Flamengo consegue resultado bom, mas preocupa pela postura em jogo

Joel esperava um adversário que não teve. E Flamengo teve uma atuação que não deveria se esperar...

Por Wilson Hebert

Rio de Janeiro/RJ

Ronaldinho pouco acrescentou ao time, mas faltou gente
pra jogar com ele. Foto: Agência O Globo. 

Muito provavelmente, algum dos auxiliares do técnico Joel Santana passou informações um tanto exageradas a ele, exaltando algumas qualidades do Lanus que na verdade não são tão evidentes assim, de acordo com o jogo dessa quarta. O próprio Joel disse, antes do apito inicial, saber de uma hipotética pressão do adversário nos primeiros minutos. Mas isso não aconteceu.

A escalação de homens mais defensivos que ofensivos no meio campo, deixando Deivid e R10 isolados, seria para fortalecer um setor de defesa que foi mal durante a maior parte do tempo em que Luxemburgo comandou o time. Vale lembrar que a zaga, sobretudo o Wellinton, sempre foi alvo de críticas. Papai Joel, como lhe é comum, deve estar preocupado com isso. Deixou claro nessa sua estreia na Libertadores 2012.

Mas para a sua sorte (e azar do ponto de vista do que pretendia), o Lanus não se mostrou ser o que se esperava. Para início de debate, uma equipe que possui apenas um homem de frente, que é o Pavone, jogando em casa, não pode ser considerado um bicho papão. O Fla ofereceu campo para os argentinos atacarem, e eles tiveram dificuldade para aproveitar essa condição.

Portanto, as críticas cabem mesmo ao comandante. A postura foi ridícula. Cada jogador jogou como podia. A escalação que foi limitada, sem poder de movimentação. E R10 e Deivid não podiam fazer mais do que fizeram... Até apareceram mais após a entrada do Botinelli. Natural.

Outra ação inaceitável por parte de Joel Santana é a de não priorizar a Libertadores em relação ao Carioca. Primeiro porque faz os titulares chegarem desgastados nos jogos que realmente interessam. E segundo porque impede os testes com os jovens, já que alguns estão se mostrando bons valores, casos de Adryan e Thomas. E se não testar agora, no Estadual, vai testar quando?

Daqui em diante, o que se espera, primeiro, é que esse tipo de organização tática não se repita, em hipótese alguma, pelo menos nos jogos dentro de casa. Será inaceitável se acontecer. E pede-se que deixe o Estadual em segundo plano, que o aproveite para continuar os testes com a molecada.

Até porque, não ganhar Campeonato Carioca não será problema. O que pode ser bastante ruim é o time fazer outro papelão na sua competição mais importante, como aconteceu exatamente na última partida da passagem anterior do atual treinador pelo clube.