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North Carolina - Como será o amanhã?



Tar Heels vão perder quatro titulares - e talvez um reserva - para o draft e veem o futuro em dúvida


Vinicius Carvalhosa
Basquete (Pick and Roll)
Rio de Janeiro/RJ

Marshall, Zeller, Henson e Barnes. Foto:bleacherreport.com
“Como será o amanhã? Responda quem puder… o que irá me acontecer?”

A famosa frase acima é do belo samba de 1978 “Amanhã“, da União da Ilha do Governador.

Mas o que o carnaval do Rio de Janeiro tem a ver com basquete universitário?

Pois é. Os versos do samba podem muito bem estar passando pela cabeça do treinador Roy Williams, comandante de North Carolina. Campeão por duas vezes com os Tar Heels (2005 e 2008), ele vê seu timaço da atual temporada se desmanchar sem ganhar outro título. Tudo porque quatro titulares estão de saída para brilhar na NBA: o pivô Tyler Zeller está se formando na universidade e teria de sair de qualquer jeito, mas o armador Kendall Marshall, o ala Harrison Barnes (ambos segundanistas) e o ala-pivô John Henson (do terceiro ano) resolveram se juntar a ele precocemente e vão entrar para o draft. A situação pode piorar, já que o ala novato reserva James McAdoo também está considerando a possibilidade, já que veio muito badalado da high school e, mesmo vindo do banco, deve ser escolhido entre os dez primeiros caso resolva virar profissional.

Marshall foi determinante para o fracasso do time no Elite Eight, quando perdeu para Kansas e deu adeus ao March Madness. Não por ter jogado mal, mas por não ter jogado. Ele machucou a mão no confronto contra Creighton, válido pela terceira rodada, e não enfrentou Ohio no Sweet 16 nem os Jayhawks em seguida. E sua ausência foi muito sentida – o que, inclusive, pode fazer subir sua cotação no draft. Hoje, Marshall é o melhor passador da NCAA e está cotado para ser selecionado no meio da primeira rodada, mas pode até ser um top 10, já que a classe está carente de armadores.

Barnes tem tudo para ser um top 5. Ala pontuador, bom arremessador e defensor, muitas franquias disputariam a tapa os serviços de um atleta como ele. Após brilhar na temporada de novato – poderia até ter sido o primeiro do último draft – decidiu ficar mais um ano, mas não conseguiu jogar no nível das enormes expectativas que o cercavam. O que não quer dizer que não tenha jogado bem, muito pelo contrário, e sua média de 17.1 pontos por jogo prova que ele é um dos melhores scorers do basquete universitário.

Henson foi eleito por duas vezes seguidas o melhor jogador defensivo da conferência ACC. Excelente nos tocos, o ala-pivô ainda melhorou bastante seu jogo ofensivo para subir sua cotação no draft – deve ser um top 15.

Por fim, Zeller evoluiu muito em seus quatro anos em Chapel Hill. O pivô – irmão do badalado Cody Zeller, da universidade de Indiana, e de Luke Zeller, que esteve no elenco do San Antonio Spurs no começo da temporada – é um dos cinco melhores da posição no draft, e tem tudo para ser escolhido entre os 20 primeiros.



Por tais motivos, o treinador Williams está torcendo, e muito, para McAdoo decidir ficar para o seu segundo ano com os Tar Heels. Hoje, a situação é favorável, já que o pai do jovem já declarou que ele tende a permanecer mais uma temporada. O ala participou com média de apenas 15.6 minutos de quadra, anotando 6.1 pontos e 3.9 rebotes. Porém, é o potencial do jogador de 2,06m que mais chama atenção dos olheiros da NBA: bom defendor, ágil para o tamanho e muito técnico.

Mesmo com a permanência de McAdoo, Williams terá de contar com os jogadores mais experientes. O quinto titular em 2011-12 era Reggie Bullock, que voltará para seu terceiro ano em North Carolina. O ala-armador de 2,01m será importante pela experiência e pela boa contribuição, já que era dono das interessantes médias de 8.8 pontos e 5.1 rebotes. Outro que entrava muito no time era Dexter Strickland, mas o armador se machucou no fim de janeiro e não jogou mais. Caso retorne em boas condições para seu quarto e último ano, será um dos pilares do time também. Completando o grupos dos que retornam estão os alas-armadores Leslie McDonald (que também se machucou e perdeu boa parte da temporada) e PJ Hairston. Este último veio com muita hype da high school (era o 13º melhor do colegial), e até contribuiu bem, com 5.7 pontos em 13 minutos em média.

Além dos “returners”, o técnico contará com quatro importantes novatos que estão para chegar, todos entre os 70 melhores jogadores da high school: o armador Marcus Paige (#41), o ala JP Tokoto (#68), o ala-pivô Brice Johnson (#49) e o pivô Joel James (#61). Destes, os dois últimos serão os mais essenciais, já que a frontcourt do time estará rasa sem Henson e Zeller, e ainda mais se McAdoo sair. Com a saída de Marshall, Paige também deve ganhar bons minutos desde seu primeiro dia – e, sendo o mais bem ranqueado dos freshmen que estão chegando, não seria surpresa se ele começar a temporada como titular.

Com todos os pontos do elenco definidos, a rotação dos Tar Heels deve ficar parecida com a abaixo:

PG – Marcus Paige deve chegar como titular, com Dexter Strickland com boas chances de assumir a função caso o novato não se saia bem e Stillman White adicionando profundidade à rotação;
SG – Reggie Bullock é o titular, com Leslie McDonald e Strickland ganhando também bons minutos na posição 2;
SF – PJ Hairston deve assumir o posto, com Bullock podendo jogar ali em alguns momentos, além do novato JP Tokoto;
PF – James McAdoo, caso fique, será o dono da posição e do time. Se não, atrás dele estão o novato Brice Johnson e o futuro-segundanista Jackson Simmons. É bom todos torcerem pela permanência de McAdoo;
C – Joel James já chega com chances de ser titular, e briga pela posição com Desmond Hubert.

De qualquer forma, Roy Williams terá bastante trabalho para reconstruir uma equipe que perdeu nada menos que seus quatro principais jogadores. Os jovens que vão chegar têm muito potencial, mas não tanto quanto Barnes (era o número 1 do colegial) ou McAdoo (era o número 8), por exemplo. Os jogadores que retornam eram mais coadjuvantes – casos de Bullock, Strickland, McDonald, White, Simmons e Hubert – ou jovens talentos que ainda são incógnitas – Hairston e McAdoo. Os dois últimos são fundamentais para o futuro dos Tar Heels. Precisam assumir papel de liderança e mostrar em nível universitário o talento que tinham no colegial. Caso contrário, o time pode perder a hegemonia do estado e da conferência não só para Duke como também para North Carolina State, que está vindo com uma classe de jovens da high school muito forte.

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