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Guia CBF - parte 1: O começo de Ricardo Teixeira na CBF


1989: o início da Era Teixeira no futebol brasileiro, os fatos e casos da nova gestão esportiva no Brasil

Contextualizando 

A Confederação Brasileira de Futebol, como conhecemos atualmente, foi fundada em 1979. Desde sua reformulação a entidade máxima do futebol brasileiro viveu emergida em crise financeira e administrativa. A instituição contava apenas com dois patrocinadores, incluindo o fornecedor de material esportivo, portanto dependia muito da verba, quase inexistente, oferecida pelo governo federal. Com isso a CBF sempre fechou os balanços no vermelho, devendo premiações, pagamentos, entre outras coisas.  

Há pessoas que definem a década de 80 como a década perdida para o futebol brasileiro. O campeonato nacional era desorganizado, mal visto mundo a fora, saturados de equipes participantes e desvalorizado. Tanto é que em 1987 o Clube dos 13 foi fundado. Essa nova instituição pretendia devolver o prestigio do futebol brasileiro, principalmente por meio dos maiores clubes do país.

As eleições: a vitória do “futuro”

Durante todo o ano de 1988 a CBF se preparou para a eleição de um novo presidente. Três candidatos surgiram para as eleições, o primeiro sendo Otávio Pinto Guimarães, buscando a reeleição, ou seja, já trazia consigo uma carga negativa pela má administração e não controle da crise. O segundo era Nabi Abi Chedi, vice-presidente no momento referido. O terceiro era o desconhecido Ricardo Teixeira, candidato da oposição. 

João Havelange e seu genro Ricardo Teixeira em 1989
Ricardo era desconhecido para a maioria dos dirigentes, porém era candidato de João Havelange, ex-presidente da CBD e responsável pela transformação da Fifa no que é na atualidade, visto que ele a liderou de 1974 a 1998. Portanto, Teixeira contava com o apoio do maior dirigente esportivo que o país já tivera, e que estava no auge da sua carreira. O fato curioso da história é que Havelange era, na ocasião, sogro do candidato a presidência da CBF. 

Teixeira vinha do mercado financeiro, não tinha vivência no mundo do futebol, porém era conhecedor das questões de mercado e administração. Por esse motivo, inicialmente era visto com bons olhos até por Pelé, pois representava o vislumbramento da  possibilidade de profissionalização do esporte no país. Com o apoio necessário e a desistência de seus concorrentes, em 16 de janeiro de 1989, Ricardo Terra Teixeira assumia o cargo de presidente da maior entidade do futebol brasileiro.

Acerto e jogo político

Nesse mesmo ano, junto a Eurico Miranda, diretor executivo da CBF na época, Ricardo lançou um dos maiores aliados para suas reeleições: a Copa do Brasil. O campeonato vinha suprir a ausência de um torneio com representantes de todos os estados e foi programado no molde das Taças dos países europeus. 

Com esta ação ele conseguiu aumentar sua base política e ganhar o apoio de personalidades esportivas e torcedores, visto que a competição foi bem sucedida, abarca todas as federações estaduais. Esse fato  arrecadou popularidade e votos, tanto é que ano após ano o número de participantes aumentou. Hoje a Copa do Brasil é o segundo maior campeonato no Brasil. 

Polêmicas

Mesmo com o sucesso desta investida, Ricardo Teixeira aproveitou um pedido de licença de Eurico, para acumular a função de diretor executivo, expulsando o profissional vascaíno da entidade, criando inimizade com o dirigente. Ainda em 1989, o presidente anunciou como treinador da seleção brasileira Sebastião Lazaroni, que viria a ser campeão da Copa América, porém também estaria em um dos maiores vexames da seleção: a Copa do Mundo de 1990. No entanto, a convocatória do treinador foi mais uma polêmica, pois possuía 39 jogadores, os quais 10 eram do mesmo empresário.

Zico, desafeto logo no primeiro mandato
Em 1992, Ricardo criou seu segundo grande desafeto no esporte: Zico. O galinho era ministro dos Esportes no governo Collor e não gostou quando o presidente da CBF adiantou as eleições na entidade, previstas para 1993, se reelegendo por meio ilícitos, inclusive desdenhando da Lei Zico que vigorava na época. Por fim, para não obter só o apoio das federações periféricas do futebol nacional, Ricardo Teixeira utilizou de artimanhas, popularmente conhecidas como “viradas de mesa”, para evitar que clubes grandes passassem mais de uma ano na segunda divisão. Como foi mais escancaradamente visto com Grêmio em 1993 e Fluminense no ano de 1997.

Desta maneira o senhor Ricardo Teixeira conseguiu se manter no cargo por 23 anos. O sujeito estava na hora certa, no lugar certo e com o apoio das pessoas certas. Munido de artifícios políticos e administrativos antes nunca vistos na gestão esportiva nacional, o mandatário superou todas as desconfianças, inclusive excluindo a torcida dos processos da entidade, mercantilizando a marca do futebol nacional. Porém, a discussão entorno dos acertos, erros e polêmicas acabou sendo encoberta pelo seu jogo político eficaz e  pelas conquistas da seleção, que são assuntos para outro dia.

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