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Passou do limite

Em momento ruim no Campeonato Francês, o milionário Paris Saint-Germain pode terminar a temporada sem erguer nenhum troféu.

Por Eduardo Junior
Lauro Müller/SC

É correto exigir demais de um time que recém se tornou milionário? Olhando superficialmente, sim, é justo fazer essa cobrança. Porém, se tivermos uma visão mais aprofundada do assunto notaremos que é errado cobrar em demasia desses clubes. Claro que com dinheiro é mais fácil conseguir jogadores, treinadores e melhorias nas condições de treino e jogo, mas a história prova que a paciência deve ser exercitada neste tipo de caso.


Times abastecidos com muito dinheiro dos donos, como Chelsea e Manchester City tiveram que "rasgar" muita grana até se tornarem clubes respeitados mundo afora. Levou tempo para os presidentes acertarem a mão e começarem a fazer as contratações em ritmo aceitável e não de forma desenfreada, como é normal em clubes que se tornam milionários da noite pro dia.
Eu adotava este mesmo critério com o Paris Saint-Germain. Embora a grana do xeique Nasser Al-Khelaifi parecia colocar o time da capital francesa com vantagem em relação os demais times do país, eu pelo menos adotava o critério da paciência, de ser uma temporada de testes e conscientização do mundo novo que o dinheiro pode mostrar ao Paris.
Em muitos momentos da temporada dava realmente para levar o caso assim. O PSG jogava mal, mas vencia num brilhareco de uma de suas contratações. Jérémy Ménez, Javier Pastore e Kevin Gameiro decidiam algumas partidas ao lado do já consolidado Nenê e davam razão a toda grana investida neles. Porém, sempre tinha um Sissoko ou Lugano da vida, que foram contratados a peso de ouro e comprometiam em horas decisivas.
Faltando menos de dez rodadas para o término da Ligue 1, a sensação que fica é de que o limite da paciência e tolerância acabou com os parisienses!
O PSG tem jogado muito mal e Carlo Ancelotti, outrora idolatrado pela mídia por suas mexidas – alguns reservas colocados pelo italiano durante as partidas decidiram vários jogos -, tem errado jogo após jogo. A última foi neste domingo contra o Auxerre. Após 1º tempo convincente, onde a defesa se portou bem, o ataque estava se entendendo e o time vencia pelo placar mínimo, o Paris voltou para a etapa complementar de forma covarde, só se defendendo e tentando um ou outro contra-ataque. A cereja do bolo foi aos 35 minutos, quando Ancelotti sacou do time Bodmer, o volante mais passador para colocar o zagueiro contestado Lugano. O precipitado recuo gerou algo que era inevitável: o gol de empate do Auxerre e a partida acabou em 1x1.
A sensação da igualdade no marcador ficou ainda pior porque horas antes o Montpellier havia perdido fora de casa pro Lorient e bastava uma vitória para o time da capital empatar em pontos com o MHSC na liderança do campeonato.
O limite da tolerância com o PSG acabou! Foi muita grana jogada fora e pouco futebol. Até Javier Pastore, maior contratação da história do futebol francês está virando motivo de piada. Suas atuações beiram o ridículo e ele já chegou a ocupar o banco de reservas do time. Eu só não chamo o argentino de "flop" porque ele tem só 22 anos e uma contratação cara dessas – 42 milhões de euros - não pode em hipótese alguma ser queimada após uma temporada ruim. Mas jogador que faz dois meses bons e dez ruins merece tal alcunha.
O grande fato é que o Paris gastou demais para formar um time comum. Ancelotti demorou para encontrar uma boa dupla de zaga – Bisevac e Alex -, mas ainda não possui laterais de confiança. Jallet não empolga ninguém. Além de marcar mal, vive de lua no setor ofensivo. Na esquerda, Maxwell tem ido bem, mas a parte física o prejudica, já que não tem tido pernas pra agüentar 90 minutos.
O PSG também investiu bastante para ter volantes comuns em seu elenco. Hoje, o time precisa ter Matuidi em campo pra agilizar a saída de bola e cá pra nós, um time de grandes aspirações não pode ficar acreditando que o jogador citado acima resolverá seus problemas na cabeça-de-área. Thiago Motta até tem jogado bem, mas é o famoso "presepeiro", já que bate demais. Pelo menos o ítalo-brasileiro não costuma errar muitos passes – embora a maioria deles sejam toques laterais -, diferente de Sissoko, que além de "botinudo", erra passes como se não houvesse amanhã.
Bodmer, mas o ex-jogador do Lyon é o famoso atleta "bom de banco". Quando ele entra no decorrer dos jogos costuma decidir ou pelo menos arrumar um setor que estava prejudicado durante a partida, mas quando tem uma chance como titular, se torna mais um dentro de campo, sem acrescentar muito.
O time de Paris também carece de um centro-avante mais regular. Gameiro é um dos artilheiros do time, mas conseguiu essa marca no final de 2011/início de 2012, de lá para cá caiu demais de produção. Hoarau cresceu neste período ruim de Gameiro, mas também peca pela irregularidade. Quem parece gostar disso é o experiente Peguy Luyindula, que teve problemas com o ex-técnico Antoine Kombouaré, mas foi reintegrado por Ancelotti. Ele tem ficado no banco de reservas, mas ainda não atuou. No desespero pode ser que seja escalado.
Com esse problema na ponta de lança, os meias são sobrecarregados. Nenê e Ménez estão levando o time nas costas. Os dois são os mais esforçados, os que mais correm, mais criam e os que tentam fazer o time jogar, mas na maioria das partidas o restante dos jogadores parecem estar em outra sintonia. É inevitável que Nenê e Ménez caiam no marasmo de seus companheiros em alguns jogos.
São muitos problemas para um time que tem sonhos gigantescos. Claro que devemos levar em conta as diversas contratações, mas o PSG deveria ir para a próxima temporada com uma base pronta e não é isso que está acontecendo. O Paris não tem conjunto, não tem referência, não tem nada! É muito pouco pra quem ainda briga pelo título francês e que irá disputar à próxima UEFA Champions League
Em que pese o fato da maioria dos times milionários terem demorado pra engrenar, mas o Paris Saint-Germain está indo para a próxima temporada sem perspectivas positivas. É feio pro torcedor, é feio pro clube e é mais feio ainda pra quem o administra!
Créditos da imagens: Reuters, Le Parisien e PSG

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