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Como Shabazz muda a vida de UCLA?


Principal jogador colegial dos EUA decidiu se juntar aos Bruins e muda status da equipe para a próxima temporada - mas também deixa sensação de "agora ou nunca" por lá

Vinicius Carvalhosa
Basquete (Pick and Roll)
Rio de Janeiro/RJ




No começo da temporada, previ de maneira errada aqui que UCLA levaria o título da Pac-12 e poderia ser um top 10 do ranking. Não chegou nem perto.
O time foi muito mal. O ala-pivô Reeves Nelson, craque do time, viveu diversos problemas disciplinares até ser dispensado. O pivô Josh Smith, jogador de maior potencial dos Bruins, sofreu com problemas de peso e motivação. Antes uma escolha certa de top 15 em qualquer ano que quisesse entrar no draft, agora levantou dúvidas – mas ainda cogita se profissionalizar agora em 2012. Os gêmeos alas-pivôs DavidTravis Wear, que vieram transferidos de North Carolina e de quem se esperava muito, mostraram pouco critério de seleção de arremessos e preguiça na defesa. E o técnico Ben Howland mostrou falta de comando e ainda viu seu nome abalado por acusações de uma reportagem da revista Sports Illustrated.
Boa parte dos fãs da universidade pediam a cabeça do treinador e do diretor de esportes Dan Guerrero. O comando de UCLA, porém, preferiu dar mais um voto de confiança aos dois na esperança de juntar uma classe de colegiais que poderia ser a número 1 do país. Já haviam conseguido o armador Kyle Anderson, que tem um potencial imenso, é considerado o terceiro melhor da high school, pode jogar entre as posições 1 e 4, e tem nada menos que 2,06m de altura – igual a outro armador gigante que brilhou em Los Angeles, um tal de Magic Johnson. Também já haviam confirmado o ala Jordan Adams, que viria para solucionar um dos maiores problemas do time, os arremessos longos. Ainda receberam o "sim" do pivô Tony Parker. Mas a cereja do bolo seria Shabazz Muhammad, melhor do colegial.
Para alegria dos Bruins espalhados pelos EUA, Shabazz resolveu se juntar à equipe em Westwood. É o tipo de jogador que poderia mudar a cara de uma franquia da NBA caso pudesse ir direto para o profissional. Então, é de se esperar que ajude sua universidade a alçar voos mais altos na temporada 2012-13 da NCAA.
Ala atlético, canhoto, sabe pontuar de qualquer maneira. É comparado a Kobe Bryant não só pelo talento enorme, mas também pela determinação em vencer, em evoluir, em ser o melhor. Shabazznão era badalado quando chegou ao high school. Fez seu nome durante os quatro anos que passou lá. Era um zé-ninguém, se tornou o atleta mais cobiçado do país. As críticas ao seu jogo costumam ser em relação à defesa e ao individualismo (alô, Kobe?). Porém, com tamanha vontade de melhorar, parece claro que em breve o ala será um bom defensor, ainda mais se a fama que Ben Howland tem de formar jogadores bons no lado defensivo (Arron AfflaloRussell WestbrookLuc Richard Mbah a Moute, entre outros) se faça valer. Kobe também não era o grande defensor que se tornou depois – embora fosse melhor no High School do que Shabazz – e usou sua força de vontade para aprender e se sobressair no jogo defensivo. Por que não esperar o mesmo do novo Bruin?
Muhammad dominou nas quadras colegiais no estado de Nevada e agora, imediatamente, transforma uma equipe que ficou na metade da tabela na Pac-12 – em um ano fraquíssimo por lá, vale ressaltar – em uma das melhores do país. Ao lado do amigo Kyle Anderson, tem tudo para dominar e ser eleito o melhor jogador da conferência. Depois de um ano, é claro, vai para a NBA. A não ser que tenha problemas para se adaptar ao nível colegial e sua cotação caia muito, o que é difícil.
Os Bruins perderam os armadores Lazeric Jones (eleito melhor do time nesta temporada) e Jerime Anderson, ambos se graduaram. O ala-pivô reserva Brendan Lane, que tinha bastante potencial, mas era pouco aproveitado por Howland, decidiu se transferir para a Universidade Pepperdine. Fora as três perdas, chegaram os três novatos já citados – e ainda existe forte possibilidade de Parker se juntar a eles. Também chegou o armador Larry Drew - filho do treinador homônimo do Atlanta Hawks -, transferido de North CarolinaDrew era considerado bom prospecto, e foi muito bem como segundanista em 2009-10, com médias de 8.5 pontos e 5.9 assistências,  mas foi preterido por Kendall Marshall nos Tar Heels na temporada seguinte e decidiu sair.
Com isso, o time agora conta com o novato Anderson e Drew, indo para o quarto ano, na armação. Os alas do time são o segundanista Norman Powell, que recebeu menos minutos do que deveria agora em sua temporada de calouro, o junior Tyler Lamb, melhor defensor de perímetro da equipe, e os novatos Shabazz e Adams. Os Wear também podem jogar na 3. No garrafão, além dos gêmeos, estão Josh Smith, Anthony Stover, melhor defensor no geral do time, e Parker - que deve brigar por bons minutos desde seu primeiro dia em Westwood.


Tudo parece muito bonito, mas existe um problema. Se Howland não levar o time a uma temporada excelente (no mínimo um Sweet 16 e o título da Pac-12) com um elenco bom assim e contando com o favorito a melhor jogador universitário do ano, terá problemas para manter seu emprego. E, caso consiga, para reconstruir a equipe, que pode perder boa parte de seus jogadores. Drew vai se formar após 2012-13, Anderson pode ser um one-and-done. Powell pode ir para a NBA logo se receber minutos de jogo decentes e mostrar o talento que todos sabem que possui. Shabazz é um one-and-done praticamente certo. E Smith também vive flertando com o basquete profissional.
Isso deixaria, provavelmente, o time sem armador, com apenas Lamb e Adams para as alas, os Wear, Parker e Stover para o garrafão em 2013-14. Claro que uma campanha boa ano que vem torna mais fácil recrutar atletas de elite para montar o elenco na sequência, mas se isso não acontecer e, ainda assim, os citados acima saírem, a situação pode ficar difícil para UCLA. A equipe seria obrigada a ter muitos novatos no elenco – e assumindo uma responsabilidade que eles podem ainda não estar prontos para ter.
Por enquanto, vamos pensar na rotação para a próxima temporada em algumas situações de jogo. Difícil imaginar que Drew tenha saída do leste para o oeste para ser reserva de Anderson. Por isso, dá para imaginar que ele assuma a armação e o companheiro jogue na ala como uma espécie de point forward (função que, por exemplo, Lamar Odom exerceu diversas vezes no Lakers), onde se sai muito bem. Shabazz é o scorer principal da equipe em qualquer hipótese das abaixo. A rotação ficaria mais balanceada, com reservas definidos para cada uma das cinco posições. Ficaria assim:

PG – Drew / Powell

SG – Shabazz / Lamb
SF – Anderson / Adams
PF – Travis Wear / David Wear
C – Smith / Parker/ Stover
A segunda situação pode tomar forma em diversos momentos nos futuros jogos dos Bruins. E pode ser a escolhida pelo técnico para ficar a maior parte do tempo em quadra. O ideal é usar Anderson como armador principal no ataque. Na defesa, ele marcaria o ala pontuador adversário, com Powell ou Lamb (realmente, aqui não há distinção sobre qual seria titular entre os dois) marcando o armador que carregue a bola no rival. É bem possível também que Parker conquista a vaga de titular na posição 4:

PG – Anderson / Drew

SG – Powell / Lamb
SF – Shabazz / Adams
PF – Parker / D. Wear
C – Smith / T. Wear/ Stover
A terceira situação é uma variação clara da de cima, com Anderson carregando a bola a maior parte do tempo, Drew na 2 e Powell na reserva da 1 – ele pode ter que assumir a armação em 2013-14 caso o time não recrute algum colegial de alto nível para ser titular:

PG – Anderson / Powell

SG – Drew / Lamb
SF – Shabazz / Adams
PF – T. Wear / D. Wear
C – Smith / Parker/ Stover
A quarta situação é para deixar o time mais alto. Howland já usou bastante nesta temporada uma formação que tinha os dois Wear juntos, com David na 3 e Travis na 4. Mantê-los assim na rotação titular formaria um time bastante alto. Anderson tem 2,06m, Shabazz tem 1,98m e os gêmeos têm 2,08m, assim como Smith. Como em qualquer das outras situações, também existe a possibilidade de Parker ganhar a vaga de titular na posição 5, caso Smith não entre em forma. Tal formação, porém, compremete na defesa, e por isso é a que deve ter menos tempo de quadra:

PG – Anderson / Drew

SG – Shabazz / Powell
SF – D. Wear / Lamb / Adams
PF – T. Wear / D. Wear
C – Parker / Smith / Stover
Por fim, uma quinta formação prioriza a defesa e a técnica. Tirando Shabazz, todos são considerados bons defensores. E tirando Stover, todos são bastante técnicos com a bola nas mãos:

PG – Powell / Drew

SG – Lamb / Powell
SF – Shabazz / Adams
PF – Anderson / T. Wear / D. Wear
C – Stover / Parker/ Smith
Em qualquer situação, parece que o garrafão é o ponto mais certo da equipe. Mas não é bem assim. Como já dito, Smith sofre com problemas de peso e motivação. Parker pode roubar a vaga na rotação principal graças a isso. Também há o problema dos Wear, que, embora contem com a confiança do treinador, comprometem na defesa e, às vezes, monopolizam muito o jogo ofensivo, arremessando demais – o que pode gerar problemas com Shabazz no time.
De qualquer forma, Howland precisa convencer com esse time se quiser continuar morando em Los Angeles a partir do fim da próxima temporada. Ele tem o melhor jogador colegial de 2011-12 nas mãos, além do terceiro melhor – os dois formam a excelente combinação de um scorer nato (Shabazz) com um armador talentosíssimo que faz todos a sua volta jogarem melhor (Anderson); tem bons defensores, coisa que sempre o agradou (AndersonPowellLambStover); tem um garrafão alto, que mescla técnica (os Wear) com força (Smith, Parker Stover); tem um armador experiente e que já mostrou talento para segurar a barra caso os novatos não se saiam bem (Drew); tem o melhor arremessador do high school na última temporada (Adams); e tem jogadores muito atléticos (ShabazzPowellStover).
Ben Howland tem tudo parecido com os então chamados Ben Ball Warriors, jogadores que levaram UCLA a três Final Four seguidos – 2006, 2007 e 2008. Tinha bons armadores em Jordan Farmar e Darren Collison; bons defensores em CollisonArron AfflaloJosh ShippRussell Westbrook, Luc Richard Mbah a MouteRyan Hollins e Alfred Aboya; potencial atlético em WestbrookAfflaloMbah a Moute e Shipp; garrafão técnico em Kevin LoveNikola Dragovic e James Keefe, e também forte em AboyaHollins e Lorenzo Mata-Real; arremessadores em LoveDragovic e Michael Roll.
Ou seja, o material humano está lá. Howland precisa usá-lo da melhor maneira possível para levar a universidade que mais venceu no basquete da NCAA de volta ao lugar que merece. Caso contrário, terá de procurar outro emprego.



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