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O canto dos Canários


Com reestruturação dentro e fora de campo, Norwich City faz bonito na Premier League e aspira consolidação.
Por Luiz Guilherme de Almeida
Belo Horizonte - MG

Norwich City, os Canários.
Foto: hospitalitydnb.com
 Ao que tudo indica, o caneco da Premier League 2011-2012 deve mesmo ficar em algum ponto de Manchester. Fortes campanhas que fazem United e City – que disputam entre si o topo da tabela e solidificam a cada rodada a regularidade primordial  para a conquista dessa competição - aliadas aos elencos poderosos que Sir Alex Fergunson e Roberto Mancini possuem para trabalhar, não causam nenhuma surpresa para aqueles que acompanham o campeonato da terra da rainha. Essa função do inesperado tem sido deixada nas mãos de um clube que andava sumido da elite já a algum tempo e que, contrariando as expectativas, não luta por escapar do rebaixamento. Pelo contrário. Vem conquistando seu espaço entre outros de maior tradição com um futebol dedicado e operário,  fazendo bonito, como o canto do seu simpático mascote amarelo. Amigos, escrevo minha primeira coluna aqui no Leitura Esportiva para falarmos de um dos meus clubes favoritos, o Norwich City, ou simplesmente os Canários se preferirem.
Antes da disputa da primeira rodada da Premier League contra o Wigan, ainda em 2011, todos em Norwich sabiam bem qual era a principal pretensão do clube em sua volta à elite após seis longos anos desde a sua última participação na mesma. Brigar para fugir do rebaixamento em sua primeira temporada após o acesso,  especialmente no disputado futebol inglês, não é motivo de pessimismo ou desânimo para os clubes menores que acabam de subir. Você leitor, que acompanha a Premier sabe que nesse campeonato joga-se um futebol forte e sobretudo muito rico. Não é tarefa das mais simples enfrentar  e se impor, por exemplo, aos grandes e medianos da liga que possuem maior cancha, recursos e técnica do que seu clube. Entretanto, é justamente isso que vem fazendo o Norwich na temporada, à sua maneira é verdade, ainda que apresente números equilibrados. Espanta o estigma da fuga do rebaixamento e briga no meio da tabela rodada após rodada pela afirmação. Mas como veremos aqui, isso não é mero capricho da sorte. Muito trabalho dentro e fora de campo tem sido feito para a reestruturação do clube.
O Norwich vem de dois acessos consecutivos – League One 09/10 (Campeão) e Championship 10/11 (Vice) – e em ambos, a manutenção de uma base foi o diferencial.  O elenco joga junto a quase 3 anos e sob a baqueta do ótimo treinador escocês Paul Lambert, que assumiu um clube que agonizava na League One em 2009 e o conduziu ao título e promoção ao final da temporada. Lambert trabalha com um Norwich muito aplicado táticamente em um 4-4-2 onde jogam 2 volantes de contenção, um terceiro controlando a dinâmica do esquema e um armador característico, que também faz as vezes de marcador. É uma equipe que se não possui grandes nomes , compensa com uma entrega e compactação muito interessantes, contribuindo com a fluidez necessária para seu estilo de jogo, que algumas vezes parece ser o simples, mas imprevisível. 
O goleiro John Ruddy passa segurança debaixo das traves. Possui a marca de mais vezes ter sido eleito o “Homem do Jogo” na atual temporada . Dono de bons reflexos e saídas do gol, ele não compromete, além de organizar sua defesa. Essa, um tanto quanto mesclada. O zagueiro/lateral americano Zak Whitbread é o principal nome na cantina dos Canários. Ágil e com bom passe, faz a ligação até os volantes, além de cobrir bem ambas as alas. Forma dupla com Kyle Naughton, Andrew Dury ou Marc Tierner, trio de zagueiros mais fortes, essenciais para a pegada de um campeonato como a Premier.
 O ponto fraco dos Canários são as laterais. Nomes como Ritchie De Laet,  Leon Barnett  e Russel Martin se revezam, mas sem grande destaque. A equipe sofre com o pouco apoio pelos lados ainda.
 O meio-campo é o setor mais interessante do Norwich. Isso porque Lambert dispõe de diversas e boas opções para todas as posições do atual esquema tático, além de contar com jogadores polivalentes. Destaques para os volantes pegadores David Fox e Bradley Johnson que guardam a defesa, os terceiros volantes de boa técnica, chegada e passe como Jonny Howson e Andrew Surman. Na armação, Anthony Pilkington é o melhor nome. Bom condutor de bola, o camisa 12 articula as jogadas para os atacantes e marca seus gols também, já são 7 em 25 partidas.


Holt é ídolo dos Canários.
Foto: d.yimg.com
Entretanto, é no ataque que está o grande nome da equipe. Símbolo de raça e entrega, o oportunista Grant Holt é o artilheiro e capitão. Holt já marcou 10 gols na atual temporada da Premier, o que compõe sua marca de 121 jogos e 65 gols pela equipe. Os velozes Steve Morrison e Simeon Jackson revezam-se nas pontas no esquema de Lambert.

Com essa base, o Norwich faz campanha sólida na Liga Inglesa. Apesar de ter sido eliminado na FA Cup e Carling Cup, a equipe atualmente figura na 12ª posição, com 9 vitórias, 9 empates e 10 derrotas, somando 36 pontos após 28 rodadas. São números medianos é verdade, mas há de se ressaltar que a equipe amarela trabalha com menor orçamento dentre todas as outras equipes da elite inglesa. Distanciado em 14 pontos da zona do rebaixamento, o Norwich faz melhor campanha que os tradicionais e mais ricos Aston Villa e Blackburn, além de ver o seu companheiro de acesso e campeão da League One Queens Park Rangers  sucumbir  ao relegamento.
Essa consolidação do clube parece estar no caminho certo, já a algum tempo. Graças ao bom desempenho dentro de campo nas duas últimas temporadas,  o clube tem conseguido se organizar fora dele. Dono de uma dívida de €21 milhões no ano de 2009, a equipe beirou ao abismo financeiro. Entretanto, diversas medidas foram sendo tomadas, visando a reestruturação à longo prazo em Carrow Road. O clube melhorou sua performance comercial, atraiu investidores e melhores patrocinadores,  renegociou sua dívida e a viu diminuir em €6 milhões em 1 ano. Somou a isso também os montantes pagos pela Premier League à um clube de elite. Com a casa balanceada, a expectativa de diretores e executivos é de que o clube lucre espantosos €40 milhões nessa temporada, otimismo que pode estabelecer o clube como permanente na primeira divisão. Em pauta existe também um projeto de aumento da capacidade de Carrow Road, que atualmente é de 27.000 lugares e que iria para 35.000 caso o clube consiga se manter por três anos na primeira divisão.

Carrow Road vive dias de consolidação.
Foto: static.guim.co.uk
Nesse cenário, o Norwich trabalha com as forças que tem. Como escrevi logo na introdução caros amigos,  a campanha de padrões sólidos de uma equipe pequena como o Norwich não é fruto da sorte. Todo o trabalho que vem sendo desenvolvido desde os homens fortes do executivo, passando pelas mãos do talentoso Paul Lambert, até chegar em Holt na linha de ataque, vem pavimentando uma nova realidade para o clube amarelo. Uma realidade promissora se mantido o bom planejamento, foco e principalmente, a gestão do futebol como ele deve ser gerido, profissionalmente.
 Há quem diga que o canto dos canários é um dos mais belos entre os pássaros. O canto vindo de Carrow Road vai, aos poucos, sendo novamente escutado por toda a ilha da rainha.

3 comentários:

  1. Po dude...legal o post! Coloca uma boa luz neste simpático time... mas tenho algumas críticas! O Hoolahan é um dos armadores mais criativos do time (tá longe de ser um "volante pegador")...e chamar o "target man" galês Steve Morrison de veloz é meio complicado.

    Pedido pro próximo post: SWANSEA!!! Esses caras subiram esse ano...se recusam a jogar feio e já reuniram famosos escalpos na temporada.

    Abraço!

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  2. Luciano, obrigado pelo seu comentário.
    Concordo contigo quando afirma que o Morrison joga de target man sim. Para confirmar isso, os números da carreira dele são realmente dignos de um centroavante, são mais de 100 por equipes menores.
    Entretanto, tenho notado que o Lambert tem o colocado nessa função também aberto pelos lados dentro de algumas partidas. Minha opinião do porque disso, é que o estilo de jogo do Norwich não combina com dois homens de área constantes, paradões. Era justamente um desequilibrio que o time apresentava. Instruindo o Morrison a jogar aberto tem funcionado, criando boas jogadas para quem vem de trás também, haja visto os gols marcados pelo setor do meio por exemplo, que está bem artilheiro hehe. E as caracteristicas do Morrison só contribuem, pois além de ser goleador, ele tem sim velocidade, força e certa habilidade para ajudar na função.

    Quanto ao Hoolahan, peço desculpas mesmo. Errei ao editar o texto. Quis mencionar o David Fox. Já corrigido. :)

    E o do Swansea, pode com certeza esperar, já estou trabalhando nele!

    Abraço cara!

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  3. Totalmente excelente Luiz. Curti pra caramba a forma que escreveu, mostrando bem os bastidores e a história recente do clube para quem desconhece e se interessa.

    Holt é o cara. Artilheiro do time por 3 anos seguidos, e o interessante é que mete gol em time grande, não tem medo de trombada e usa todo o recurso que tem para produzir em prol da equipe.

    Na lateral o cara a se aproveitar é o Kyle Naughton, ele é do Tottenham e ta emprestado por lá. Conheço bem, tem velocidade, sabe chegar no fundo e cruza legal. Provavelmente será aproveitado nos Spurs ano que vem, deveriam utiliza-lo pelo flanco como uma alternativa mais qualificada no apoio.

    A unica ressalva que faço no seu texto(que ficou brilhante) se refere ao oitavo parágrafo, quando usou a palavra "relegamento". Gramaticalmente não está errado, mas a palavra relegar normalmente pede uma preposição, tipo "relegado a..." saca? Rebaixamento ou despromoção seriam palavras melhor aplicáveis no caso. Mal a palpitagem cara, mas resolvi opinar hahaha. Enfim, só tenho elogios, farei o possível para acompanhar sempre que postar por aqui, ficou excelente meu irmão. Abraço!

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