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Democracia Corintiana



Em pleno fim do Regime Militar, um dos clubes mais populares do país dá mostras de que futebol e política podem sim conviver juntos. E há um nome, que recentemente nos deixou, muito importante nessa história toda.


Leo Fernandes
Rio de Janeiro/RJ



Antes de contar a história deste movimento marcante do futebol brasileiro, permita-me apresentar: eu sou o Leo Fernandes, amigo do Wilson Hebert, editor-chefe do Leitura Esportiva. Junto com ele e Michel Farias, fiz parte do programa Debatsports. E como projeto solo, sou dono do blog FutF-1, que se encontra hibernado. Era para eu ter começado a escrever no mês passado, mas problemas no meu computador não permitiram isso. Agora estou de volta à ativa.


Início da década de 80, o Brasil vivendo período de abertura politica. O presidente do Brasil, o General João Baptista Figueiredo, já havia sancionado a Lei da Anistia em 79, que fez com que exilados pelo Governo Militar retornassem ao país. O ano de 1982 foi marcado como o primeiro ano de eleições diretas para governador e deputados. Foi nesse espírito que nasceu a Democracia Corintiana.


O Corinthians não estava vivendo um bom momento no ano. Em 1981 fez uma péssima campanha no Campeonato Paulista. E como os campeonatos estaduais eram na época qualificatórios para o Campeonato Brasileiro, o Timão teve que jogar a Taça de Prata - o equivalente à atual Série B - em 1982. Ainda durante a Taça de Prata, Sócrates, com a ajuda de Vladmir, Biro Biro, Casagrande e outros jogadores criou um movimento inédito no futebol brasileiro.


A ideia era muito simples: tudo seria decidido no voto e todos podiam participar, desde o goleiro até o técnico, na época o experiente Mário Travalgini, que foi campeão brasileiro pelo Vasco em 1974. A iniciativa logo foi batizada de Democracia Corintiana. Uma das exigências do grupo foi que a concentração fosse abolida e que as mulheres e namoradas pudessem visitar os jogadores nas vésperas das partidas.


Tal exigência deu certo. Mesmo sendo um grupo muito politizado, onde os atletas discutiam política e se candidataram a cargos políticos, a Democracia montou uma das maiores equipes da história do Corinthans. Durante o período, foi bi-campeão paulista em 82 e 83. Além de ter servido de base para a inesquecível Seleção Brasileira de 1982, que teve Sócrates como seu capitão.


A Democracia acabou no ano de 1984 após a perda do título paulista para o Santos e com a ida de seu criador, o Doutor, para a Itália. Sócrates, no ano de 84, fez vários discursos no movimento Diretas Já. Ele dizia nos palanques que só permaneceria no Brasil caso a emenda Ante de Oliveira fosse aprovada. A emenda pedia eleições diretas para presidente do Brasil. Como o Congresso Nacional rejeitou as Diretas, Sócrates acertou com a Fiorentina, da Itália. Assim, junto com a Diretas, morria a Democracia Corintiana, mas que permanece viva na memória de todo torcedor do Timão como uma das equipes mais marcantes da história do futebol brasileiro.


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