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Ou mudem, ou acabem

Diego Henrique de Carvalho
Futebol Paulista

Quando aceitei o convite do Leitura Esportiva para assinar uma coluna sobre futebol paulista, prometi para mim mesmo que demoraria a entrar na questão da existência dos estaduais. Mas não me aguentei.

Chegamos à terceira rodada do Paulistão. Até aqui, entre os grandes, temos o São Paulo com 100% de aproveitamento, ainda que tenha pelejado diante de Oeste e São Caetano e, neste último compromisso, perdido Luís Fabiano por, no mínimo, quinze dias, com lesão muscular na coxa direita. O Corinthians, atual campeão nacional também com nove pontos no Paulista, que sofreu em dois dos seus três jogos e têm seus atletas visivelmente sem ritmo de jogo. O Santos, campeão da Libertadores, que foi obrigado a colocar os reservas neste início de estadual e, por isso, soma apenas cinco pontos. Os mesmos do Palmeiras, que tem um elenco fraco, mas não o suficiente para suar pra derrotar o Bragantino e empatar com a Catanduvense. Sem falar na Portuguesa, atual campeã da Série B do nacional, que faturou seus primeiros três pontos somente nesta rodada.

A verdade é que o Paulistão, assim como os principais estaduais do país, só deve existir para os clubes que precisam dele.  E ainda assim, algo tem de ser feito pelas equipes interioranas, porque nem mais elas lotam seus estádios. Neste sábado tivemos o primeiro clássico do interior no campeonato, com o público pífio de 8.191 pagantes, no tradicionalíssimo Come-Fogo, que voltou após 26 anos e nosso colunista Vinicius Brino, com o entusiasmo de quem é Tricolor e de Ribeirão Preto, fez uma prévia antes do duelo que terminou com vitória do Comercial, por 2 a 1 (clique AQUI e leia o texto de Vinicius).

No primeiro turno do ano passado tivemos uma média de público de 4.957 torcedores por partida e a terceira melhor média foi do rebaixado São Bernardo (superando Santos e Palmeiras) que, no clássico do ABC contra o Santo André, colocou quase 12 mil torcedores em seu estádio, Primeiro de Maio. O embate, agora, acontecerá somente na 11ª rodada da Série A-2, pois o Ramalhão também caiu em 2011.

Ou seja: o Campeonato Paulista que já foi um dos principais torneios do Brasil nos anos 1960 e 1970, não goza mais desse glamour. Pior: atualmente ela só existe por razões políticas e comerciais. Interessa à Federação Paulista de Futebol preencher a grade esportiva da emissora que detém os direitos da competição (a Rede Globo); ao passo que interessam aos clubes as rechonchudas cotas de tevê que o campeonato proporciona.

No entanto, não há nenhum motivo esportivo (que deveria estar à frente de qualquer outro, não?) que o justifique. As pré-temporadas dos clubes que jogam as principais divisões nacionais são totalmente comprometidas, seus calendários superlotados, atletas jogam os estaduais sem as mínimas condições físicas e, obviamente, se contundem na sequência. Os técnicos das equipes, por sua vez, são degolados devido à imediatez que move os cartolas tupiniquins. Os times bem-sucedidos, iludidos pela boa campanha.

Isso sem entrar nos méritos técnicos da competição: um campeonato de nível fraco, com estádios vazios (8.698 espectadores no clássico entre Palmeiras e Lusa, na última quarta), muitas vezes, sem a mínima condição de se jogar futebol neles (alguém notou as condições do estádio do itinerante Guaratinguetá?), além de uma fórmula absurda, com apenas um turno antes do mata-mata (que so tem dois jogos na final!), em que os times se classificam “sem querer” (vide a Lusa em 2011). Elementos que só evidenciam o quão a competição está lá tão-somente para preencher o horário global.

É claro que o Paulistão tem seu charme e sua importância para que vários clubes importantes sobrevivam. Porém, temos de acompanhar a evolução dos tempos e admitirmos que, para alguns, ele não é mais necessário.

A meu ver, existe apenas uma saída: ou os estaduais mudam, ou acabam.

Seja qual for a fórmula de disputa, ela tem que, sobretudo, valorizar os clássicos – tanto os da capital quanto os do interior –, pois são o principal atrativo dos estaduais. Sou a favor da criação de regionais (Copa Nordeste, Torneio Rio-São Paulo, Sul-Minas...) para os grandes, que comecem após o Carnaval, ou então que eles joguem apenas a fase final dos estaduais.  Sim, os torneios estaduais podem existir desde o início para os pequenos. Observação: não para as empresas que, também, batem uma bola - eventualmente.

Pelo bem do nosso futebol. Inclusive, do próprio Paulistão e dos demais estaduais.

Enquanto isso, aguardo pela estreia, de fato, do quinteto principal no Campeonato Paulista para poder começar a falar só sobre futebol por aqui...


(Foto: retirada da versão online de O Povo)

2 comentários:

  1. Concordo que o formato atual do Campeonato Paulista é horrível, mas o fim dele é a última coisa que deve acontecer, pois caso isso ocorra, o futebol se resumirá às capitais brasileiras, coisa que nenhum amante do futebol quer, independende de onde seja.

    Mudanças devem ocorrer, e interestaduais não são as melhores opções, ao meu ver, o que deve acontecer é um remodelamento dos regionais. Como já pensei várias vezes nisso, tenho duas saídas:

    16 clubes em turno único e com semi e final em dois jogos; ou uma primeira fase em grupos, onde os melhores se classificam para a fase final, onde se juntam aos quatro grandes (e talvez até com mais outros que estejam na primeira divisão nacional, como Lusa e Ponte).

    Assim, os clubes menores continuam com calendário e com chance de se reerguer, vide que os estaduais são as únicas saídas, e os grandes ganham alguns dias à mais de folga, pegando apenas os times mais competitivos, o que também elimia as partidas de grande diferença técnica.

    P.S.1: O Come-Fogo teve, no mínimo, 10 mil pessoas, o problema é que tanto o Botafogo, que foi o mandante, quanto o Comercial, o visitante, mentem no seu público quando jogam em casa, para não repassar muito dinheiro à federação. Isso acontece desde que vou ao estádio com frequência, e sempre comprovo que os números anunciados não batem com o que vejo. Mesmo assim 10 mil pessoas não é um bom público para uma cidade com cerca de 700 mil habitantes.

    P.S.2: O gramado do Comercial também está lastimável. Confesso que não vi o do nômade Guaratinguetá, mas acho difícil estar pior que o do alvinegro ribeirão-pretano. O motivo? Trocaram o gramado no início de dezembro, para a tão esperada volta à primeira divisão, mas não esperaram o tempo necessário para a grama se fixar, e colocaram a garotada para jogar a Copa SP lá. Além disso, as fortes chuvas que caíram na cidade no início do ano também ajudaram.

    P.S.3: No caso de uma primeira fase apenas com os pequenos, as filiais de Globo e Band poderiam cobrir as partidas regionalmente.

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  2. Amigos, o PFC e Sportv transmitindo o jogo para a cidade acaba com o público nos estádios.

    Isso precisa ser revisto.

    Digo isso pois para exemplificar em 2011 pela Copa Paulista o público dos comeFOGOs foram semelhantes a esse da 1ª divisão.

    Outra coisa é a escolha do dia e horario do jogo pelas emissoras, vejam colocaram Botafogo x XV de Piracicaba em uma quarta feira às 17 horas. Colocaram um comeFOGO às 19:30 de sábado sendo que o melhor horario seria Domingo às 17 horas.

    Então eu não critico a formula de disputa não, que alias privilegia os grandes, mas tambem outros 4 competentes e derruba 4 incompetentes.

    Abraços.

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