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Cerveja não é problema


Violência e mal comportamento de torcedores nos estádios brasileiros não são culpa da bebida


Por Caio Cidrini
Rio de Janeiro/RJ


Será a cerveja a vilã?                          
Um ponto que gerou bastante discussão na demorada aprovação da Lei Geral da Copa dizia respeito a venda de bebida alcoólica nos estádios. Antes disso o tema já era muito abordado, pois está no Estatuto do Torcedor a proibição. No Rio de Janeiro a medida foi levada até o entorno do Maracanã, quando ainda estava aberto, e recentemente ao Engenhão, prejudicando até o comércio formal que atuava antes mesmo da construção do Estádio Olímpico.

Os brasileiros que defendem a liberação da venda usam muito a Europa como exemplo, generalizando a situação. No entanto muitos não sabem que na Inglaterra, Itália e Escócia, só para citar alguns países com campeonatos tradicionais, a venda de cerveja é proibida. Soma-se a isso o fato de na ultima semana a UEFA  ter anunciado  que a venda de bebida durante a Eurocopa também será proibida, porém deixa a cargo de cada federação a venda nas ligas nacionais. Somente na Alemanha a venda é totalmente liberada. 

O que esses apontamentos podem nos revelar? Primeiro, a proibição é uma política desesperada na tentativa de se reduzir a violência nos estádios. Em alguns casos ela pode sim ser a solução, como no caso escocês e italiano, mas no inglês, por exemplo, o problema nunca foi o álcool, mas sim o hooliganismo (que não é “privilégio” dos britânicos e muito menos do futebol). Na Alemanha a liberação é bem sucedida pois o povo alemão é tradicionalmente criado para isso. A cerveja está na cultura e história germânica. Ou seja, a proibição, em um âmbito geral, é a reprodução de um senso comum no qual violência e bebida alcoólica estão ligados.

O caso brasileiro é semelhante ao inglês. O problema não está no consumo de cerveja, pelo contrário, a liberação só seria mais rentável aos clubes, liberaria as ruas do entorno, pois as pessoas entrariam mais cedo para beber, claro, desde que fosse um preço digno. Enfim, isso é assunto para outro texto, o foco aqui é na ruptura do estigma de cerveja ligada às brigas e vandalismo.  O importante a ressaltar aqui é a cultura e características das torcidas, muitas vezes generalizadas por causa das organizadas. As brigas entre facções de torcidas rivais, o ocorrido no Couto Pereira em 2009, enfim, os maiores expoentes no que diz respeito a comportamento negativo das torcidas brasileiras, não são relacionados à bebida. Não estou aqui denegrindo as organizadas ou afirmando que a bebida não gera transtornos, mas sim que há preocupação tem que ser em cima da educação do torcedor e punição aos que estragam o espetáculo, ou seja, a questão é social, não alcoólica.

Um comentário:

  1. Perfeito.

    Pensamento bastante semelhante ao meu (e provavelmente aos que vivem o futebol).

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