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Contos da Euro: Michel Platini, o presidente artilheiro


Leitura Esportiva estreia especial que contará histórias emblemáticas da Eurocopa, a maior competição de seleções do futebol

Por Eduardo M. Júnior
Lauro Müller/SC
Futebol Europeu Online

O presidente da UEFA, Michel Platini.
Foto: The Original Winger
O dia 26 de janeiro de 2007 ficou marcado na história da UEFA. Nas eleições para presidência da entidade, o ex-jogador francês Michel Platini derrotara Lennart Johansson e se tornava o sexto presidente da UEFA. O sueco Johansson comandava o futebol na Europa desde 1990 e em 2007 deixava seu lugar para Platini.

O ex-jogador francês que iniciara sua carreira como dirigente em 1998, quando se tornou presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo daquele mesmo ano, chegava à presidência da UEFA com a promessa de dar a oportunidade a países menores de ver seus melhores times disputando os torneios com a chancela UEFA.

Dito e feito!

Após vermos muitos times um tanto quanto medíocres disputando a Champions League, o auge chegou nesta atual temporada, onde o APOEL do Chipre liderou o grupo do último campeão da Liga Europa, o Porto, e disputará as oitavas-de-final da Champions League. Platini deve ter ficado feliz com isso!

Obviamente, quem preza pelo espetáculo não gostou dessa introdução de times menores aos grandes torneios do continente, mas geralmente quando uma surpresa como o APOEL acontece, ficamos admirados ao ver um time de investimento pequeno surgir tão bem em meio a times milionários.

A Euro de 84

Se “cancha” dos tempos de jogador for um dos critérios para ser presidente da UEFA, ninguém poderá discutir isso com Platini.

1984 talvez tenha sido o melhor ano de sua carreira como jogador. Com a camisa da Juventus, Platini conquistou a Cup Winners’ Cup, Uefa Super Cup, além da Séria A italiana.

A consagração veio na Eurocopa daquele mesmo ano, disputada justamente na França. Les Bleus venceram todos os jogos que disputaram e Michel Platini marcou gols em todas as cinco partidas, se sagrando artilheiro da competição. O camisa 10 francês conseguiu naquela edição um grande feito: anotou 9 gols, se tornando não só o maior artilheiro em uma só edição de Uefa Euro, como o maior artilheiro geral da competição.

No jogo de abertura, foi justamente Platini que salvou a França. A partida diante da Dinamarca estava empatada em 0×0 e o camisa 10 francês, aos 33 minutos da etapa final, fez o gol da vitória de pé direito. Na goleada diante da Bélgica – talvez o melhor da da França na competição – Platini marcou três dos cinco gols franceses.

Aliás, no jogo contra os belgas, ele marcou gols de todos os jeitos possíveis. Primeiro de canhota, o segundo de direita, mas cobrando pênalti. O terceiro foi de cabeça. No complicado jogo contra a Iugoslávia, Platini repetiu a dose do jogo anterior, com três gols dos três modos possíveis: direita – sendo esse de falta e não de pênalti -, esquerda e cabeça. A França vencia o jogo por 3×2 e além de terminar em primeiro no Grupo A da competição, acabava a fase de grupos com o melhor ataque da competição, tendo anotado 9 gols.

Michel Platini chuta para o gol da vitória frente a
Portugal pelas semifinais. Foto: Fifa.com
Na semifinal, Michel Platini mostrou seu poder de fogo novamente quando era necessário. O jogo contra Portugal, disputado no Stade Vélodrome teve alta dose de dramaticidade. Domergue e Jordão ditaram o ritmo da partida. Ambos marcaram duas vezes para França e Portugal – respectivamente – no tempo normal e na prorrogação, deixando a partida empatada em 2×2. Até que no penúltimo minuto do tempo extra, Jean Tigana dá grande arrancada e ameaça passe para Platini. A defesa portuguesa trava o passe, mas a bola ainda assim sobra nos pés de Tigana, que decide carregar a bola até a linha de fundo e toca para trás, justamente nos pés de Platini. O camisa 10 francês pega a bola na pequena área e decide dominar. Enquanto acalma a bola em seus pés, Platini via em sua frente dois jogadores portugueses – sendo um caído, tentando se levantar do jeito que podia – e mais dois correndo desesperados para fechar a frente do francês. Platini, com uma calma digna de gênio, consegue finalizar entre os quatro portugueses e marcar o gol que levava a França para a final da Eurocopa.

A final do dia 27 de junho de 1984 seria a primeira disputada pela Seleção Francesa. Em sua frente, Les Bleus encontrariam a Espanha, que já havia conquistado o maior torneio de seleções da Europa em 1964.

Diferentemente da França, a Fúria Espanhola não mostrou brilhantismo algum durante a competição. Na fase de grupos, apenas uma vitória e somente três gols marcados, um terço do que Les Bleus haviam marcado no mesmo estágio do torneio. Na semifinal, a Espanha só conseguiu vencer a Dinamarca nos pênaltis.

A finalíssima 

Na final da competição, Michel Platini não precisou nem ser tão genial assim para poder decidir. Bastou apenas ter uma forcinha do goleiro adversário. Já se passava dos dez minutos da etapa complementar e a França tinha uma falta na entrada da grande área. Platini estava na bola. Ele bateu sem muita força, mas colocada e baixa, porém, em cima do goleiro Luis Arconada. O goleiro espanhol estava bem posicionado e tinha tudo para fazer uma defesa tranquila, porém, ao tentar encaixar a bola, deixou ela escapar por debaixo de seu corpo e engoliu um frangaço.

No final da partida, quando o desespero já havia tomado conta dos espanhóis, Bellone fechou a conta em um mortal contra-ataque.

Há quem diga que aquela Espanha de 84 representava bem o que era a “Espanha amarelona” que a gente via até tempos atrás. A primeira fase e a semifinal da Fúria foram pavorosas. Na fase de grupos, a vaga veio num jogo onde poderia ter sido goleada pela Alemanha, mas com um gol no final de Maceda, se classificou. Nas semifinais, o goleiro Arconada pegou o que podia e o que não podia, sendo o herói espanhol. Na final, a Espanha fez seu melhor jogo, mas acabou sendo derrotada.

Junho foi o mês dos sonhos para Michel François Platini. Na Eurocopa disputada em seu país, ele anotou gols em todos os jogos, tendo somado 9 no total, se tornando não só artilheiro da competição, como maior artilheiro de todos os tempos da Eurocopa, foi decisivo e encerrou com chave de ouro, tendo erguido o troféu diante de 47 mil pessoas que foram ao Parc des Princes ver  a sua seleção campeã.

A próxima Eurocopa de Michel Platini viria ser a de 1992, só que como técnico. Ele viu a França fracassar no Grupo A, com dois empates, uma derrota e somente dois gols marcados.

Mas isso não diminuiu seu grande feito. Só pra aumentar a conquista, Alan Shearer, segundo maior artilheiro do torneio, marcou 7 gols em toda a sua história no torneio, mas tendo disputado duas edições. Platini fez nove em uma e é o maior de todos! O francês pode não ter jogado tantas edições de Eurocopa como outro ídolo da Juventus, Del Piero – ele é o que mais disputou, junto com Matthäus, Schmeichel, Winter, van der Sar e Thuram, 4 cada – mas conseguiu de uma só vez a artilharia e o título.

França comemora o título da Eurocopa de 84.
Foto: Fifa.com


Sem dúvida alguma, Platini está no hall dos Mitos do Futebol, muito graças a Euro de 1984.



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