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O grito do Independência!


Verdades e mitos que cercam o caso mais polêmico do futebol mineiro nos últimos tempos.

Luiz Felipe Nunes
Belo Horizonte/MG

Foto: Sylvio Coutinho/Novo Mineirão
Polêmica vem sendo uma das características da reconstrução do Independência. Desde que as obras no estádio começaram, houveram atrasos de mais de 2 anos, o preço da reforma subiu exorbitantemente e depois de quase pronto foram detectados problemas na visibilidade do estádio. Alheia aos problemas políticos e de engenharia do Independência, outra polêmica vem chamando a atenção dos torcedores mineiros desde o início de fevereiro: o contrato de parceria entre Atlético e BWA nos lucros do estádio.

A falta de informações concretas, o silêncio dos dirigentes e autoridades sobre o assunto  e o alto grau de complexidade do caso geraram uma série de boatos que fizeram com que atleticanos acreditassem ser os novos donos do Independência, americanos ficarem aflitos com a possibilidade de perder a posse do estádio, e que cruzeirenses se desesperassem com a possibilidade de pagar aluguel ao grande rival. Questionamentos com relação à legalidade do contrato entre Atlético e BWA também surgiram.

Hoje (24/02), porém, em uma reunião na sede do Ministério Público de Minas Gerais envolvendo representantes do América, Atlético, Cruzeiro, Secopa, BWA, Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais, entre outros,  foi decidido que o contrato é valido, desde que sejam feitas pequenas alterações no texto, que abriam uma possibilidade de interpretação de que o Atlético interferiria diretamente na administração do estádio.

Com a legalidade do contrato confirmada, podemos desmentir alguns desses boatos. Não há nenhum contrato de gestão, administração ou posse do Atlético sobre o Estádio Independência. Desde o princípio estava previsto em contrato que o Atlético, em parceria com a BWA, exploraria todos os lucros que o estádio venha a dar, em uma proporção de 45% para Atlético e BWA, e 5% para o América e o Governo de Minas, em um prazo de 10 anos. Ou seja, o Independência foi, é e será do América. A identidade visual do estádio permanecerá verde-e-branca, o América terá todos os privilégios de proprietário do estádio preservados, tais como preferência de datas, preferência de vestiários, de entradas e etc.

Marcus Salum, presidente do América, explicou como será a arrecadação dos envolvidos no caso: “A parte comercial do Atlético é em cima de toda despesa e em cima de todo lucro. O América e o governo têm 10% da receita bruta do estádio. O Atlético receberá 45% sobre os lucros do estádio. É uma coisa diferente” Ou seja, o Atlético não pode, e não irá, exigir que o locatário do estádio pague diretamente ao clube, pois estaria automaticamente interferindo na administração do estádio, o que é proibido por licitação, e não consta no contrato. Ou seja. Até então, o Cruzeiro está livre de negociar com o Atlético para jogar no Independência, mas daria lucro ao Galo em todas as partidas que mandar no estádio.

Alexandre Kalil, após a reunião, se mostrou animado com o resultado: ”A partir de agora, o Independência é a casa do Atlético” e completou “O Atlético não administra o Independência, mas queremos transformar o Independência na nossa casa. Além dos lucros, queremos que torcida abrace o Independência. A administração será da BWA. O estádio é de propriedade do América, que fique muito claro. Tudo que tínhamos de interesse no contrato, está preservado” Kalil não se posicionou claramente sobre a possibilidade de jogar no Mineirão em jogos de grande público. Alguns dirigentes cruzeirenses acompanharam a reunião, mas saíram antes do fim, pelos fundos, e não falaram com a imprensa.

Por fim, o contrato que permite ao Atlético explorar comercialmente o Independência é parecido com o que permite ao Botafogo administrar o Engenhão, fazendo uma comparação para facilitar o entendimento. O América ainda é o proprietário do estádio e terá participação na arrecadação bruta do estádio. O Cruzeiro busca ainda alguma parceria com a BWA que torne rentável ao clube jogar no Independência.

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