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Guerra futebolística

Reação do goleiro Jefferson, do Botafogo, ao defender pênalti com "cavadinha" cobrado pelo meia Léo Rocha, do Treze, atesta o ódio com que se joga bola no futebol moderno.

Diego Henrique de Carvalho
Taboão da Serra/SP

Foto: Rodrigo Soutello / Agif e Agência Estado
A imagem ao lado é da tão comentada eliminação do Treze, da Paraíba, diante do Botafogo, na Copa do Brasil. Porém, não venho aqui tratar especificamente do fato de o meia Léo Rocha ter sido demitido por executar mal uma “cavadinha” e, assim, desperdiçar o pênalti decisivo (uma injustiça incalculável, diga-se).

Ou apenas lembrar que é no mínimo estranho Jefferson reprovar estratégia tão utilizada pelo capitão e ídolo da sua equipe, Loco Abreu.

Minha reflexão sobre o caso vai além e clama pelo fim ao ódio com que se joga bola no futebol moderno.

Não, caro leitor, não se trata de um discurso saudosista, não só porque reprovo esse tipo de conduta, mas, também, porque nem tenho idade para tal.

A questão é simples. O nível de competitividade é tão elevado que muitos atletas se esquecem de uma premissa básica do seu ofício: estão praticando um esporte. Vários deles são orientados por verdadeiros generais (não penso que seja o caso de Oswaldo de Oliveira no Fogão, ainda que ele seja o "comandante" do time) e entram em campo “pilhados”, como quem vão para uma guerra. Não raramente assistimos jogadores urrando e batendo no peito após acertar um carrinho (que em boa parte das vezes leva o adversário junto) ou rifar uma bola para a linha de fundo, antes e/ou depois de brigarem com tudo e com todos.

E nesse clima de batalha, no qual as táticas dos treinadores são quase militares, a torcida tem sua parcela de culpa, pois gosta de cultuar, adorar e gritar o nome dos Marcelo Mattos, Pierres e Fabrícios da vida, todos tidos como “guerreiros”, um apelido que se dá àqueles que possuem o alvará para baterem adoidado.

Dentro dessa lógica de nervos à flor da pele e vitória a qualquer custo, juiz leva bronca de jogador e, se bobear, toma cartão dele (alguém se lembra do beque André Luiz, por coincidência, em sua época de Botafogo?). Craque pode bater, mas não pode fazer graça. Sim, as firulas, chutes no vácuo e derivados são proibidos e advertidos pelos arautos da justiça, normalmente sem qualidade suficiente para driblar, que se ofendem com tais atos de “atrevimento”.

E foi nessa que Jefferson (que em 2011 defendi para goleiro titular da Seleção Brasileira) acabou por protagonizar a cena mais bizarra da noite da última quarta-feira, ao intimidar o camisa 10 do clube paraibano, Léo Rocha, após ter defendido sua penalidade com "cavadinha".

Temos que dar um basta nisso.

Antes que o futebol vire guerra e MMA, esporte olímpico.


*Texto originalmente publicado no site Futeboteco, em 24 de março, e adaptado ao Leitura Esportiva.

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