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Existe vida após a Copinha; mas é com o tempo

Diego Henrique de Carvalho
Futebol Paulista

Poderia ter sido qualquer um dos dois, Corinthians ou Fluminense, pois o que verdadeiramente importa para esta molecada é a sequência que ela terá na árdua e, na sua maioria, injusta caminhada para se profissionalizar no futebol.

Claro, é evidente o prazer em ser campeão. Ainda mais da forma com que nesta manhã o Timãozinho levou a Copinha pela oitava vez: de virada, na "bacia das almas", com dois gols do capitão do time -- o último, aos 42 minutos do segundo tempo. Ou seja, no melhor “estilo Corinthians”, do qual nem os marmanjões se aproximaram na conquista do Brasileirão, no ano passado.

Todavia, também é verdade que a Copa São Paulo de Futebol Júnior, enquanto competição, há tempos deixa a desejar.  E aí, para tratar disso, me valho de expressões que, de tão usadas (o que também mensura o quão já faz tempo que a competição desagrada), viraram clichês de todo início de temporada do futebol nacional: “o torneio é inchado”, “sem critérios de escolha das equipes”, “infestado por clubes de empresários”.  E, mais recentemente, ganhou um novo atributo: o torneio que outrora era Sub-20, em 2010 se tornou Sub-19 e, a partir desta edição, é Sub-18.

Logo, a lógica empresarial de transformar estes garotos o quanto antes em cifrões está ainda mais ferrenha e cruel. Portanto, cabe aos clubes terem cuidado e discernimento para trabalhar os garotos neste processo de transição das categorias de base ao profissional. Não colocar os pé pelas mãos, não entrar no “oba-oba” de que fulano ou sicrano é o novo Ronaldo, o novo Messi ou o novo Pelé. Nada melhor que o tempo para dizer se ele será ou não similar, igual ou melhor que algum desses.

Sim, concordo, existem os neymars-da-vida, que mal saíram das fraldas e jogam no seu clube/seleção como quem joga uma pelada na rua de casa. Mas eles são exceções que só servem para comprovar a regra. Amadurecer é elementar para a perfeita prática de qualquer profissão. O que dirá, então, jogar bola pelas maiores agremiações do país, onde qualquer deslize acarretará em severas críticas das impiedosas e fanáticas torcidas, que podem fadar uma carreira ao fracasso?

Hoje, e durante toda a Copinha, pôde-se observar jogadores promissores: Marcos Júnior (o melhor do campeonato) e Michael, do Fluminense; Paulo Henrique, Pedro Castro e Victor Andrade (dos três, o único que Muricy não promoveu ao profissional), do Santos; Bruno Dybal, do Palmeiras; Valdívia (artilheiro da competição com oito gols, que estaria acertado com o Fluminense) e Tiago Silva (que fez três gols e já assinou contrato de cinco anos com o Palmeiras), da surpresa Rondonópolis/MT;  Marcos Guilherme e Taiberson, do Atlético-PR; quase o time inteiro do Corinthians: Matheus Caldeira, Antônio Carlos, Marquinhos, Denner, Anderson, Gomes, Matheuzinho, Giovanni, Leandro e Douglas Souza; entre outros de outros clubes.

No entanto, com todo respeito à Copinha, disputá-la é uma coisa. Outra, bem diferente, é enfrentar um Campeonato Brasileiro pela equipe de cima, onde a diferença do porte físico, do conhecimento tático, da malandragem e experiência se fazem valer.

Por isso, reitero: não nos deixemos enganar com conclusões precipitadas sobre estes potenciais craques. Eles possuem talento, mas vamos dar tempo para que eles se tornem o que queremos que eles sejam de imediato. O Corinthians, mesmo, tem o atacante Paulinho, que nem a Copa São Paulo jogou e já falam que é craque.

Como alerta a famigerada música de um grupo de pagode carioca, deixa acontecer naturalmente...


Foto: Miguel Schincariol/Lancenet!

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