Parodoxo carioca

Fato que deveria melhorar o nível do futebol brasileiro, a vinda de craques para o país pode ocasionar problemas para os clubes.

Luís Felipe Barreiros

Rio de Janeiro/RJ

Cena comum: Fred joga enquanto Sóbis e Wagner olham.

Favorecida pelo fortalecimento do Real e pela crise européia, a repatriação e manutenção de craques brasileiros têm sido prática comum nos últimos anos pelos grandes clubes do país, mas, infelizmente, sem espaço suficiente para todos.

Felipe, Juninho Pernambucano, Wágner, Ronaldo, Maicossuel, Rafael Sóbis, Roberto Carlos, Vágner Love, Fred, Ronaldinho e Deco são alguns nomes de jogadores com currículos excepcionais e que voltaram à pátria amada nos últimos tempos. A maioria chegou e fez a diferença, porém, outros não deram certo e jogaram apenas por causa do nome ou, em casos raros, foram parar na reserva ou dispensados.

No Rio, estão acontecendo alguns casos onde essa 'importação' nem sempre pode ser sempre. No Vasco, há a alternância entre os consagrados Juninho e Felipe, o que vem gerando um descontentamento dos dois e pode causar futuros problemas. No Fluminense, o elenco repleto de craques deixa muitos de fora do time titular e, com isso, há descontentamentos também. Mas, o que fazer? Deixar de contratar? Dispensar? Uma coisa que deveria ser muito boa para o futebol carioca está se tornando uma grande dor de cabeça devido a atitude infelizes de alguns jogadores e parece não ter uma solução.

É claro que aquele jogador com alto potencial tem todo o direito de querer jogar, de querer ser titular e aparecer. Mas, o problema é quando tem 16 jogadores com real possibilidade de estarem no time titular de 11 atletas. Como na maioria das pessoas, a mentalidade é que se não está conseguindo o que acha que merece, está sendo injustiçado e, assim, se acha no direito de reclamar publicamente, independente se isso vai afetar o grupo ou não. Uma grande bola fora por parte de pessoas que são ídolos de muitos e, por isso, deveriam ser exemplos.

Querendo ou não, o problema irá continuar até que alguém saia do clube ou até que a mentalidade mude, alternativa menos provável. E o único que perde com isso é o futebol, ou melhor, o torcedor...