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A nova velha Fórmula 1



GP da Austrália mostra que a categoria pode ter grandes novidades no ano, ao mesmo tempo em que fatos já rotineiros tornam a se repetir.

Por Leandro Gomes
Rio de Janeiro/RJ

Jenson Button foi o vencedor da primeira corrida
do ano. Foto: McLaren
A Fórmula 1 finalmente voltou. O GP da Austrália, prova inaugural da temporada de 2012, embora tenha sido movimentado, não foi uma corrida inesquecível que nos fez agradecer e lamentar o duro período sem corridas. O seu grande atrativo foi perceber que provavelmente teremos algumas surpresas e novidades durante o campeonato.

A começar por quem dominou a prova. O desempenho assombroso da McLaren no fim de semana deixou claro uma coisa: é provável que a Red Bull perca o seu reinado nessa temporada. Além da equipe ter se destacado nos treinos, colocando seus dois carros na primeira fila, Jenson Button venceu a corrida com grande facilidade e Lewis Hamilton teria completado a dobradinha caso não fosse atrapalhado pela entrada do safety car, que fez com que Sebastian Vettel lhe roubasse o segundo lugar. O mais curioso disso tudo é que a escuderia foi uma das únicas a não adotar os degraus na parte dianteira do carro, revolução trazida pela maioria dos times nessa temporada.

É claro que é cedo para fazer previsões, mas é inegável perceber que a equipe de Woking já saiu à frente das demais. Caso as coisas continuem assim, Button estará em boa posição entre os favoritos ao título. É incrível como consegue ter controle total do carro durante as corridas, num estilo de pilotagem que lhe permite ser rápido e consistente sem maltratar o carro. E terá ainda mais chances de Hamilton se abater a cada derrota, como foi visto ao mal esboçar um sorriso no pódio ontem.

Mas o que será que aconteceu com a Red Bull? Afinal, seus carros largaram apenas na terceira fila e Vettel chegou em segundo com muito suor. Não creio que houve regresso , mas sim a aparição de alguém que os incomodassem — no caso, a McLaren e até mesmo a Mercedes. Então, sem um foguete em mãos e diante de uma nova situação, será interessante ver como seus pilotos se comportarão, principalmente Sebastian. Hoje, o bicampeão mundial foi bem discreto, mas aproveitou um erro e o abandono de Michael Schumacher e o azar de Lewis Hamilton com o safety car para chegar apenas atrás de Button.  Um bom começo para quem não tinha o melhor carro da pista, tampouco estava acostumado a tal situação.

Quem não muda mesmo é a Ferrari. É tudo engraçado demais: os italianos têm a chance de contar com Fernando Alonso, provavelmente o melhor piloto da atualidade, mas não conseguem fazer um carro decente para o rapaz — na verdade, a cada ano fazem um pior. Esse de 2012 parece ser um carro bem ruim, capaz de ficar abaixo de McLaren, Red Bull e Mercedes e brigar de igual para igual com Lotus. Sorte deles que o espanhol é um piloto sensacional, fora de série, como mostrou ao sair da 12ª posição para chegar em 5º.

Porém, isso é um resultado para se envergonhar. É verdade que o quinto posto, dado o que aconteceu no fim de semana, não foi ruim. No entanto, não custa nada lembrar que a Lotus não pôde mostrar todo seu potencial — Romain Grosjean teve de abandonar cedo e Kimi Raikkonen já teve sua prova comprometida ao largar em 17º —, assim como a Mercedes, que viu Schumacher sofrer um infeliz abandono e viu Nico Rosberg ter um desempenho irregular. Se não fosse por isso, Alonso talvez terminasse duas ou três posições atrás e a Ferrari ficaria a  amargar um resultado claramente abaixo de sua tradição.

E quem sofre com isso é Massa. Na verdade, sofre sua equipe também. Se a Ferrari não lhe dá um bom carro, Massa retribui ao continuar sem encontrar um bom ritmo, e, na minha opinião, tendo graves problemas de autoconfiança. Sua corrida hoje foi de dar pena: sem conseguir lidar direito com os pneus e sendo presa fácil até para carros inferiores, como os da Toro Rosso, Massa abandonou quando estava num horroroso 14º lugar. Teria desculpas ao dizer que o bólido feito pelos italianos não é o ideal. No entanto, seus visíveis defeitos e seu companheiro que tira leite de pedra do carro o deixam em maus lençóis.

Em mãos lençóis. Assim não deveria ter ficado Pastor Maldonado. Chegaria em sexto lugar, o que seria a glória para a Williams — tal posto daria oito pontos eles no Mundial de Construtores, mais que os cinco conseguidos durante 2011 todo. Os ingleses, ao contrário das expectativas, parecem ter feito um carro decente, colocando o venezuelano no Q3 e o deixando entre os dez primeiros durante toda a prova. Porém, um erro seu na última volta fez com que abandonasse a prova. Pastor merecia uns belos puxões de orelha, mas pelo menos Frank Williams sabe que sua escuderia terá melhor sorte nesse ano. Mas deve torcer por menos acidentes de seus pilotos: Bruno Senna se envolveu em dois durante a corrida.

Sorte foi o que a Mercedes também não teve. O carro deles parece ser realmente muito bom, mas os problemas na Austrália foram tantos que não conseguiram um ponto. Schumacher parecia ter um de seus melhores momentos desde sua volta, mas teve de abandonar com problemas no câmbio quando era 4º. Já Nico Rosberg iria pontuar, mas se envolveu em um incidente na última volta e chegou em 12º. Porém, não se enganem: o carro parece ser bom, e é capaz que deem a volta por cima e até se saiam melhor que a Ferrari na Malásia.

Aliás, resta agora esperar a prova em Kuala Lampur, daqui a uma semana. Lotus e Mercedes deverão reagir, a McLaren deverá reafirmar seu posto de favorita e a Ferrari provavelmente sofrerá. Resta esperar então por uma prova mais animada do que a vista em Melbourne, que embora tenha sido movimentada, não deixou de ser morna em muitos momentos.

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