health

[automobilismo] [bleft]

Technology

[futebol][bsummary]

business posts

[futebol][twocolumns]

Nem gênio, nem reforço pro Showbol


Decaindo na carreira, Diego Forlán chega ao Inter causando as mais variadas impressões no público e na mídia

Por: Eduardo Madeira Junior
Lauro Müller/SC

Forlán recebeu a 7 e se tornou sócio colorado (Alexandre Lops/Internacional)
Antigamente, a moda entre os times brasileiros era repatriar jogadores fracassados na Europa. Nos dias atuais, nossos dirigentes estão fazendo virar rotina a contratação de jogadores renomados no cenário internacional, mas sem mercado no exterior. Ronaldinho, melhor do mundo em duas oportunidades, Juninho, ídolo do Lyon, Luís Fabiano, cobiçado por vários clubes, mas trancafiado por muito tempo na Andaluzia são apenas alguns exemplos. Na última semana, o Botafogo trouxe Clarence Seedorf, campeão europeu por Real Madrid e Milan, enquanto Diego Forlán, melhor jogador da Copa de 2010, se transferiu para o Internacional.

E é da negociação do jogador uruguaio a que venho falar. O seu histórico recente pela Celeste Olímpica deixa muitos com a impressão de que é um grande reforço, porém, suas últimas temporadas pelos seus clubes deixam a outra parte crítica acreditando que será um desastre, classificando até como um “reforço pro showbol”.

Os dois lados têm uma ponta de razão. Forlán não é craque, mas sabe jogar. O uruguaio tem estrela, é habilidoso e costuma demonstrar enorme vontade em campo. Além disso, é artilheiro e finaliza bem, tecnicamente, acrescenta demais. Em contrapartida, deve-se ressaltar que a sua última boa temporada foi em 2009/2010, onde conduziu o Atlético de Madrid ao título da UEFA Europa League. Dali em diante, sua vida pelos clubes virou um inferno. Na temporada seguinte, se tornou reserva no Atleti, mas após boa Copa América, arrumou uma transferência para a Internazionale. Prejudicado pelas constantes lesões, Forlán fez apenas 18 jogos e marcou somente dois gols com a camisa interista. Portanto, argumentos para elogiarmos ou criticarmos duramente a contratação existem.

Porém, as críticas acabam pesando mais do que os elogios. A razão é obvia: brilhar por seu país é, digamos, mais fácil. Vejam bem, os torneios entre seleções são mais curtos e acabam não exigindo tanto dos atletas. Forlán não é mais um garoto, já ultrapassou a marca dos trinta anos e torneios de tiro curto acabam sendo o momento propício para dar um “gás final”. Basta ver que dos doze gols que o uruguaio tem em copas – do Mundo e América – sete foram marcados da Copa de 2010 para cá.

Enquanto isso, seu rendimento nos clubes vem caindo consideravelmente. Desde a temporada 2006/2007, Forlán anotava pelo menos 20 gols, mas se somarmos os tentos das últimas duas temporadas do uruguaio, notaremos que não tem nem 15 gols. As lesões justificam um pouco esse número, mas não por completo, já que nessas duas últimas temporadas, o uruguaio fez 40 jogos, é muita coisa pra pouco resultado. A vontade de ficar próximo da família pesou, mas a falta de mercado no exterior também forçou sua vinda ao Brasil. O declínio é evidente.

Por isso, na hora de analisar essa negociação, prefiro ficar no meio do caminho e considerar apenas como uma boa contratação. “Boa”, somente isso. Forlán “flopou” na Internazionale e ainda sofre de problemas físicos, fazendo com que os R$ 415 mil que deve receber mensalmente sejam gastos em vão. Mas ainda assim, o uruguaio sabe jogar e é matador. Como disse antes, por quatro temporadas seguidas, anotou mais de 20 gols na Liga Espanhola, sendo que não jogava nem no Real Madrid ou no Barcelona.

Forlán foi apresentado ao lado de Fernandão,
Valdomiro e Luciano Davi (Alexandre Lops/Internacional)
Inteiro fisicamente, Forlán pode ser o substituto do cobiçado Leandro Damião, sendo o centro-avante do time, assim como pode auxiliar o argentino Andrés D’Alessandro na armação de jogadas. Uma coisa é certa, sua chegada aumenta as opções de Dorival Junior. Mas se esse “aumento” dará certo ou não, é outra história.

A chegada de Forlán também sinaliza que mudanças devem acontecer no elenco colorado. Além das saídas de Leandro Damião e Oscar, tudo indica que um dos estrangeiros do time pode ter o mesmo destino. Lembrando que apenas três jogadores de fora do Brasil podem ser relacionados por jogo e o Inter possui Pablo Guiñazú, Mario Bolatti e Jesús Dátolo em seu plantel, além de D’Alessandro e Forlán. O volante Guiñazú já está a cinco anos no Brasil e pode se naturalizar brasileiro e o Inter deve solicitar essa naturalização. Com isso, seriam quatro estrangeiros para três vagas e o técnico Dorival Junior deve optar por D’Alessandro, Forlán e Dátolo, já que Bolatti não tem tanto prestígio assim.

Diego Forlán pode arrebentar, ser artilheiro do Brasileirão e levar o Internacional a conquista do título brasileiro, que não vem desde 1979, mas seu histórico recente torna a sua contratação uma verdadeira incógnita. É um bom negócio, mas creio que não será um substituto à altura de Leandro Damião, que além de talentoso, é jovem. O uruguaio chegou falando em “jogar até os 40 anos”, mas precisará mostrar no Inter, muito mais do que vem mostrando nos últimos anos por seus clubes. O espírito celeste precisa pairar sobre a colorada camisa 7.

Nenhum comentário:

Seja bem vindo ao Leitura Esportiva. Seu comentário é bastante importante para nós!

Comentários anônimos não serão mais aceitos.