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Entrevista: editor do Globoesporte.com na editoria Copa do Mundo 2014


Thiago Dias esclareceu os motivos para o polêmico uso dos nomes de times italianos no masculino, além de revelar novidades no portal para cobertura da Copa no Brasil em 2014.


Por Wilson Hebert e Luis Felipe Barreiros
Rio de Janeiro/RJ

Thiago Dias já participou de importantes coberturas como
o Mundial de Clubes em 2006 e 2011 e a Copa das
Confederações em 2009. Foto: arquivo pessoal 
Jovem, 30 anos completados no dia 28 de janeiro e cargos de extrema importância num dos maiores portais de esportes do país. Até dezembro de 2011, Thiago Dias comandava a parte de futebol internacional no Globoesporte.com. Em janeiro, assumiu a editoria ‘Copa do Mundo 2014’. Também passou pelo Jornal Lance, ajudou a fundar o jornal “O samba é meu dom” e escreveu o livro “O Colorado Internacional”.  

Como se não bastasse exercer função de comando num dos braços da Globo.com, Thiago ainda encontra tempo para ser professor de mídias digitais no curso de extensão para jornalismo esportivo das Faculdades Integradas Helio Alonso.

O entrevistado do Leitura Esportiva explicou de forma clara o motivo do uso no masculino dos nomes dos times de futebol da Itália, comumente utilizados no feminino, além de nos revelar algumas mudanças estruturais internas no portal de esportes da TV Globo. Confira abaixo.

(Caio Spechoto): Por que "O Inter", "O Roma", "O Juventus"?

Thiago Dias: Essa é uma questão que todo dia surge na redação (risos). Eu, como fã de futebol, sempre usei no feminino. Confesso que falo “a Roma” nas conversas com amigos (risos). Mas o padrão do GLOBOESPORTE.COM é no masculino, seguindo o manual de redação do jornal “O Globo”. É polêmico? É. Mas é um padrão. Todo veículo segue alguns padrões para a escrita, pois se cada repórter/redator/editor escrever do jeito que mais gosta, vira zona. Mas há uma explicação para esse uso do masculino em times italianos. Fiz um post em 2008 (no blog Brasil Mundial FC) sobre o tema, com base no livro “A imprensa e o caos na ortografia”, de Marcos de Castro, que já foi revisor no Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Dia, O Globo, Veja Rio, revista Mancheste e TV Globo. Resumindo: é um padrão, que foi criado por estudiosos da língua portuguesa. Gostando ou não, quem trabalha no site tem que segui-lo.


(Caio Spechoto): O interesse do brasileiro por futebol internacional está aumentando, diminuindo ou estável? Se aumentando ou diminuindo, por que em sua opinião?

Thiago D.: Aumentando, sem dúvida. O primeiro motivo é o número de brasileiros jogando no exterior. Mesmo com a saída de nomes como Ronaldinho e Adriano, a maioria dos nossos craques está lá. E os torcedores querem ver esses craques jogando. O segundo é que os brasileiros passaram a se identificar com atletas e clubes estrangeiros. Nomes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Real Madrid, Barcelona e Manchester United, por exemplo, hoje fazem parte da conversa de qualquer torcedor na rua. Até mesmo alguns malucos, como o Balotelli, são famosos por aqui por causa das confusões que arrumam. Hoje, o acesso a informações sobre o futebol internacional é quase ilimitado, qualquer um entra no Olé e lê sobre o Boca Juniors ou vai no Marca e vê como está o Real. Recebemos um relatório diário de audiência do GLOBOESPORTE.COM e sempre há notícias lá de fora entre as dez mais lidas, brigando com Flamengo, Corinthians...


(Caio Spechoto): Quais ligas europeias são mais procuradas? Existe algum motivo aparente (ou pesquisado) para a quantidade de acessos e preferência por uma ou outra liga?

Thiago D.: Espanha e Inglaterra, além da Liga dos Campeões. Na Espanha, a razão principal é a presença de Real Madrid, Barcelona, Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, José Mourinho... Já a liga inglesa possui muitos clubes com torcida fiel no Brasil, como Liverpool, Manchester United e Arsenal, e ainda tem o Manchester City, que tem movimentado o mercado recentemente. Estes dois países tem as páginas de futebol internacional mais acessadas do GLOBOESPORTE.COM. A Liga dos Campeões também dá muita audiência por ser o principal torneio de clubes do mundo e porque nós transmitimos jogos ao vivo em todas as rodadas, com narrador e comentaristas próprios.


(Eduardo M. Júnior): Você não acha que tanto aqui, quanto na Europa, especulações plantadas por alguns tablóides e jornais sensacionalistas não são supervalorizadas demais, virando até motivos de debates esportivos e sendo capas de jornais importantes do Brasil?

Thiago D.: Sim. Às vezes, leio notícia em tablóides ingleses ou espanhóis e tenho certeza que é mentira, algo feito para criar polêmica (os jornais de Madri adoram fazer isso com o Barcelona, enquanto os da Catalunha fazem contra o Real). Mas depois de publicada no Brasil, a notícia ganha força e acaba virando “verdade”. Temos que nos policiar sobre isso... É um exercício diário. Eu, por exemplo, trabalho com futebol internacional desde 2003, conheço o estilo de sites e jornais e tento filtrar algumas coisas. Há uma “tática” de evitar entrar na onda das especulações colocando as notícias mais bizarras em blogs, com tom irônico. Mas, sim, concordo que algumas notícias de jornais sensacionalistas são levadas muito a sério pela imprensa brasileira.


(Vinicius Brino): Você também acha que o Brasil deve se adequar ao calendário europeu?

Thiago D.: Sim. Acho que o formato dos Estaduais, nos principais centros, já está esgotado. Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana deveriam durar o ano inteiro. Não me agrada quebrar a temporada em dois anos, como 2012/2013, por exemplo. Mas gostaria de ver as janelas de transferências e as férias do Brasil no mesmo período da Europa.

"Às vezes, leio notícia em tablóides ingleses ou espanhóis e tenho certeza que é mentira, algo feito para criar polêmica".


(Vinicius Brino): Por que você escolheu essa área? Se interessava mais pelos campeonatos da "gringolândia" ou os daqui não lhe atraiam?

Thiago D.: Não, pelo contrário, sempre fui mais ligado ao futebol brasileiro. Passei a acompanhar a bola lá fora por causa do trabalho. Comecei a estagiar no jornal Lance em 2003 e caí na editoria de futebol internacional. Desde então, 99% da minha vida profissional foi com esse assunto (tive uma breve passagem como setorista de clube no Lance em 2005). Aprendi a gostar e tive a chance de cobrir algumas competições e jogos importantes viajando. Dei sorte (risos).


(Vinicius Brino): De qual clube são os torcedores presentes na montagem do header do blog (Brasil Mundial)? Vocês prometeram (no Twitter) falar quando mudaram, mas ainda não revelaram...

Thiago D.: Cara, sem mentir: não sei. Quem fez o header foi o Mauricio Henriques, editor de arte do GLOBOESPORTE.COM. Ele pegou a foto de um time da Liga dos Campeões, mas sem ser famoso. Na época, ele me disse o nome do clube errado! Acho que nem ele sabe mais qual é o certo (risos).


(Wilson Hebert): Para encerrar, tem alguma novidade que o Globoesporte.com está reservando para a Copa do Mundo de 2014? Se sim, poderia nos adiantar?

Thiago D.: Há uma mudança na estrutura da redação. Desde janeiro, eu passei a tomar conta apenas da editoria Copa do Mundo, com o auxílio de três repórteres no Rio, um em Brasília e um em São Paulo. O Marcos Felipe, que desde 2008 era o meu sub-editor e criou o Brasil Mundial FC, virou editor de futebol internacional no meu lugar. Com essa editoria nova, o site passa a dedicar mais espaço à Copa, que é um assunto que tem crescido e vai dar muito trabalho até 2014. Mas eu continuo fazendo o blog, ajudando no noticiário de futebol internacional nos finais de semana e acompanhando os campeonatos europeus.

Thiago em visita ao Santiago Bernabeu, na Espanha, durante cobertura da
Champions League em 2011. Foto: arquivo pessoal. 

Um comentário:

  1. Galera do Leitura Esportiva está de parabéns.
    Excelente entrevista com o jornalista Thiago Dias.

    Abraço,

    André Peixoto

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