos clubes se torna arma dos treinadores. Porém, nem todos conseguem ter este privilégio, não só pela birra que alguns técnicos tem com certos atletas, mas também do fato de muitos clubes grandes possuírem legiões estrangeiras em seus elencos. 

Nessa situação, Vicente Del Bosque pode se considerar um ilustre privilegiado. A base de sua seleção campeã mundial e novamente campeã europeia está nos dois principais times da Espanha: Real Madrid e Barcelona. Dos 23 atletas que viajaram para Ucrânia e Polônia para disputar a UEFA Euro, cinco atuam pelo clube da capital espanhola, enquanto sete vestem a camisa catalã, sem contar David Villa e Carles Puyol, peças de confiança de Del Bosque, mas que contundidos, ficaram de fora do torneio. 

O resultado dessa soberania está sendo notada pelo mundo inteiro nos últimos campeonatos entre seleções, onde a Espanha conseguiu se tornar a primeira seleção a conquistar duas Euros consecutivas, com uma Copa do Mundo entre esses títulos. Além disso, a Fúria igualou a Alemanha em números de conquistas europeias, três de cada, e ambas dividem o posto de maiores campeãs da história do torneio. Sem falar de uma série incontável de recordes que a Espanha vem batendo com as últimas conquistas. 

É claro que possuir uma geração dotada de muito talento e predestinada a vencer tudo que disputar – caso contrário da geração de Raul, por exemplo – é um dos grandes méritos, se não o maior, dessa trinca de títulos, mas ter em mãos um grupo de atletas que joga junto há tempos e adquire grande entrosamento em seus clubes é um grande privilégio de Vicente Del Bosque e isso só ajuda a solidificar seu trabalho. 

O treinador também tem o mérito de conseguir distribuir bem os jogadores, mesclando precisamente os valores de Real e Barça, sem desequilibrar o time. Além disso, Del Bosque conseguiu, nesta Euro, dar pequenas “pinceladas”, como o ingresso de David Silva e Jordi Alba, dois “estrangeiros”, ao time titular – embora Alba já seja novo contratado do Barcelona. 

O 4x0 sobre a Itália deu o bicampeonato para a
Fúria
A prova final de que o talento de uma grande geração, somada ao entrosamento de longa data realmente fez efeito foi vista pelo mundo inteiro na Eurocopa. A Espanha jogou quase toda a competição abaixo do que pode render, apresentando um futebol, classificado por muitos como, “chato e burocrático” e ainda assim, foi campeã invicta, sofrendo apenas um gol, sendo esse anotado na partida de estreia. 

Na grande decisão diante da Itália, única seleção que havia balançado as redes espanholas na competição, a Espanha apresentou a Azzurra todas as suas armas. Um toque de bola mais objetivo e envolvente, a intensa movimentação dos homens de frente, fazendo valer o fato de não possuir um centro-avante fixo e a imposição de seu já conhecido estilo de jogo. 

A goleada por 4x0 serviu para consagrar Xavi e Iniesta, que tiveram atuações de gala. Ambos foram mal marcados, diga-se de passagem – principalmente Xavi -, mas a dupla mostrou o porque de tanto sucesso e aclamação as suas técnicas. A inspiração da dupla só ajudou a engolir o meio-campo italiano, que pouco produziu durante a partida. 

Foi a consagração do estilo espanhol de se jogar futebol. Os constantes toques de bola e a valorização da posse da gorduchinha foram as grandes marcas deste time. Com Barcelona e Real Madrid mantendo os atuais jogadores e aumentando suas forças humanas e financeiras, o domínio nacional e talvez continental deve se tornar uma estigma, com tendência a reflexão na seleção local. Teoricamente, se isso se manter, o trabalho dos treinadores da Fúria, seja quem for, será diminuído, já que ele receberá uma base pronta para ser levemente lapidada. 

Enquanto não surgir um estilo de jogo eficaz ao ponto de parar ao jeito espanhol de jogar bola, o cheiro de dinastia no mundo das seleções ficará cada vez mais forte. 

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