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Sugestão para os Estaduais



Confira post sugestivo para o que poderia ser a nova versão para os campeonatos estaduais. Dê sua opinião.

Por Wilson Hebert
Rio de Janeiro/RJ

Torcedor do Fluminense dorme durante jogo da sua equipe
pela Taça Rio. Foto: Portal UOL. 
Nos principais centros de futebol do Brasil, os campeonatos estaduais estão protagonizando um debate que está ficando cada vez mais forte em torno da permanência deste modelo atual, com pedidos e sugestões (como a deste post) por uma reformulação. Ainda há os mais radicais, que simplesmente pedem o fim dessas competições. Mas este não é o caso.

Mas antes de qualquer coisa, é preciso tocar num ponto delicado que não existe em todos os países cujo futebol possui grandiosa tradição: a grandeza e a heterogeneidade do Brasil. É lógico que aquilo que pode ser útil e evolutivo no Rio de Janeiro e em São Paulo, pode não servir no Amazonas e no Mato Grosso. Portanto, tome como base que esta primeira sugestão, a princípio, vale para os Estados que possuem mais frequência na primeira divisão do futebol nacional. São eles: RS, PR, SP, RJ, MG, GO, BA, PE e CE.

Exemplo: a organização no futebol inglês

O exemplo não foi escolhido por regra. Poderia ser outro, como o da Argentina. Mas foi escolhido o inglês porque, apesar de não ser um país territorialmente gigante, possui um razoável número de clubes integralmente profissionais.

O futebol inglês é reconhecidamente um dos mais bem estruturados do planeta. E se comparada a organização entre América do Sul, sobretudo o Brasil, e outros países da Europa, poderemos ver que o caminho para a nossa evolução ainda é extenso.

Premier League - A EPL se consiste na organização da elite do futebol inglês. São 20 times que jogam entre si em dois turnos. Quem termina na liderança é campeão. Os quatro melhores jogam a Champions League. Os três piores descem à liga que vem logo abaixo. Muito parecida com a nossa primeira e segunda divisão.

O Swindon Town (vermelho) lidera a quarta divisão inglesa,
mas perdeu o último jogo para o sétimo Oxford United
(amarelo) por 2x0. Foto: site oficial do Swindon Town.
Football League – Antigamente, a Football League era responsável por toda a organização do futebol inglês. Mas em 1992, por questões financeiras, os principais clubes daquele país romperam com os demais para criarem a EPL, englobando os 20 principais clubes. Mas o sistema de promoção e rebaixamento foi o responsável por manter um elo entre as duas organizações.

A Football League é representada por 72 clubes. Possui ao todo três divisões, sendo a segunda, a terceira e a quarta da pirâmide do futebol inglês. Também é disputada no sistema de pontos corridos, onde os melhores são promovidos a competição imediatamente acima e os piores são rebaixados a competição imediatamente abaixo.

Football Conference – Em muitos países, é comum existirem as conferências, não apenas no futebol, mas em outras modalidades do esporte. O conceito é muito simples de ser entendido: quanto mais equipes se profissionalizam, mas complicado fica para uma mesma entidade organizar campeonato para todas as equipes. As conferências são organizações de certa forma independentes, que em muitos casos são responsáveis até por suas próprias regras. Mas no geral, elas costumam possuir uma federação responsável por uma administração superior.

No caso do futebol inglês, a Football League é responsável apenas pela segunda, terceira e quarta divisão, como vimos. Mas na quarta divisão (League Two), há a troca de equipes com a quinta divisão, de cunho independente e batizada como Conference National e que conta com a participação de 24 clubes. Abaixo desta, existem outras duas conferências que juntas integram a sexta divisão: a Conference North e a Conference South. Cada uma possui 22 clubes.    

E a organização do futebol inglês não acaba por aí. Fora o que já foi apresentado, ainda temos uma série de conferências abaixo destas. São mais de 140 campeonatos. Ao todo, temos mais 480 divisões.

Pergunta:

Porque o futebol brasileiro é dividido entre nacional e estadual, mas ao mesmo tempo times “nacionais” participam de disputas “estaduais”?

Através do exemplo que vimos do futebol inglês e desta pergunta, poderemos perceber o quão incoerente se torna equipes como Corinthians, Flamengo e todas aquelas tão freqüentes na primeira divisão disputarem a mesma competição que conta com a participação, no caso carioca, de times que sequer jogam alguma divisão nacional, enquanto no caso paulista, de times fortes sim, mas freqüentadores de divisões nacionais inferiores, entretanto, com total poder de rivalizar e até de eliminar do Paulistão um time da elite nacional, com o risco de estabelecer uma crise nesse time em pleno início de temporada, algo que é totalmente prejudicial para a continuação do trabalho.

Sugestão:

Os campeonatos estaduais já apresentam caracterização de conferências, pois possuem suas próprias federações que regem as regras a próprio modo. Mas o único ponto conflitante é exatamente a participação de equipes do “pacote nacional”. Ora, o Internacional, recentemente campeão do mundo, da Libertadores, que entra ano sai ano é apontado como postulante ao título brasileiro, detentor do melhor elenco do país, deveria no mínimo ser visto numa condição de covarde ao disputar um título com clubes que sequer almejam algo em nível nacional e outros que encontram um longo caminho para chegarem ao patamar do Colorado.

O que é sugerido é que oficialmente, os campeonatos por estados se tornem extensões das divisões nacionais. Hoje, com a quarta divisão organizada pela CBF, os estaduais poderiam se transformar na quinta divisão, até mesmo abrangendo mais clubes do que já abrangem e tendo sua disputa realizada ao longo de todo o ano, mas livrando os times de divisões superiores de participarem dessa peregrinação de início de temporada. Não pode ser normal um time da primeira divisão almejando o mesmo título que clubes quase amadores. E se a intenção é promover um momento de democracia no futebol, para isso já temos a Copa do Brasil.  

E, ainda, se há a necessidade de dar um retorno a TV Globo, que é uma das principais patrocinadoras do futebol brasileiro (e que comercialmente é muito justo), podemos ainda organizar um torneio de verão, como acontece na Argentina, com cunho totalmente festivo, de celebração, com as melhores equipes das principais divisões nacionais, divididas nos seus respectivos Estados. Mas algo com tiro curto, eliminatório bem ao estilo Copa do Brasil, ocupando nada mais que dez datas no calendário, por exemplo. Os times da primeira divisão nacional, entrando nas fases mais agudas. Os da segunda, enfrentando os vencedores das fases mais abaixo e assim por diante.

Seria uma festa, claro, propícia para apresentação da equipe - após passar por uma pré-temporada decente - a sua torcida. E a conquista do título teria o mesmo valor que tem as dos estaduais hoje em dia: ótima para zoar o amigo que é torcedor do time rival. E só. 



2 comentários:

  1. Penso que os Estaduais seriam uma ótima forma de preparar as equipes para o Campeonato Nacional. Basta que sejam mais enxutos e não visem apenas o lado político. Ex.: O regulamento do Campeonato Carioca é excelente. É o formato que mais propicia jogos "decisivos", mas com o inchaço dele (16 clubes) perdeu-se completamente o fio da meada. Acho que se tivéssemos 8 ou 10 clubes, no máximo estaríamos no ideal. Sempre ouço que os pequenos estão em vantagem por que estão se preparando desde novembro, dezembro. Ok, então ponham os mesmos para jogarem e se matarem desde então, premiando os 4 ou 6 melhores com a classificação para uma fase final, esta sim com os grandes. Que jogariam um campeonato atraente, preparariam suas equipes e ainda poderiam arrecadar melhor que nos dias de hoje.

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  2. Eu também acho que dá pra continuar, com menos times. Só não concordo que deva se manter o regulamento do Rio de Janeiro.

    Ninguém mais suporta os jogos de grande contra pequeno em fase de grupos. Basta vermos a média de público presente nos estádios para constatarmos isso.

    Como eu disse no post, não vejo outra saída a não ser a transformação desses torneios em eliminatórios, a exemplo do que ocorre na Copa do Brasil, passando a ser um mero torneio de verão (porque não tem mais como levar a sério, já era, a época dos estaduais já se foi).

    Nunca vai entrar na minha cabeça que um time quase amador fique disputando classificação com time da elite nacional.

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