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Inodoro. Incolor. Insosso.


O futebol do Cruzeiro na temporada 2012 tem cheiro, cor e gosto. Ou melhor, a ausência dessas características.

Luiz Guilherme de Almeida
Belo Horizonte - MG

Futebol cruzeirense começa o ano sem graça.
Após as exibições da semana passada frente à Chapecoense pela Copa do Brasil e contra o rebaixado Uberaba pelo Campeonato Mineiro no domingo, muitos torcedores e até mesmo não simpatizantes começam a se questionar sobre o que será do ano celeste. Não, ninguém aqui tem bola de cristal para poder prever o que o futuro reserva. Muito menos sabemos tudo sobre futebol. Mas a verdade é que preocupa. Preocupa por diversos fatores apresentados até agora na temporada, frente a adversários que são considerados mais fracos, por não convencer nem o mais dos otimistas. O futebol azul não consegue apresentar características próprias e pior; continua comentendo os mesmos erros da pífia campanha no Brasileiro de 2011.

São 13 jogos oficiais na temporada cruzeirense. Apenas uma derrota é verdade, na estréia do Mineiro para o Guarani. Mas apesar das vitórias, o Cruzeiro insiste em não convencer. O futebol tem sido insconstante demais, sem apresentar nada que possa usar como ponto forte frente aos adversários. É de poucas referências, pouco brilho. Montillo tenta dar criatividade ao time e faz sempre que o pode, mas quando bem marcado, tem dificuldades em fluir seu jogo. E pronto. Está morta então a ligação meio-ataque do time celeste. Não apresenta jogadas ensaiadas no repertório, nem alternâncias de setores, o que faz do Cruzeiro um time extremamente previsível. Dar a bola no argentino e esperar que ele resolva. Pouco, muito pouco.

A zaga tem se mostrado frágil. Muito por causa da fraca cobertura que seus laterais fazem pelo setor. O Cruzeiro desse ano “evoluiu” ainda mais sua deficiência em ser golpeado pelos lados de campo. Marcos e Diego Renan apresentam pequena melhora no apoio, entretanto na retaguarda tem mostrado enormes dificuldades. No clássico contra o Atlético, o Cruzeiro foi dominado no primeiro tempo principalmente pelos setores laterais, e se viu refém, impotente de reação. A chegada de Alex Silva – quando em forma – pode ser um alento de melhora no miolo de zaga, que também vem cedendo gols e cometido falhas de posicionamento constantes. Pelo ar o Cruzeiro tem encontrado muitos problemas em se defender. Victorino tem falhado e perdido alguns lances, enquanto seu parceiro Léo, apesar de sequente na equipe titular, carece de mais confiança.

É verdade que a equipe tem jogado em um esquema mais ofensivo. Porém, postada em um 4-3-3 onde o primeiro volante – geralmente Leandro Guerreiro – tem sido sobrecarregado em alguns momentos, o técnico Vágner Mancini parece não conseguir corrigir tal aspecto. Existem espaços entre o meio e a cobertura da zaga, o que é evidenciado quando enfrentou equipes adversárias que povoam um pouco mais o setor em questão. Nota-se uma diferença numérica até. O que sobrecarrega talvez a melhor contratação da temporada cruzeirense, o segundo volante Marcelo Oliveira. Marcelo tem atuado como aquele volante que destrói e sai para o jogo, distribuindo para Montillo e para os movimentos ofensivos da equipe. E tem mostrado muita eficiência na função. Da mesma forma, ele se desdobra para auxiliar Guerreiro na cobertura, o que vem chamando a atenção pela sua capacidade. Não atua de forma cerebral, mas é destrutivo e construtivo, exercendo papel fundamental na saída de bola e fluxo da equipe.

Os atacantes tem esboçado uma marcação na frente e tentam recompor, mas também são inconstantes. Já exercendo suas principais funções, não passam a confiança necessária pois da mesma forma em que marcam alguns tentos, perdem outros incríveis. Anselmo Ramon que o diga. Wellington Paulista, apesar dos 10 gols no Mineiro, continua aquele trombador, brigador e que mais gesticula e briga com a arbitragem do que joga bola. Entretanto tem sido o melhor nome do setor, pelo menos se esforçado mais que os outros. Wallyson e Walter mostraram pouco do que se espera deles, apesar de alguns gols.

Conhecido esse cenário? Bom, um grande problema cruzeirense é justamente esse. Estar atuando de forma muito parecida com a do ano passado. Sem nada para cativar. Não se vê tabelas, jogadas agudas e ensaiadas, muito menos aquele volume e boas trocas de passes que a equipe mostrava algumas temporadas atrás. Por ser previsível, tende a estar se nivelando por baixo. E é notável isso. Diante da péssima partida jogada contra a Chapecoense, os jogadores sairam de campo dizendo que haviam jogado bem, corrido e buscado o empate. Enquanto a verdade para quem assistiu a partida foi um Cruzeiro totalmente desorganizado, sem nenhuma mudança na forma errada de jogar e inexpressivo. Tanto que assitiu ao time catarinense tocar a bola na defesa algumas vezes, além de não ter tido a capacidade de envolver o adversário em nenhum momento da partida. Daí você pensa, “bom foi contra a Chapecoense”. Mas não é verdade. Contra o Uberaba, bastaram 20 minutos de futebol mínimo para virar o placar adverso, porém, nos 70 minutos anteriores foi outra partida morosa e desinspirada da equipe. Fato que foi notado ao longo de toda a fase de classificação do Mineiro.

Sem convencer, sem envolver, sem ser Cruzeiro. Assim caminha a temporada azul até agora. O trabalho de Vágner Mancini ainda é questionado apenas pela torcida, que parece sentir que vem aí mais um Brasileiro tenso. Justiça seja feita, não é apenas o trabalho de Mancini que é questionável. O elenco montado para a temporada precisa mostrar mais. Insucessos no Estadual e na Copa do Brasil não seriam surpresas pelo futebol jogado até agora. Inodoro. Incolor. Insosso. Sem graça. Assim tem sido o Cruzeiro de 2012.

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