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Londres-2012: Vôlei Masculino



Especial do LE sobre as Olimpíadas mostra tudo sobre a sempre badalada competição de vôlei masculino


Vinicius Carvalhosa
Rio de Janeiro/RJ


A Polônia venceu a Liga Mundial e é a favorita. Foto: FIVB
O vôlei sempre recebeu bastante atenção brasileira nos Jogos Olímpicos. Com a geração de prata de 1984, o ouro de 1992 e a gloriosa década de 2000, o Brasil se acostumou a esperar grandes coisas nas quadras olímpicas. 


Durante a trajetória vitoriosa, ainda tivemos o título em Atenas-2004 e o vice em Pequim-2008. Porém, nunca antes na Era Bernardinho o vôlei masculino tupiniquim chegou a uma edição das Olimpíadas cercado de tantas dúvidas. Por outro lado, times que sempre ficaram no quase, principalmente a Polônia, agora parecem mais fortes. Outros antes pouco badalados, como a Alemanha, agora estão dando muito trabalho. Rússia, Itália e EUA continuam perigosos como sempre. Neste guia do vôlei masculino, você vai conferir o que esperar do torneio em Londres.


Brasil: a renovação ficou no meio do caminho


Após perder para os Estados Unidos na final em Pequim, a Seleção Brasileira se viu frente à necessidade de renovação. Todos esperavam que para o ciclo olímpico seguinte Bernardinho comandasse uma nova geração tão forte quanto a anterior. Os mais novos da equipe que ficou com a prata eram o levantador Bruninho, então com 22 anos, e o ponteiro Samuel, então com 24. Outros que já não eram novos na China, como Giba, Dante, Serginho, Murilo e Rodrigão - todos hoje com idades entre 31 e 36 anos - continuaram no elenco e vão para Londres. E o levantador Ricardinho voltou. São, sem dúvida, grandes jogadores, todos fundamentais na época mais vencedora do vôlei brasileiro. Ainda têm lenha para queimar e podem tranquilamente levar o Brasil a mais um título. Mas a idade pesa, e já não são favoritos como antes. E a renovação não chegou. 


Hoje, os jogadores que representam a renovação em relação ao grupo de 2008 são os centrais Lucão (26) e Sidão (30), os opostos Leandro Vissotto (29) e Wallace (25) e o ponta Thiago Alves (completa 26 anos esta semana). Bruninho, já veterano de uma Olimpíada, também é relativamente novo com seus 26 anos. Alguns jovens foram chamados na pré-lista de Bernardinho: o ponteiro Maurício, de 23 anos, do Cruzeiro; o oposto Renan Buiatti, gigante de 2,15m e 22 anos, do São Bernardo; e, principalmente, o ponteiro Lucarelli, de 20 anos, do Minas, que ficou na lista até o último corte.


Má campanha na Liga Mundial deixou a torcida desconfiada. Foto: Lukasz Kardynal
Mesmo com a idade avançada dos principais jogadores, tudo estaria ótimo se o time estivesse dominando como sempre. Mas a última Liga Mundial, em que o Brasil terminou em sexto, deixou os comandados de Bernardinho cercados de desconfiança para os Jogos Olímpicos.


Mesmo assim, não há motivo para pânico. Bernardinho é o melhor treinador da história do vôlei e pode muito bem levar a Seleção ao ouro. É difícil, mas é possível.


Convocados:
Levantadores: Bruninho (RJX) e Ricardinho (Volei Futuro)
Opostos: Wallace (Cruzeiro) e Vissotto (Cuneo-ITA)
Ponteiros: Giba (Cimed), Murilo (SESI), Dante (RJX) e Thiago Alves (RJX)
Centrais: Rodrigão (SESI), Lucão (RJX) e Sidão (SESI)
Líbero: Serginho (SESI)


O resto do Grupo B: mais quatro candidatos para três (ou quatro?) vagas


Considerando que o Brasil é o dono de uma das quatros vagas do Grupo B para a fase seguinte, dá para dizer que EUA, Rússia, Alemanha e Sérvia brigam por três vagas. Ninguém realmente acredita que a Seleção Brasileira esteja mal o suficiente para ser eliminada na primeira fase. O mais provável é que a Sérvia - que também ficou no meio de uma renovação complicada, e com muito menos talento - acabe ficando de fora junto com a Tunísia, de longe o time mais fraco da chave.


EUA: Atuais campeões olímpicos, os norte-americanos sofrem do mesmo problema brasileiro: falta de renovação. O jogador mais novo dos 12 convocados é o ponteiro Matthew Anderson, do Modena-ITA, com 25 anos. E, ao contrário da equipe canarinho, nem a pré-lista inspira confiança no rejuvenescimento do elenco, já que o próprio Anderson era o mais novo dos 20 pré-convocados. Os nomes que estamos cansados de ouvir continuam presentes: estarão em Londres o líbero Richard Lambourne (37 anos), o oposto Clayton Stanley (34), o levantador Donald Suxho (36), o central David Lee (30) e os ponteiros Sean Rooney (29) William Priddy (34). A única ausência sentida é o central Ryan Millar, peça-chave no título em Pequim. O que se espera dos ianques é a mesma incógnita do Brasil. Podem tanto conquistar o ouro como cair já nas quartas de final e ficar fora da briga por medalhas.


Rússia: Outra equipe sempre perigosa, a Rússia é a herdeira dos feitos esportivos da antiga União Soviética, e como tal só deixou de conquistar medalhas no vôlei masculino em três oportunidades. Bronze em Pequim, os russos não são campeões olímpicos, porém, desde 1980, quando sediaram os Jogos em Moscou. O levantador é o experiente Sergei Grankine e o oposto é o jovem Maxim Mikhaylov. Apesar dos 24 anos, este último já esteve presente na China em 2008. O veteraníssimo ponta Sergey Tetyukhin, o também ponteiro Yuri Berezhko e o central Aleksandr Volkov também possuem experiência olímpica. Além dos veteranos, destaca-se o gigante central Dmitriy Muserskiy, de 2,18m. De resto, algumas caras novas não deixam o elenco menos candidato à medalha do que sempre é.


Mikhailov é o jovem destaque russo, mas com experiência olímpica. Foto: EFE
Alemanha: Mesmo quem acompanha vôlei masculino não está tão acostumado a ver a seleção alemã chegando forte nas competições - ou sequer participando das principais. Foram para as Olimpíadas de Pequim após 37 anos, mas não passaram do nono lugar geral. Não possuem um time jovem nem alto, mas cresceram bastante nos últimos anos e até chegaram às finais da Liga Mundial agora em 2012. O oposto Georg Grözer costuma ser o principal pontuador do time, enquanto os ponteiros Jochen Schöps e Dennis Kaliberda (este o mais novo do elenco, com 22 anos) também se destacam.


Sérvia: Sempre poderosa, a Sérvia passa por uma renovação complicada. Quem não lembra do grande time formado por nomes como Miljkovic, os irmãos Grbic, Geric e Vujevic, entre outros, ainda quando chamada de Iugoslávia? Estes jogadores foram campeões olímpicos em Sidney-2000. Para Londres, levam uma equipe jovem, com cinco jogadores com menos de  25 anos. Um deles é destaque do time, o central Marko Podrascanin. A equipe precisará de grande atuações também dos experientes ponteiros Nikola Kovacevic e Bojan Janic. O irmão de Nikola, Uros, está presente no grupo apesar de ainda ter apenas 19 anos, caçula da seleção. A princípio, os sérvios parecem os mais fracos dos cinco times fortes do grupo, e tendem a ficar de fora das quartas de final.


Tunísia: De longe o time mais fraco da chave, a Tunísia tem tudo para ser saco de pancadas. Os africanos nunca passaram da primeira fase em seis participações olímpicas e ainda possuem a desvantagem de todos os jogadores do elenco atuarem no próprio país, que não tem liga nacional forte. Alguns jovens foram convocados, talvez já pensando em dar experiência a eles, como o ponteiro Hamza Naggah, o central Ahmed Kadhi e o polivalente Ismail Moalla. Os destaques são o oposto Ilyes Karamosli e o levantador Mohamed Ben Slimene.


Grupo A: praticamente as quatro vagas definidas


Ao contrário do forte Grupo B, o Grupo A parece ter quatro times com vaga certa para as quartas. A Polônia é a mais forte do grupo, seguida por Bulgária e Itália. A Argentina está abaixo dos europeus, mas ainda assim acima de Austrália e Grã-Bretanha. Talvez os australianos possam complicar e os britânicos surpreender com a força da torcida, mas é difícil imaginar poloneses, italianos, búlgaros ou hermanos caindo na primeira fase.


Polônia: O time do momento. É fácil descrever a seleção polonesa assim. Campeões do torneio internacional mais recente, a Liga Mundial. Cheio de jogadores com talento acima da média, como os ponteiros Michal Winiarski e Bartosz Kurek, o central Marcin Mozdzonek e, principalmente, o oposto Zbiginiew Bartman, grande nome do time. Não dá para esquecer também de dois jogadores muito experientes, o levantador Pavel Zagumny e o líbero Krzysztof Ignaczak, além do outro central titular, Piotr Nowakowski. Enfim, é um elenco muito forte e, salvo grande surpresa, vai liderar sem dificuldade a chave. A presença de reservas rodados como o levantador Lukasz Zygadlo e o central Grzegorz Kosok, além do badalado treinador italiano Andrea Anastasi, transformam o time de apenas forte para principal candidato ao título.


Bulgária: A Bulgária se tornou uma das seleções mais fortes do vôlei masculino a partir da segunda metade da década de 2000. Poderia chegar muito forte e com chance de título em Londres, mas a pretensão foi atrapalhada pela ausência do craque do time, o oposto Matey Kaziyski, que entrou em conflito com a federação local. Outro símbolo da geração, o central Evgeni Ivanov, se aposentou. Porém, outro jogador que foi ícone continua, o ponta Vladimir Nikolov. O líbero Teodor Salparov e o ponta Todos Aleksiev são outros nomes para ficar de olho.


Itália: Grande time da década de 90, a Itália sofreu durante a década seguinte por não conseguir renovar a equipe. Lembram de Gianni, Papi, Mastrangelo, Sartoretti, Meoni e Bovolenta? Pois é. Mas, por incrível que pareça, dois deles ainda vão competir em Londres. O ponteiro Samuele Papi, de 39 anos, e o central Luigi Mastrangelo, de 36, estão firmes e fortes na squadra azzurra. E, como sempre, o país leva sua cota de descendentes de estrangeiros ou naturalizados, como já fez antes com Cernic (nascido na Itália da minoria eslovena do país), Simeonov e Zlatanov (estes dois búlgaros naturalizados). Agora é a vez do levantador Dragan Travica, sérvio naturalizado, do oposto Michal Lasko, italiano de origem polonesa, e do ponta Ivan Zaytsev, filho de um ex-jogador de vôlei russo. A "legião estrangeira" italiana poderia ser maior, mas o ponteiro Jiri Kovar, de origem tcheca, e o levantador Michele Baranowicz, de origem polonesa, não ficaram na lista final. O capitão e principal nome do time hoje é o ponta Cristian Savani. E o central/oposto Alessandro Fei continua sendo um dos jogadores mais perigosos do mundo - ainda mais acompanhado no meio de rede por Emanuele Birarelli. Se tudo der certo no time, a Itália pode conquistar a segunda vaga do grupo e pegar um adversário teoricamente mais fácil nas quartas.


Argentina: Crescendo muito no vôlei e com um futuro promissor (é a segunda colocada do ranking da FIVB de seleções juvenis masculinas), a Argentina quer dar um passo a mais e, quem sabe, até chegar à semifinal das Olimpíadas. O talento está lá. O levantador Luciano de Cecco ainda é jovem, com 24 anos, mas já muito experiente. Aos 22 anos, o reserva Nicolás Uriarte é uma boa promessa. O grande nome do time é o ponteiro Facundo Conte, de 22 anos. O líbero Alexis González também costuma atuar em alto nível. A tendência é que a equipe passe em quarto lugar no grupo e encare uma pedreira nas quartas - Brasil, Rússia ou EUA - e pare por aí.


Austrália: Os aussies são pouco conhecidos no vôlei. Conquistaram a vaga olímpica passando pela China na difícil eliminatória asiática - tá bom, não tão difícil, mas mais complicada que a da Oceania. E o time realmente tem potencial, embora ainda seja azarão no grupo. Quem sabe vitória sobre Argentina e Grã-Bretanha coloquem o time nas quartas. Para isso, vão depender dos principais jogadores, o ponta Igor Yudin e o oposto Thomas Edgar, ambos ainda jovens. Pode ajudar o fato da equipe contar com muitos jogadores em atuação na Europa.


Grã-Bretanha: A anfitriã Grã-Bretanha é a equipe com ranking mais baixo da competição - é apenas a 92º colocada. Apesar de possuir alguns jogadores espalhados por ligas europeias mais fortes, difícil imaginar que o time avance de fase, mesmo com o apoio da torcida. O levantador Ben Pipes e o jovem líbero Dan Hunter são destaques do elenco, além do veterano oposto Jason Haldane, de 40 anos. Além disso, há um brasileiro no grupo, o ponteiro Mark Plotyczer, naturalizado inglês desde 2007. No mais, a juventude da equipe e a ausência de competições de nível mundial são fatores contra os donos da casa, que devem ser os lanternas da chave.



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